Saber conversar e argumentar

Saber conversar e argumentar nos negócios já é uma tarefa difícil, e essa dificuldade pode se tornar ainda maior quando são mulheres em posições de liderança. A posição da mulher na argumentação é o principal foco do livro “Ouse Argumentar: Comunicação assertiva para sua voz ser ouvida”, da escritora, professora e comunicóloga, Maytê Carvalho. Para entender a importância da argumentação e como implementar esse hábito na sua vida, a especialista lista as principais dicas.

Entenda a importância da argumentação

“É importante saber que a argumentação não servirá somente no aspecto profissional, mas no pessoal também. No mundo dos negócios vendemos nossas ideias e projetos todos os dias para parceiros, fornecedores e líderes. Damos e recebemos feedback. Isso diz muito sobre a importância de sabermos veicular nossas ideias e ideais de uma forma clara e convincente, mas não somente no ambiente profissional, mas principalmente pessoal”

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Estude sobre argumentação

“Tudo na vida se aprende estudando e com a argumentação não é diferente. Existem vários pontos que devem ser entendidos para que as pessoas comecem a entender como argumentar e qual a melhor forma de debater. É bom conhecer os tipos de argumentadores e debatedores como, por exemplo, o polarizador que é quando a pessoa desconsidera o espectro de possibilidades e busca respostas simplistas para problemas complexos. Temos também o tipo solipsista, que é aquele que justifica suas opiniões pautadas apenas na sua experiência de vida pessoal, sem considerar dados e fatos sociais; o passivo-agressivo, que insinua uma ataque pessoal, mas deixa em aberto o ataque; e o abusivo, que intercala sedução com intimidação, estabelece ultimatos (ou isso ou aquilo)”, explica.

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Deixe a timidez de lado

“Sabemos que é muito comum as pessoas não argumentarem por timidez ou vergonha, especialmente as mulheres e minorias que tiveram suas vozes silenciadas por muito tempo em suas socializações. Existem diversos insights e exercícios práticos para que as pessoas possam quebrar essa barreira como, por exemplo, a psicodinâmica vocal - que é o impacto psicológico que a qualidade vocal das pessoas pode causar nas outras. A questão é que, ao descobrir sua voz e se apropriar da sua capacidade retórica, é possível sublimar o medo de argumentar e debater com outras pessoas”, entende.

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Foque na escuta

“Existem diversas maneiras de se tornar um bom argumentador e uma delas é ter uma escuta ativa, empatia e disponibilidade em ouvir opiniões diferentes e estar disposto a mudar de opinião. Não ter um fetiche com os seus argumentos e visões de mundo, crenças pessoais ou dogmas. Em um mundo em que muitos se pautam nos achismos, ouse defender de forma lógica seu ponto de vista. Ouse questionar. Ouse debater. Ouse expressar sua visão de mundo, apropriando-se do poder das palavras em alto e bom som. É necessário saber e entender que sua voz importa, e será ouvida”, defende a escritora.

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Saiba se adaptar

“Viver em uma era digital transforma a forma como nos comunicamos com os outros, então é importante saber se adaptar para saber argumentar da melhor forma com quem está ouvindo. Meio e mensagem andam de mãos dadas e a nossa capacidade cognitiva de reter atenção cada vez mais diminui. Seja conciso no seu argumento, defenda-o com lógica, paixão e credibilidade e adapte-o ao veículo e audiência para quem você fala seja em 15, 30 ou 60 segundos”, complementa.

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Não se deixe ser silenciada

“Em alguns momentos, é comum que os debates terminem em ofensas e tons de vozes elevados. Nesses casos, é importante pedir um tempo e continuar a discussão em outro momento. Não podemos confundir tempo-limite com tratamento de silêncio. O primeiro é empático, o segundo é perverso. São utilizados por narcisistas como forma de punir e constranger o outro. Além disso, é necessário ficar atento a como as pessoas podem utilizar da argumentação a seu favor. Muitos manipulam o interlocutor com falácias e ultimatos como, por exemplo, a falácia do ataque pessoal ou do apelo à misericórdia. É preciso estar atento e vigiar como nós falamos com os outros e como os outros falam conosco. Toda fala revela dinâmicas invisíveis de poder e de influência”, conclui Maytê Carvalho.

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