Pilates pode ser praticado durante a gestação? Tire suas dúvidas
Os exercícios trabalhados no pilates proporcionam benefícios não apenas durante a gestação, mas também para a hora do parto e no pós-parto
Por Claudia Ratti |
Praticar exercícios físicos com cuidado e acompanhamento médico durante a gravidez é um hábito saudável não apenas para a mãe, mas também para o bebê. Entre os exercícios indicados, o pilates se destaca por ser uma atividade de baixo impacto, porém de alto rendimento, e com uma série de benefícios da gestação ao pós-parto .
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De acordo com a educadora física Bruna Grandini, o pilates é um método de exercício onde são respeitados os princípios da respiração, do controle e fluidez do movimento e da estabilização segmentar. “Utilizamos exercícios que trabalham a consciência corporal, flexibilidade, força e mobilidade”, explica.
As gestantes podem praticar a atividade em estúdios especializados ou em academias que ofereçam esse tipo de aula. É fundamental sempre ter orientação de um profissional e autorização médica para que os exercícios sejam realizados com todo o cuidado que gravidez exige.
Como as aulas funcionam?
A educadora física explica que dentro do pilates existem variações de exercícios e movimentos que podem ser realizados no solo, onde apenas o peso do corpo é utilizado, ou no reformer (aparelho), utilizando a resistência das molas. “Tudo vai depender do objetivo da aula”, comenta.
“Sempre indico aulas individuais, em dupla com outra mulher que esteja no mesmo período de gestação ou com algum familiar”, detalha a profissional sobre as aulas para grávidas . Bruna explica que como a gestação exige cuidados especiais, as aulas individuais são as mais interessantes, já que o profissional pode acompanhar a futura mamãe o tempo todo.
Em relação ao conteúdo, Bruna diz que o foco das aulas mudas a cada trimestre de gestação. “Geralmente as gestantes iniciam a prática após o primeiro trimestre. Então, é o momento de dar ênfase para o fortalecimento de assoalho pélvico para facilitar o parto e dar sustentação ao peso da barriga que aumenta a cada semana”, diz Bruna. Também é o momento ideal para fortalecer membros inferiores, superiores e paravertebrais para dar sustentação à coluna, que está passando por mudanças posturais devido ao aumento da barriga.
No último trimestre, o pilates é focado na preparação para o parto. “Ensinamos as gestantes a relaxar os músculos do assoalho pélvico e utilizamos exercícios que vão trabalhar a amplitude de quadril e pelve para que o bebê fique encaixado, facilitando tanto o parto natural quanto a cesárea”, comenta.
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Benefícios
A prática da atividade durante a gestação proporciona uma série de benefícios para mãe, para o bebê e também para a hora do parto.
Para a mãe
A educadora física explica que os exercícios trabalhados nas aulas proporcionam o fortalecimento dos músculos do abdômen e dos vertebrais. Isso faz com que a mulher tenha mais estabilização na coluna e no quadril e, consequentemente, diminui as dores que o aumento abdominal causa.
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De modo geral, a atividade controla o peso corporal, ajudando a prevenir doenças como diabetes e hipertensão. Também reduz os inchaços comuns do período e permite o controle do assoalho pélvico – o que contribui para um parto mais saudável e uma recuperação mais rápida.
Em relação ao bem-estar físico e emocional, os exercícios praticados ajudam no controle da respiração, diminuindo a ansiedade, e ainda melhoram a qualidade do sono da gestante.
Para o bebê
Como os movimentos melhoram a oxigenação e a circulação sanguínea, há também uma melhora na demanda de nutrientes para o bebê. Além disso, a conexão entre mãe e filho aumenta. Quando a gestante pratica essa atividade, ela trabalha a respiração o tempo todo, liberando endorfina, que proporciona sensação de bem-estar tanto para a mãe quanto para o bebê.
Na hora do parto
Por reduzir a ansiedade, o controle da respiração trabalhado nas aulas é um aliado da mulher na hora do parto. Outro ponto importante é fortalecimento dos músculos, essencial tanto no parto natural quanto na cesárea. Além disso, o fato de a mulher está condicionada fisicamente faz com que ela tenha um organismo mais equilibrado e as duas etapas (parto e pós-parto) são mais tranquilas.
No caso da cesárea, Bruna ainda explica que a cirurgia torna-se mais simples quando o bebê está bem posicionado e que a recuperação é mais rápida, já que os músculos abdominais estão fortalecidos.
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Cuidados
Antes de praticar qualquer atividade física durante a gestação é preciso consultar seu obstetra para saber se você está preparada para isso, mesmo que você já tenha praticado exercícios antes de engravidar. O mesmo vale para o pilates. “O médico vai sinalizar se a gestante está apta para a prática ou apresenta contraindicações que coloquem a vida da mãe do bebê em risco”, diz Bruna.
Depois da liberação médica, os cuidados são em relação aos movimentos realizados durante as aulas. Por conta do risco de queda, os exercícios acrobáticos devem ser evitados, mesmo que a gestante já seja praticante.
“Exercícios isométricos de longa duração devem ser evitados, pois aumentam a pressão arterial da gestante. E exercícios em que o peso corporal fica em cima do punho (pranchas, por exemplo) devem ser usados com uma frequência menor”, orienta a educadora física. Exercícios muito intensos também não são necessários.
Pós-parto
A prática da atividade depois do parto vai depender de mulher para mulher, levando em conta a recuperação e, mais uma vez, a liberação médica. “Em média, depois de três meses já é permitido voltar às aulas, mas ainda com cuidados específicos”, diz Bruna.
Como o pós-parto da cesárea é mais delicado, ao voltar a praticar o pilates é importante atentar-se aos movimentos de flexão de tronco (abdominais) para que nenhuma complicação aconteça. O principal cuidado é voltar à atividade de forma moderada, sempre respeitando o tempo do corpo de cada mulher.