Ela tinha apenas 16 anos quando, influenciada pelo avô, escolheu sua carreira. Ao acompanhar o parente em sessões de quimioterapia, decidiu, na adolescência, que seria médica. Na idade adulta foi novamente a saúde do avô que a levou a empreeender. Joyce Caseiro procurou uma casa de repouso para ele e não achou nada que a agradasse.
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A solução? Criar, ela mesma, um modelo de residencial para idosos, que acabou se tornando uma franquia de sucesso. Nesta entrevista exclusiva, ela detalha os momentos pelos quais passou e que a levaram a se tornar uma empreendora bem-sucedida.
iG DELAS: Por causa do seu avô, você se decidiu pela medicina? Como foi isso?
Joyce Caseiro:
Sim. Ele teve muita influência na minha escolha pela profissão. Quando eu tinha 16 anos, meu avô teve um tumor na bexiga e precisou ficar internado para fazer algumas aplicações de quimioterapia. Como a minha família toda trabalhava e não conseguia ficar com ele no hospital, eu acabei ficando. E eu adorei. Achei tudo aquilo muito fantástico. Cuidar de pessoas parecia o certo, foi aí que decidi fazer medicina.
Na velhice, ele a influenciou a criar uma casa para idosos?
Meu avô foi diagnosticado com Alzheimer e começamos a busca por uma casa de repouso para que ele pudesse ser cuidado e receber o tratamento adequado. Mas todas as casas que visitamos eram bem asilar, naquela linha de abandonar o idoso. Ele ia para a casa e
não tinha nenhuma atividade multidisciplinar para fazer. Como médica, ver esse bastidor me fez querer fazer algo diferente, por isso em 2013 eu comecei o meu projeto de residencial sênior.
Como foi se tornar empreendedora? Quais foram as motivações e as dificuldades?
Não foi fácil, ainda mais por ser mulher. Nós sabemos que em todos os ramos as mulheres precisam fazer uma prova ainda maior da sua competência. Nós começamos na cidade de Jaguariúna, que ainda não tinha nenhum projeto desse tipo. Eu senti que eu precisava
investir com propósito, que eu precisava ajudar. Mas não sabia como, porque na faculdade de Medicina você não é ensinado a empreender. Eu e meu marido começamos a estudar a possibilidade de criar um residencial sênior diferente, baseado nos modelos europeus. Até
que um dia eu fui visitar uma casa e voltei com as chaves na mão, foi o start para o nosso sonho.
O que o empreendimento traz como diferencial?
Os maiores diferenciais do Terça da Serra são dois: o nosso propósito, que é cuidar das pessoas, dar qualidade de vida para a pessoa idosa, o lucro acontece, mas aqui o foco é dar ao idoso o que ele precisa, trabalhamos sempre com propósito, não tem nada mais
gratificante que isso. E nosso outro diferencial é a nossa tecnologia. Todas as nossas unidades contam com câmeras em todos os ambientes e em nossa Sede em Campinas-SP foi montada uma Central de Monitoramento com técnicos de enfermagem que ficam 24 horas olhando a rotina que está acontecendo nas casas. Além disso, nós usamos o monitoramento por meio de relógios inteligentes. Os nossos
hóspedes usam um SmartBand que monitora a frequência cardíaca, sua movimentação, sono... além de ter um alarme pré queda.
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De que forma ampliou os negócios para franquias? Como consegue manter o mesmo grau de excelência nos franqueados?
Depois da primeira casa, alguns amigos médicos notaram o que estávamos fazendo e se interessaram em levar para a suas cidades. Nós começamos a procurar se havia alguma franquia neste setor e não existia no Brasil. Buscamos uma empresa que pudesse nos
ajudar a nos profissionalizar com todos os protocolos e com isso levamos o projeto para outras cidades. Atualmente temos mais de 120 unidades distribuídas pelo país. Estamos presentes em 23 estados.
Nós avaliamos cada perfil que se interessa em ser nosso franqueado. Temos que ter o mesmo propósito: o cuidado diferenciado com as pessoas idosas. O grau de excelência se dá por meio de nossos treinamentos. Atualmente temos o Instituto Terça da Serra, que
usamos para treinar os nossos colaboradores de todo o Brasil, seja on-line, ou presencial em nossa sede em Campinas-SP.
Quais são os planos com a empresa?
Eu sou muito grata por ver onde já chegamos. A minha meta sempre foi e sempre será levar qualidade de vida a mais pessoas idosas, exatamente do jeito que eu buscava para o meu avô. No ano passado, faturamos R$ 50 milhões. Nesse ano temos a expectativa de chegar
aos R$ 90 milhões e até 2025 pretendemos ter 300 unidades do Terça da Serra.