Síndrome rara de garota de 9 anos é usada para promover o aborto, e mãe se vinga

Sophia nasceu com deformidades no rosto, pés e mãos, e sua foto foi usada de forma maldosa no Twitter; para tirar o post do ar, a mãe expôs o usuário

Na internet, muitas pessoas acreditam que são anônimas por estar atrás de uma tela e, por isso, expõem comentários preconceituosos e desrespeitados. Nem as crianças escapam dos famosos "haters", e uma prova disso são os ataques que uma garotinha de nove anos chamada Sophia passou a sofrer no Twitter apenas por ter nascido com uma síndrome rara. A mãe da menina decidiu não deixar quieto e passou a bater de frente, principalmente com uma postagem que associou a imagem da menina ao aborto.

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Foto: Reprodução/Twitter
Natalie Weaver resolveu agir após ver a imagem da filha com síndrome rara ser associado ao aborto em uma postagem


Sophia possui deformidades no rosto, as mãos e nos pés. Quando completou um ano, foi diagnosticada com a síndrome de Rett, um distúrbio cerebral que afeta permanentemente a linguagem das crianças e as funções motoras. Por conta das limitações, a menina precisa dos cuidados da família 24 horas por dia. "Ela fez 22 cirurgias", conta Natalie Weaver em entrevista ao CNN. “Ela tem um tubo de alimentação e um saco de colostomia. Ela tem convulsões e engasgos por causa das deformidades e da síndrome de Rett”, acrescenta.

Alvo de ofenças nas redes sociais

Os problemas nas redes sociais começaram após o convênio impor mudanças na cobertura do plano de saúde de Sophia. Como uma ativista que luta por melhores condições na saúde, Natalie passou a expor mais a condição da sua filha na internet e logo a garota passou a ser alvo de ofensas. “Há pessoas que se esforçam para garantir que você veja a crueldade delas. Tem pessoas me dizendo para matar minha filha, para acabar com a vida miserável dela”, expõe a mãe, que também já leu outros inúmeros comentários maldosos sobre Sophia.

O ápice foi quando a foto da menina passou a ser compartilhada por uma pessoa anônima com um texto defendendo o aborto, e o Twitter de Natalie ainda foi marcado para que ela pudesse ver. Fora isso, o internauta passou a mandar mensagens privadas para a mãe tocando no mesmo assunto. “Eu denunciei esperando que fosse tirado do ar, mas não foi removido e a conta permaneceu ativa”, fala a mãe que, após a denúncia, recebeu da rede social uma mensagem dizendo que o post não viola suas políticas.

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Foto: Reprodução/Twitter
Com um ano de idade, a pequena Sophia foi diagnosticada com a síndrome e desde estão precisa de cuidados 24 horas


Isso aconteceu há alguns meses, mas os tweets maldosos permaneceram, e o "hater" continuou mencionando Natalie em outras postagens, ganhando visibilidade. O tweet original com a foto de Sophia continuou assombrando a mãe, e ela resolveu pedir às pessoas para denunciá-lo. Além disso, contou sua história para um noticiário local, esperando colocar pressão suficiente no Twitter para tirar a publicação do ar.

Repercussão na mídia ajuda a mãe

Após essa primeira entrevista, a história foi ganhando destaque até que, finalmente, Natalie recebeu outra mensagem do Twitter. Eles pediram desculpas, removeram o post ofensivo e suspenderam a conta do usuário que fez a publicação.

Satisfeita com o resultado, ela passou a falar sobre a forma como a rede social analisa esse conteúdo. "O Twitter precisa adicionar pessoas com deficiência como categoria em seus relatórios de violação", afirma. "Caso contrário, as pessoas não vão saber qual a categoria apropriada para selecionar no caso de ódio contra pessoas com deficiências."

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O porta-voz da rede social deu um parecer à CNN sobre a “política de conduta odiosa” da plataforma após a polêmica com a menina com a síndrome de Rett. “Você não pode promover violência contra, atacar ou ameaçar diretamente outras pessoas com base em raça, etnia, nacionalidade, orientação sexual, gênero e identidade de gênero, afiliação religiosa, idade, deficiência, síndrome ou doença. Todas essas considerações são levadas em conta ao analisar as violações relatadas das Regras do Twitter”, completa.