Participantes do reality show “Beleza GG” contam como será a nova temporada

Fluvia Lacerda, Mayara Russi e Nahuane Drumond falam sobre a nova temporada do reality, carreira e polêmicas envolvendo o Beleza GG

Foto: Divulgação
A nova temporada de Beleza GG estreia hoje, às 22h


Nesta quinta-feira, 14, estreia a nova temporada de Beleza GG , no E! Entertainment. O reality show acompanha a vida das três modelos plus size , Fluvia Lacerda , Mayara Russi (que participaram da primeira temporada) e Nahuane Drumond (estreante no reality). 

A primeira temporada foi um sucesso. Além do Brasil o programa foi transmitido no México, Argentina, Chile e demais países latinos, alcançando mais de 49,5 milhões de telespectadores. 



Nesta temporada iremos acompanhar Mayara Russi ainda mais focada na carreira internacional e procurando um amor. Já Fluvia Lacerda, após anos morando nos Estados Unidos, volta a morar no Brasil e investe na sua coleção de moda praia.

Denise Gimenez, uma das participantes mais polêmicas da primeira temporada (ela tinha algumas atitudes consideradas gordofóbicas) retorna ao reality. Nesta temporada ela vive uma transformação de vida, de carreira e de estilo.

A nova integrante do programa, Nahuane Drumond, faz parte do catálogo curve da Ford Models. A modelo mora em Londres, mas vem passar uma temporada no Brasil. No segundo episódio desta temporada será revelado que ela foi escolhida para o Beleza GG durante um casting da Ford Models Curve. 

Em entrevista ao iG Delas, as modelos contam o que podemos esperar dessa temporada, alguns spoilers e as polêmicas envolvendo a primeira temporada. Confira a seguir. 


O que significa a palavra gorda para vocês? 


Mayara: pra mim é um adjetivo como qualquer outro. Hoje eu normalizo essa palavra porque eu aprendi a não levar pro lado pejorativo, relacionado a xingamento ou a insulto. Hoje eu não vejo mais dessa maneira.


Nahuane: Durante muitos anos eu levei a palavra gorda como xingamento. Depois que eu desencanei. Tive aceitação total do meu corpo, eu não ligo mais. Mas, quando eu era mais nova sofria muito com um adjetivo colocado pelas pessoas. Hoje em dia eu nem ligo, eu inclusive adoro que me chamem de gorda, é uma coisa que me diferencia das outras pessoas. 



Fluvia: Eu tenho livro chamado “Gorda não é um palavrão”. Pra mim sempre foi um adjetivo. Quando eu era adolescente, sempre tinha uma tia inconveniente que vem e falava: “Nossa eu tenho uma dieta ótima pra você” e eu falava: “Tá bom, mas quem perguntou?”. Ou falavam: “Nossa, como você está gorda” e eu respondia: “Nossa, obrigada por avisar, porque na minha casa não tem espelho”. Minha mãe queria me esganar. Eu sempre fui bocuda, sempre falei o que eu penso, sem filtro, então, eu nunca entendi a relação tóxica com a palavra gorda, eu sempre tive uma visão diferente das coisas independente de ter vivido a pressão que todas as mulheres gordas vivem na escola, na família e na sociedade. Eu nunca absorvi isso. 


Algumas cenas da primeira temporada foram consideradas gordofóbicos por muitas  ativistas. Vocês concordam? Se sim, como isso não vai se repetir nesta temporada?


Flúvia: Por ser um reality show, temos que mostrar a realidade e algumas coisas foram polêmicas sim.


Mayara: Exatamente! Essas situações gordofóbicas que acontecem na série, com certeza são coisas que acontecem sempre, no dia a dia da mulher gorda. As pessoas que não sabem que isso ocorre vão ver. Por isso é importante mostrar para que o telespectador consiga refletir: “Será que eu já fiz isso? Será que eu já passei por isso?”. Claro que as pessoas se revoltaram com as cenas, mas são coisas que realmente acontecem. Como é um reality show, isso acontece. Tudo que acontece nas nossas vidas é mostrado. 



