A gestação é um momento de grandes mudanças físicas, hormonais e psicológicas que atingem não apenas a futura mãe, mas também toda a família. Ao se preparar para o processo, as mulheres fazem o pré-natal, plenejam o quarto do bebê, a saída da maternidade e praticam atividades como ioga ou pilates para se fortalecer fisicamente.
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No entanto, nem sempre há um preparo psicológico e consequentemente a mãe pode não estar conectada e preparada para o que está pro vir. Diante desse cenário, a psicóloga e doula Raquel Jandozza criou o pré-natal emocional, um projeto para acolher as dúvidas, temores e conflitos que surgem durante o processo de gestação e maternidade.
Raquel procura trabalhar com a ideia de maternidade real , desromantizando o momento e quebrando com a ideia técnica e pré-programada da gravidez. De modo geral, a sociedade cria uma série de idealizações que são projetadas tanto na mãe quanto no bebê. Quando isso não é correspondido, muitas mulheres não estão preparadas para lidar com a frustração.
"Elas sentem-se culpadas por não conseguir amamentar ou pelo parto não ter sido como o planejado", explica a psicológica. O acompanhamento pisológico surge como uma saída para superar e ressignificar essas situações, para que o processo siga de forma saudável e consicente.
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Autoconhecimento
É comum esperar que a mulher abdique de todas as vontades e planos pela maternidade. Com isso, acaba-se criando um ambiente restrito e julgador. Nesse sentido, é importante que existe um espaço exclusivo para a mãe, onde ela possa refletir sobre o que está acontecendo sem culpa. “A mulher é convidada para um mergulho em si mesma”, explica Raquel.
Durante os encontros, a psicóloga visa estimular o autoconhecimento da mulher, retomando momentos como a infância, por exemplo, e propondo reflexões que tem como objetivo o empoderamento materno diante dos desafios e mudanças do período. A partir disso, é possível traçar estretégias que irão ajudar na reestruturar de planos e projetos que elas tinham antes da gestação.
Rede de apoio
Além do acompanhamento psicológico, Raquel enfatiza a importância de uma rede de apoio para que a mãe passe pela gestação e exerça a meternidade com tranquilidade. É fundamental que a família e amigos estejam presentes para, não apenas apoiar a mulher, mas prestar auxílio concreto quando necessário, realizando uma tarefa doméstica, por exemplo.
"O parceiro também precisa entender que o protagonismo é da mulher, mas a presença dele é fundamental", comenta sobre o papel do homem nesse momento. Quem amamenta é a mulher, mas ele pode ajudar deixando o ambiente mais confortável ou levando o bebê até ela, por exemplo. Assim, o pré-natal e pós-parto serão fases mais confortáveis e livre de culpa para a mulher.
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