"Amo minha pele": Kim Kardashian e outras mulheres falam sobre psoríase
As histórias são inspiradoras e ajudam outras pessoas que sofrem com a doença de pele e ficam com receio de deixar as manchas e marcas à mostra
Por iG Delas |
Na terça-feira (5), o jornal britânico Daily Mail alegou que Kim Kardashian estava em um bad skin day - que, em português, significa "dia de pele ruim’" - por, supostamente, aparentar espinhas em seu rosto. No Twitter, a socialite, de 38 anos, respondeu à publicação e disse que era psoríase.
It’s psoriasis all over my face. 😢 https://t.co/E94lI7mfDG
— Kim Kardashian West (@KimKardashian) 5 de fevereiro de 2019
A psoríase é uma doença autoimune que causa manchas na pele e pode se espalhar pelo corpo. Em dezembro do ano passado, a famosa já havia falado sobre o assunto nas redes sociais. “Acho que chegou a hora de começar um tratamento. Eu nunca vi isso assim antes e não posso cobri-la neste momento. Isso tomou conta do meu corpo. Preciso de ajuda o mais rápido possível”, escreveu.
Além de Kim, outras mulheres já falaram sobre a condição e a relação de autoconfiança desenvolvida. Confira algumas histórias:
1. "Não devo me esconder", diz Molly Mathews, jovem com psoríase
A primeira história é da britânica Molly Mathews. Aos 11 anos, ela notou que estava com manchas na pele e, a princípio, não sabia que esse era um dos sintomas da psoríase, condição que foi confirmada após uma consulta médica.
Ao portal Metro UK , a jovem relata que essas mudanças a fizeram se sentir mal, principalmente por estudar em um colégio só de meninas. Afinal, na adolescência, é normal se preocupar com a aparência e se sentir pressionada para se encaixar nos “padrões de beleza”.
Apesar de tudo isso, a britânica não deixou que esse sentimento ruim a afetasse por muito tempo – e passou a usar suas próprias marcas para falar sobre autoaceitação e amor próprio. "Recebo muitos comentários ruins. Pessoas perguntam o que há de errado comigo ou falam que minha pele parece ruim. Alguém inclusive já me falou para não usar batom vermelho porque faria minha doença parecer pior — mas isso só me fez querer usar ainda mais."
Molly ainda declara que está cansada das pessoas terem pena dela. Isso porque costumam dizer que ela é corajosa por exibir sua pele quando, na verdade, isso não deveria ser tratado como coragem, mas visto com normalidade.
"Alguns comentários podem ser muito destrutivos para sua autoestima, mas eu amo minha pele. Estou muito confortável assim e não sinto que devo me esconder. Sempre digo que não preciso de tatuagens quando ficar mais velha, porque as marcas já parecem com designs de flores”, conta.
Diante disso, ela publica imagens com desenhos sobre a pele que seguem o contorno das manchas vermelhas. A ideia das ilustrações surgiu após ver uma campanha online e, assim, decidiu que também gostaria de usar o Instagram para transmitir algo positivo.
Segundo a jovem, a iniciativa já está trazendo respostas positivas dos internautas. "Me sinto tão feliz de ver outras pessoas com psoríase se unindo e compartilando suas histórias. É ótimo ver celebridades, como Kim Kardashian ou Cara Delevigne, falando sobre isso”, diz.
Você viu?
Ela declara que tirar fotos a ajudou no processo de aceitar a própria aparência. "Me deu a chance de me olhar e apreciar que eu estava tendo um dia bom. Você não precisa amar a psoríase, mas é importante fazer uma pausa para reconhecer que você é bonita. Não me acho feia por causa da minha pele — faz parte de mim."
2. "A doença me ensinou o significado de amor próprio", declara Aimee Gooden
Além de Molly, quem também sofre com condição é a influenciadora digital Aimee Gooden. No lugar de esconder sua pele, ele dá uma aula de aceitação ao abraçar a doença como parte de quem ela é – e, com isso, inspira outras pessoas. Os primeiros sinais surgiram no início de 2018 e, com a confirmação, sua vida mudou.
Antes, sair em público era problemático porque, coo ela conta, costumavam rir de sua aparência. Por isso, ela começou a ficar cada vez mais confinada. “Fiquei na casa da minha mãe por semanas chorando”, diz ao site Health .
Pouco tempo depois, ela não aguentava mais se esconder e decidiu publicar uma foto em sua conta no Instagram. Porém, a primeira publicação não foi como ela esperava e rapidamente ela se tornou alvo de bullying na rede. “Cheguei a receber ameaça de morte”, revela.
Aos poucos, ela começou a aceitar doença e a nova aparência. E quanto mais ela se aceitava e construía sua autoestima, mais os outros começaram a aceitar. Ela seguiu publicando fotos na rede social e os comentários maldosos deram espaço a mensagens de amor e apoio de outras pessoas que também estão em suas próprias jornadas de autoconfiança, seja por uma doença ou não.
Além de compartilhar sua rotina, Aimee também fala sobre o comportamento do outro em relação a ela. Na legenda de suas fotos, costuma explicar que entende que as pessoas podem olhar por curiosidade, mas há um jeito certo de fazer isso. “Se você olhar porque está intrigado, seja gentil o bastante para sorrir de volta quando eu sorrir para você. Por favor, não desvie o olhar envergonhado!”, orienta.
Aimee atua para que sua doença seja cada vez mais naturalizada e para que os olhares curiosos e reprovação diminuam. A influenciadora digital finaliza dizendo que hoje ela se recusa a se esconder. “Eu lutei por anos para encontrar o amor próprio quando eu era ‘normal’, mas foi a psoríase que realmente me ensinou o que ele significa”, afirma.
3. "Percebi que sou linda", relata Giorgia Lanuzza
A inglesa Giorgia Lanuzza também integra a lista. A jovem tem a condição desde os 13 anos e, por cerca de uma década, enfrentou olhares estranhos de pessoas por causa das marcas que carrega em 97% do corpo. Ela sofreu bastante na escola, com colegas que não entendiam sua condição. Isso fez com que ela ficasse com medo até de se olhar no espelho.
Em entrevista ao Daily Mail , Giorgia disse que aprendeu a amar sua pele e, com orgulho, mostra o corpo para encorajar outras mulheres a lutar contra a patologia. "Finalmente fiz as pazes com minha pele e percebi que sou linda", afirmou.
Ela ainda declarou que sua condição tinha aspecto vermelho e com pontos inchados, e as pessoas a olhavam como se ela fosse "nojenta" e pudesse transmitir, de alguma forma, a doença. Além disso, percebeu que o estresse decorrente de toda a situação fazia o problema piorar e, por isso, decidiu olhar para a própria pele de forma positiva.
A inglesa chegou a lançar uma campanha online contra os mitos que cercam a psoríase . A ideia surgiu após ver que muita gente acredita que a patologia é contagiosa. Entretanto, as manchas são resultado de um problema de defesa do organismo, ou seja, não há como outra pessoa pegá-las através do contato com o portador.