Mãe de meninos autistas desabafa sobre o que gostaria que outras mães soubessem

Intenção de Jennifer Jepsen é mostrar como mulheres podem ajudar outras mães como ela; compreensão e paciência estão entre principais fatores

Ter um filho com deficiência nem sempre é fácil e fica ainda mais difícil quando outras pessoas não demonstram empatia. Por isso, Jennifer Jepson, mãe de dois meninos autistas , escreveu no Instagram tudo aquilo que ela gostaria que outras mães soubessem.

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Foto: Instagram
Mãe de dois meninos autistas, Jennifer Jepson fez post dizendo o que outras mães podem fazer para ajudar


Jennifer, que ainda tem uma terceira filha, June, relata o dia a dia da família e dos meninos autistas , de seis e quatro anos, Whitaker e Parley, respectivamente, na conta The Autism Mom.

Ela explica que criou a conta, pública, porque sentia que estava falando demais sobre autismo em sua conta pessoal e quis atingir mais pessoas mostrando o quanto o autismo afeta a família inteira. “Apesar dos dois terem o mesmo diagnóstico, o autismo se manifesta de maneiras completamente diferentes em cada um”, disse ela ao site Popsugar.

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No post que viralizou, ela explica que decidiu fazer a lista baseado em mensagens que recebe de mulheres com filhos sem deficiência que querem saber como elas podem ajudar mães em situações similares à de Jennifer.

“Quando o Whitaker foi diagnosticado, cinco anos atrás, eu fiquei totalmente perdida sobre o que fazer ou onde começar. Paul [marido de Jennifer] e eu nos sentimos tão sozinhos e com medo. Receber ajuda de outros pais com crianças autistas foi chave” - por isso ela faz questão de compartilhar sua rotina, talvez outras famílias possam se beneficiar.


O que ela listou

  1. Não me coloque num pedestal: Jennifer diz escutar com frequência frases do tipo, “se eu fizesse o que você faz todos os dias, ficaria louca” ou “ainda bem que eles têm você, porque eu nunca conseguiria fazer o mesmo”, e, apesar de entender que elas pretendem ser um elogio, acabam tendo o efeito contrário. “Eu nunca senti que ajudar meus filhos fosse uma escolha. É algo que fazemos porque é algo que nossos filhos precisam para ter uma chance de viver”, diz ela, sugerindo trocar a frase para algo mais positivo, como: “eles têm muita sorte de ter uma mãe que os ame tanto”.
  2. Me inclua: Pode ser para um almoço, para uma noite com as amigas ou mesmo só um bate-papo por telefone, escreve a mãe. “Se em algum momento você pensar em entrar em contato ou convidar uma mãe com filhos deficientes para alguma coisa, faça-o. Tem vezes que eu fico tão enrolada com as coisas que preciso fazer, que nem sempre consigo pensar em chamar meus amigos para sair, então é gratificante quando eles me chamam e me incluem na programação deles.”
  3. Me dê o benefício da dúvida: Jennifer diz que, quando ela se esquece de responder uma mensagem ou de ligar de volta, é porque ela está completamente sobrecarregada. Se ela aparenta estar distante ou exageradamente quieta, é porque está exausta e tentando conter as próprias emoções. Em nenhum dos casos significa que ela deixou de se importar.
  4. Entenda que eu sentirei inveja: “Eu sinto inveja da sua vida livre de terapias, médicos, avaliações e reuniões escolares”, escreve Jennifer, dizendo que entende que outras mães também são ocupadas e têm seus problemas, mas que ela espera que essas outras mães estejam ocupadas por escolha, o que “é uma bênção. O fato dos seus filhos poderem escolher fazer as coisas é uma bênção e isso pode facilmente ser esquecido.”

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Finalizando, Jennifer disse que ser mãe é a coisa mais difícil que ela já teve de fazer e ela pensava que nunca daria conta de lidar com filhos com autismo. “O autismo é algo que eu tinha uma compreensão limitada sobre. Ter filhos autistas mudou tanto quem eu sou. Uma das principais coisas é que agora eu vejo as crianças como indivíduos, não importa o diagnóstico. Uma das coisas que eu odeio é quando a primeira coisa que as pessoas notam nos meus filhos é que eles são autistas. Sim, mas eles também são muito mais do que só isso.”