Dupla jornada: dicas para conciliar o trabalho e a maternidade

Quer saber como conciliar as responsabilidades de ser mãe e profissional? Acompanhe dez dicas para facilitar sua vida
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Eu também sou mãe, trabalho bastante. E tive que superar a culpa que apareceu quando voltei à labuta. Culpa por ficar o dia todo longe da minha filha. Culpa por ter que deixá-la aos cuidados de outras pessoas. Culpa até por querer continuar na profissão. Apesar de incômodo, esse sentimento é normal à maioria das mulheres, concordam os experts em psicologia.

"O maior desafio é saber lidar com a culpa, reconhecer que abrir mão do trabalho pode significar prejuízo financeiro e insatisfação pessoal. Como a maternidade, a carreira também faz parte dos sonhos femininos", comenta a psicoterapeuta Arlete Galhardi, de São Paulo.

Para atravessar essa fase sem tanto aperto no coração, é bom decidir com critério quem vai ficar com o pequeno: babá, parente, creche ou escola? "A escolha de pessoas e instituições de confiança é fundamental para que a criança sinta-se segura, independentemente da presença dos pais", recomenda a psicóloga Denise Alves de Toledo, de São Sebastião, São Paulo. É mais tranquilidade para todo mundo.

Qualidade x quantidade

Além de encarar a sensação de culpa e fazer as melhores escolhas possíveis, é preciso também saber aproveitar os momentos em que estiverem juntos. Isso porque a qualidade na relação entre mãe e filho pode contar mais do que a quantidade.

"Não adianta estar de corpo presente e alma ausente", sintetiza a psicóloga Marília Reis, especializada em traumas, de São Paulo. "Já atendi mães que abriram mão do emprego para ficar o dia em toda em casa. Mas não davam atenção ao filho, pois mentalmente estavam ausentes", confirma Arlete Galhardi.

Com esses cuidados, desde cedo o pequeno começa a entender que a vida também é feita de frustrações e como superá-las. "Assim a criança reconhece que o fato da mãe trabalhar fora não significa que dará menos carinho, atenção e amor a ela", tranquiliza a psicoterapeuta.

Mamãe na prática

Aqui vão sugestões para você colocar em ação e aproveitar sempre muito bem o tempo que passa com seu filho.

1. Mantenha contato, sempre
Mesmo que chegue em casa e seu pimpolho esteja dormindo, a proximidade entre vocês não pode ser deixada de lado. "Vá ao quarto e, sem interromper seu sono, dê um beijo, faça um carinho, cubra-o melhor", indica Arlete Galhardi.

2. Acompanhe seu estudo
Reserve alguns minutos do dia, ou da noite, para esse cuidado. "Dê uma olhada na agenda, veja como estão as notas, pergunte se ele tem alguma dúvida ou precisa de ajuda para a prova", ressalta a pedagoga Claudia Martinez Cardoso, orientadora educacional do Colégio Santo Adriano, de São Paulo. É essencial mostrar interesse e incentivar seu aprendizado.

3. Traga a matéria para a vida real
"Muitas vezes livros e apostilas não pertencem ao universo que as crianças vivem. Conforme a escolaridade, vale a pena, por exemplo, vocês montarem o sistema solar com bolas de isopor e até programar viagens de exploração de cavernas", recomenda a assessora de imprensa Dorotéia Fragata, mãe de Matheus, 14 anos. Essa vivência extra sala de aula facilita a compreensão e ainda cria uma cumplicidade e parceria maior entre vocês.

4. Convide-o para cozinhar
Você chega em casa e ainda tem que preparar o jantar? Chame seu filho para essa tarefa. "De modo geral crianças adoram a cozinha. Dependendo da idade e com bom senso, peça para fazer algo que não cause ferimento. Como separar e lavar as folhas de alface, por exemplo", sugere Marília Reis. Mas tenha paciência. Nada de gritos, senão o momento união vai para o ralo.

5. Preparem juntos a lancheira
Semelhante à anterior, esta dica é garantia de comida saudável também na escola. "Há sempre fila e a cantina pode oferecer muitas opções tentadoras e engordativas, como doces e frituras. Isso não é o ideal para quem quer ver o filho bonito na adolescência", avisa Dorotéia Fragata.

6. Vá às compras com eles
Outra coisa que a garotada adora é supermercado. Então, que tal incluí-lo em mais esta missão? "O pequeno não vai saber escolher uma verdura ou fruta, é verdade, mas pode pegar uma caixinha de leite aqui, um pacote de sabão ali", propõem a secretária Maria de Fátima Silva, mãe de Carla, 7 anos. É um tempo a mais para ficarem juntinhos.

7. Entre no mundo da fantasia
À noite, antes de dormir, leiam juntos um livro. Experimente também começar a desenhar uma história, e incentive a criança a fazer o mesmo com você. Assim vão ilustrando e inventando, não importa que seja algo sem muito sentido. A diversão é garantida ¿ minha filha Isabella, de 11 anos, que o diga!

8. Transforme-se em criança
Nas horas de folga, vá a um parque com seu filho. Apreciem a natureza, corram, andem de bicicleta, joguem bola e até façam um piquenique ¿ que vocês montaram juntos, é claro.  Ou então, brinquem com jogos interativos. "Faça coisas que mostrem o prazer de estarem juntos", diz Claudia Martinez Cardoso.

9. Saia da rotina
Nos finais de semana e feriados, fuja do padrão do dia a dia. "Dê espaço a atividades prazerosas, sem compromisso ou horários rígidos", ensina Denise. Funciona como uma compensação à disciplina imposta pelas responsabilidades, para você e seu filho.

10. Seja mãe, simplesmente
Atividades para se fazer juntos não faltam. Seja educando, brincando, conversando ou apenas permanecendo em silêncio, abraçados. "Qualquer atividade possível de se compartilhar alimenta o vínculo, educa para a realidade e abastece as necessidades afetivas dos filhos", lembra.


E saiba também o que não fazer!
Trocar sua ausência por presentes nunca é uma boa ideia. "É um erro tentar suprir essa falta com objetos externos, estabelecendo barganhas para que a criança fique boazinha enquanto você trabalha. Também não é indicado castigar a criança assim que chegar em casa, caso ela não tenha se comportado bem. São hábitos pouco saudáveis no relacionamento mãe-filho", aponta Arlete Galhardi.

No lugar disso, observe-a melhor. "Ao invés de simplesmente julgar suas atitudes como inadequadas e puni-las, vale a pena um olhar atento. Isso possibilita compreender possíveis mudanças de humor e comportamento", sugere Denise Alves de Toledo.

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