Ex-funcionárias acusam Localiza de demissão por homofobia; empresa nega

Em publicação no LinkedIn, elas dizem que o gerente afirmou que estavam “sendo vigiadas 24 horas dentro e fora da empresa”

No domingo (28), Uiara Cavalcanti e Milena Agostinho, ex-funcionárias da Localiza Hertz, de Belo Horizonte (MG), publicaram o mesmo texto no LinkedIn dizendo que foram demitidas da empresa devido a um suposto relacionamento entre as duas. 

Ex-funcionárias fizeram a acusação em uma publicação no LinkedIn
Foto: Flickr/Agência Brasília
Ex-funcionárias fizeram a acusação em uma publicação no LinkedIn

“Fui demitida como Executiva de Vendas Internas, da maior locadora de veículos da América, a Localiza Hertz, por um gerente completamente desinformado, homofóbico que demitiu duas funcionárias apenas para satisfazer seu preconceito”, começa o texto.

Elas continuam: “Quando cheguei na empresa ele apenas me pediu para assinar a minha rescisão contratual e devolver o crachá sob o argumento de que eu tinha um relacionamento ‘gay’ com outra funcionária, que aliás, também foi demitida. Nos disse, segundo as palavras dele: ‘Poderia ser até o Neymar da equipe que esse tipo de coisa ele não toleraria’”. 

Uiara e Milena ainda dizem que o gerente afirmou que elas estavam “sendo vigiadas 24 horas dentro e fora da empresa”. Elas afirmam que “esse suposto relacionamento não existe, e estou cansada de ver minha carreira interrompida toda vez que me deparo com gestores preconceituosos”. 

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“Entendi que não tenho que ter vergonha de falar e muito menos me esconder por receio de não conseguir outro emprego, afinal homofobia é crime, acredito que ainda têm empresas que são de fato inclusivas, cidadãs e que valorizam e respeitam seus profissionais”, finalizam a publicação.

Em nota enviada ao Delas, a Localiza Hertz afirma que “os desligamentos ocorreram em maio deste ano, há 40 dias, em um ajuste de quadro da Companhia devido à atual demanda decorrente da pandemia, em linha com o turnover anual da empresa”. 

A nota também diz que “A Localiza apurou o caso de forma isenta e cuidadosa, por meio de auditoria e de análise do Comitê de Ética, comunicando a todas as partes envolvidas o resultado da rigorosa investigação. A empresa concluiu que os desligamentos se deram em decorrência de critérios técnico-administrativos e, mediante escuta de todos os envolvidos e análise das provas apresentadas, não identificou indícios que sugerissem uma decisão incompatível com os valores da companhia sobre desligar alguém em função de sua orientação sexual”. 

Procuradas pela reportagem, Milena e Uiara, afirmam que não vão comentar o caso novamente até a conclusão de uma nova auditoria. 

Por fim, a Localiza fala que “valoriza a diversidade de seus colaboradores e acredita que o caminho para um negócio próspero e humano se dá por meio de um ambiente de trabalho inclusivo, diverso e respeitoso, independentemente de gênero, orientação sexual, raça, religião ou qualquer outro aspecto”.