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Dia do Empreendedorismo Feminino: conheça histórias de 5 líderes

Para lembrar a data, essas líderes falam sobre suas experiências à frente de organizações em áreas como tecnologia, contabilidade, gestão e até automobilismo

Empreendedorismo feminino
Foto: Divulgação
Empreendedorismo feminino



Esta terça-feira (19) é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, a data é lembrada em mais de 153 países. 

Segundo a ONU, a iniciativa tem como objetivo promover e apoiar a inclusão das mulheres no ambiente corporativo, as incentivando a assumir papéis de liderança e a impulsionar suas próprias iniciativas empresariais. 

A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, divulgada pelo Sebrae em 2022, aponta que, dentre 47,7 milhões de pessoas que têm a intenção de começar a empreender nos próximos três anos, 54,6% são mulheres. 

Segundo o estudo, o Brasil caminha para ter, majoritariamente, empresas comandadas por mulheres. Exemplos de sucesso são a inspiração que muitas novas empreendedoras precisam para seguir em frente. Confira a seguir as histórias de cinco CEOs, sócias e fundadoras que transformaram suas vidas e o mercado com suas ideias e dedicação. 

Alessandra Costa, psicóloga e sócia da S2 Consultoria

Alessandra Costa, psicóloga e sócia da S2 Consultoria
Foto: Divulgação
Alessandra Costa, psicóloga e sócia da S2 Consultoria


A S2 Consultoria, especializada em testes de integridade e investigação corporativa, nasceu de uma busca por realização que fez com que Alessandra Costa e seus sócios saíssem de uma situação estável e confortável para empreender. “Eu era recém-casada e estava grávida, o que para muitos soou como loucura, jogar uma carreira promissora para o alto. Ouvi frases que poderiam ter me desmotivado, mas me deram mais força para seguir com a minha escolha. Atualmente, a S2 está completando 10 anos e me orgulho do que construímos e do impacto que geramos na sociedade, com mais de 53 mil testes aplicados”, detalha. 

Ela destaca a inovação, o networking, a criatividade e a resiliência para navegar a instabilidade do empreendedorismo. Livros como O Segredo de Rhonda Byrne; A arte da Guerra de Sun Tzu; Essencialismo de Greg McKeown e Transformando Suor em Ouro do Bernardinho são as obras de cabeceira da sua carreira, e seu conselho para outras mulheres é simples: “Peça ajuda, muitos pratos irão cair, e tudo bem você não dar conta de tudo. Faça as escolhas sem culpa. Nem sempre todos os pratos que temos que gerenciar rodarão em sincronia. Não teremos todas as respostas, e não tem problema, seja humilde para pedir ajuda e aprender o tempo todo”. 

Andréa Migliori, CEO da Workhub

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Andréa Migliori, CEO da Workhub


A Workhub é uma plataforma de intranet premiada por suas soluções inovadoras na área, mas Andréa Migliori lembra que começar esse negócio foi uma decisão ousada. “Intranet é o patinho feio dos portais corporativos, imagina ser uma empresa por si só!”, brinca. Apesar disso, ela lembra que empreender dá medo, mesmo, e é preciso transformá-lo em força. 

“Normalmente as mulheres têm a tendência de achar que não estão prontas, que falta estudar mais um pouquinho, falta fazer só mais uma coisa… e, às vezes, acabam perdendo o timing de algo importante, ou se apresentando com muita insegurança”, ela comenta, reforçando a importância da resiliência e da assertividade para outras profissionais. “Pense que você está pronta e vai!”. 

Carmem Granja, sócia da JF Granja Contabilidade e diretora de expansão da Abrapsa

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Carmem Granja, sócia da JF Granja Contabilidade e diretora de expansão da Abrapsa


Carmem Granja é mais uma voz que reafirma o poder da resiliência no empreendedorismo feminino. Além de ser sócia da sua própria empresa de contabilidade, ela atua na Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (Abrapsa) e possui uma carreira que é exemplo desse posicionamento.

 “O dia a dia de empreendedor é estar sempre analisando os riscos de cada decisão, e para mulheres fica mais difícil porque elas precisam fazer o dobro para serem valorizadas e ouvidas. Também tendem a ser mais realistas, o que dificulta a tomada de decisões de risco, que é uma constante no empreendedorismo”, aponta. Para auxiliar nesse e outros desafios, ela indica o contato com outras mulheres fontes de inspiração.

 Roberta Piozzi, cofundadora do MovTech 2030

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Roberta Piozzi, cofundadora do MovTech 2030


Roberta Piozzi é uma das fundadoras do Movimento Tech 2030, uma coalização de organizações que promove a inclusão, equidade e transformação social na área de tecnologia. Com mais de três milhões de pessoas impactadas, a rede é, para a empreendedora, um exemplo de ousadia em sua carreira. “Lançamos a MovTech com quase 30 empresas e só tínhamos uma grande ideia. Tudo foi construído coletivamente colaborativamente após o lançamento oficial. Mas acreditar que teríamos mais impacto, recursos e resultados juntos de forma coletiva foi o fator crucial para que isso de fato acontecesse e se solidificasse”, comenta.    

Para chegar até aqui, Roberta contou com algumas características que considera essenciais, como antifragilidade, relacionamento, inovação, resiliência e comunicação. Ela reforça que networking e redes de apoio são necessárias para qualquer pessoa, e particularmente ter outras mulheres para compartilhar experiências é fundamental. Sua dica para outras empreendedoras é se desafiar: “Faça, com os recursos que você tem, da forma que você pode, e vá melhorando ao longo da jornada. Nunca haverá um momento em que as condições serão estáveis e perfeitas para tirar as ideias do papel”. 

Stella Mosca, sócia-diretora da Sid Special Paint

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Stella Mosca, sócia-diretora da Sid Special Paint


Stella Mosca carrega um legado de peso no automobilismo: é neta de Sid Mosca, o pintor do capacete lendário de Ayrton Senna e muitos outros nomes do esporte. Hoje, ela comanda a Sid Special Paint ao lado do pai e precisou nadar contra a maré na área e na empresa familiar. “Aprendi que o erro vai acontecer várias vezes, inúmeras, mas que de situações adversas podemos aprender mais. O peso do erro para mulheres é ainda maior, porque além de ter uma cobrança do ambiente externo, nós nos cobramos muito”, afirma.

 Ela recomenda a outras mulheres ter atenção aos detalhes e estar aberta a absorver conhecimento de pessoas mais experientes. Cita, inclusive, uma frase de Ayrton com a qual sempre se identificou: “No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz”.