Fluvia: Foi uma ótima concretização daquilo que vivemos o tempo todo. Quem ficou escandalizado com aquilo, as ativistas do movimento contra a gordofobia, entendem como ninguém que é uma realidade que passamos o tempo todo. Como é um programa para todas as pessoas, então tem um valor magnífico expor isso para as pessoas, para que as pessoas entendam. Eu vejo dentro da minha família isso, que alguns têm atitudes ou falas gordofóbicas e nem se dão conta disso. Então eu acho que é uma coisa que sempre vai rolar e eu acho muito pertinente aparecer no programa, para que as pessoas entendam. 


Mayara: E outra coisa: nós nos desconstruirmos a cada dia, não vivemos sempre nessa fase. A maioria de nós éramos gordofóbicas. A gente vai aprendendo a não passar isso pra frente, a mostrar que isso não deve ser falado e ter esse posicionamento mais forte para que isso seja parado.



Qual a parte que vocês mais gostaram de gravar essa temporada? 


Nahuene: Tudo foi importante e especial para mim, já que foi meu primeiro trabalho com televisão. Então foi tudo novo e especial. Cada detalhe, lugar e pessoa que conhecia era uma novidade. E foi super incrível, eu amei fazer parte do programa, trabalhar com uma coisa diferente, eu sempre trabalhei com fotos e sair dessa zona de conforto foi muito importante para mim. Eu espero participar mais vezes, porque na primeira a gente aprende, na segunda a gente se dá melhor... Mas foi importante pra mim, eu amei conhecer todo mundo. 


Mayara: A primeira temporada foi super especial para mim, pois foi a abertura dos caminhos aí para gente ficar no nosso lugar e cada vez mais usar plataformas diferentes para chegar em todo mundo que nós gostaríamos que nosso conteúdo chegasse. Mas, a segunda foi super especial, pois o Beleza GG acompanhou um trabalho que eu fiz com meus filhos que foi um dos trabalhos que eu mais amei na vida inteira. Fiquei chocada com o desempenho da minha filha.


Fluvia: Acho que mostrar um pouco desse lado de se aventurar em novas áreas que você não atuava há muito tempo, dentro do meu país, para mim está sendo bem interessante. Conseguir trabalhamos como modelos e conciliar com essa parte empreendora... Tá sendo muito gratificante conseguir compartilhar esses aprendizados através da série. 


O que podemos esperar desta temporada? 


Mayara: Continuo solteira, nada que eu tentei deu certo. Hoje em dia, ser hétero é um problema (risos). 


Nahuane: Eu to bem com minha vida amorosa agora. Mas, um spoiler, eu convivi bastante com a New Face que vocês ainda vão conhecer. O que eu posso dizer que ela é incrível, maravilhosa e vocês vão adorar conhecê-la e já chegou na série trabalhando. 


Mayara: A new face é muito querida. Ela sempre vem falar comigo no privado no Instagram para falar que ela não vê a hora de estrear a série e eu falo “se segura que tá chegando a hora!”. 



Quais vocês acham que são as principais diferenças de vocês pra primeira pra segunda temporada? 


Fluvia: Na primeira temporada eu tava solteira. Nessa eu tô casada (risos). 


Mayara: Ai, que tristeza ouvir isso (risos). Acho que eu vou até criar um reality show “Quem quer ficar com a Mayara”. 

Nahuane: A temporada foi gravada antes da pandemia, conseguimos terminar tudo nos 45 do segundo tempo, então foi uma experiência bem nova!


Fluvia: Brincadeiras à parte, teve um atraso na estreia do programa por conta da pandemia, então muita coisa aconteceu. Na minha vida, a mais gritante foi encontrar com a cara metade, eu me mudar dos EUA pro Brasil, achar que eu conseguiria manter uma ponte área entre Roraima e o resto do mundo, principalmente durante da pandemia.


O norte do Brasil é muito negligenciado comparado a outras áreas. Vivo em um dos estados mais pobres do país e é uma confusão. Mas me trouxe uma riqueza de vivência muito grande. Eu moro em uma fazenda. Apesar de não ter tido contato com meus amigos por conta da pandemia, quando o mundo era normal, tinha esse contato com amigos de infância. Essa coisa do meu filho sair de um lugar frio, em um apartamento - eu morei metade da minha vida fora do país - e agora meu filho poder viver em contato mais direto com a natureza é otimo. Minha vida mudou de ponta cabeça nesses últimos dois anos.