Muitas mulheres passam por momentos difíceis e nada fáceis de lidar, como desafios e discriminações de gênero. No entanto, inseguranças são criadas e a capacidade do reconhecimento pessoal não é vista. Para isso, uma ferramenta fundamental para ajudar nesse processo é a escrita terapêutica, que tem como objetivo incentivar o empoderamento feminino através da escrita.
A fonoaudióloga e escritora Fernanda Oliveira explica o que é este fenômeno e como ele funciona na prática. “A escrita é capaz de lidar com o autoconhecimento e tem um valor muito forte para o empoderamento entre mulheres. Eu sempre trabalhei com linguagem e encontrei a arte terapia para trabalhar com meus pacientes, então acabei me transformando diante da escrita. As artes plásticas e literárias tem poder de trazer conteúdos que nos cativam, principalmente em uma escrita sem julgamento, onde podemos ressignificar as histórias e nos auto conhecer. Assim, o empoderamento vem aí, em que passamos reconhecer pontos fracos e fortes de nós , até mesmo ter poder sobre as próprias decisões”.
Fernanda explica como a escrita ajuda diversas mulheres a enfrentarem desafios e padrões impostos pela sociedade. “Uma das maneiras de trabalhar com isso é o não julgamento, através da escrita, em que as palavras valorizam o processo, trazendo generosidade para si mesma. Como havia dito, a escrita é uma ferramenta de autoconhecimento e para criar um empoderamento é necessário explorar nossas características mais frágeis da nossa história e o que podemos fazer para ressignificar nos pontos fracos”, explica.
Para a especialista, o empoderamento feminino vem através do autoconhecimento e evolução da autoestima. “Nós trabalhamos a favor da autoestima. Se priorizar é totalmente diferente de ser egoísta. No caso da pessoa que se conhece, ela é capaz de olhar para suas atividades e priorizar um tempo de qualidade para si mesma é tão importante quanto as outras tarefas que essa pessoa tem que dar conta. Um tempo de qualidade para si mesma é trabalhar a favor da saúde mental e física, fortalecendo a autoestima e o empoderamento. Assim, a escrita é uma ferramenta que facilita nossas escolhas e a capacidade de atingir o empoderamento”, destaca.
Para quem deseja praticar a escrita terapêutica, Fernanda. “Devemos escolher nos dar a oportunidade de nos conectar e transmitir uma energia capaz de nos autoconhecer. Às vezes, a gente não se escuta, então devemos ouvir nossa própria voz, nossos desejos, nossas necessidades. Esse modelo de escrita que permite a transmissão de idéias fluidas e valoriza o processo de conhecimento é uma importante escolha para o autoconhecimento. Além disso, precisamos de encontrar uma forma que essa prática funcione na nossa rotina, como um espaço adequado, um silêncio, uma música, um aroma… Escrever não é para qualquer um, mas é para todos. Devemos encarar nossas histórias de vida como importantes”, finaliza.