Em algum momento da vida, todos sentimos inveja. Saiba como reconhecer esse sentimento e aprender a usá-lo para melhorar
A invejosa tem uma característica singular - é sempre a outra. Todo mundo admite ter algum defeito: preguiça, falta de organização, pavio curto, orgulho grande. Nem que seja o ambíguo "perfeccionismo".
Acontece que todos, nem que seja apenas em determinado momento da vida, somos invejosos"
Mas aceitar e dizer em alto e bom som que se tem inveja é coisa rara. Inveja confessada, só mesmo a tal da "inveja branca", expressão que eximaria o invejoso do atributo destrutivo e sombrio que necessariamente acompanha o sentimento. Acontece que todos, nem que seja apenas em determinado momento da vida, somos invejosos.
Freud explica
Aliás, segundo Freud, é só por conhecermos nossa própria inveja que conseguimos reconhecê-la no outro, como explica a psicanalista Rita Maria Manso de Barros, professora da UERJ e autora de uma tese sobre o tema. Mas por que sentimos inveja? E o que podemos fazer para reconhecer quando o invejoso somos nós?
"Esse sentimento está necessariamente ligado a uma sensação de impotência", explica a psicanalista. "A inveja aparece quando reconhecemos em alguém uma qualidade que gostaríamos de ter, mas acreditamos que não temos, ou não podemos ter", diz. Se parasse por aí, seria quase uma admiração. Mas quando, por causa de nosso sentimento de impotência, essa admiração vem acompanhada daquela vontade sofrida de destruir o bem alheio, isso é inveja. "A dificuldade de se admitir esse sentimento vem exatamente do fato de que isso seria admitir uma falta ou impotência que acreditamos ter".