Assédio no BBB: como devemos tratar vítimas de importunação?

O cantor MC Guimê, participante da 22ª edição do Big Brother Brasil, foi acusado de assédio nas redes após passar a mão no corpo de Dânia, influenciadora mexicana e intercambista no reality. O brother Cara de Sapato também foi acusado pelos internautas por conta de seu comportamento com a jogadora - durante a festa do programa, Sapato tentou se aproximar de Dânia diversas vezes, e, no fim da noite, a segurou pelos braços para conseguir beijá-la.

O caso levou a diversas discussões nas redes sociais: o que devemos fazer quando presenciamos casos de importunação sexual? Como podemos apoiar essas vítimas? Para o iG Delas, alguns profissionais ofereceram algumas dicas de como podemos lidar melhor com esse problema tão presente na vida das mulheres brasileiras.

Primeiro, vamos conceituar

A importunação sexual é definida como um comportamento não desejado e ofensivo de natureza sexual que pode ocorrer em locais públicos, como ruas, ônibus, metrôs, festas, eventos e até no ambiente de trabalho. Essa conduta inclui comentários, gestos, toques, insinuações e propostas sexuais indesejadas, que podem causar constrangimento, humilhação e medo na vítima.

Já o assédio sexual é o tipo de violência que envolve um comportamento indesejado de natureza sexual que ocorre em situações de poder, como no trabalho, na escola ou em outras relações hierárquicas. Portanto, por definição, o comportamento criticado pelos internautas pode ser categorizado por importunação.

“[Esse comportamento] é manifestação de abuso de poder […] e acontece quando esse abuso de poder ganha um aspecto indesejado de cunho sexual, que perturba, constrange, humilha ou intimida uma pessoa como ocorreu de formar repugnante no BBB” diz a psicóloga clínica e psicanalista Soraya Oliveira.

E como podemos proteger as vítimas nesse momento?

Em momentos que existe a possibilidade de ocorrência de uma importunação sexual ou assédio sexual, é muito importante saber e entender a situação para poder agir. O foco, sem dúvidas, deve ser o de proteger a vítima. Veja se ela precisa de ajuda ou apoio. Deixe-a saber que você acredita nela e que o que aconteceu não é culpa dela. Isso é essencial, já que nem todas as pessoas percebem, de cara, que sofreram uma violência.

Se você vivenciou essa situação em um local de trabalho, denunciar o assediador é importantíssimo. Mas se isso aconteceu na rua ou em um evento, não se preocupe: a lei 13.718/2018 define o crime de importunação sexual como a prática de ato libidinoso na presença de alguém sem seu consentimento e pode levar a até 5 anos de prisão.

“O objetivo é combater esse tipo de crime que se esconde por trás de subterfúgios como: ‘achei que ela quisesse’, ‘foi só um beijinho’, ‘é festa, e ‘foi o álcool’”, afirma Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C.

Quer mais?

Agora você pode acompanhar todos os conteúdos do iG Delas pelo nosso canal do Telegram. Clique no link para entrar no grupo!