Mulheres fazem parte de campanha "Janeiro Peludo" e exibem pelos no corpo
Ideia da campanha é mostrar que as mulheres têm total liberdade de optar por abandonar a depilação e também arrecadar fundos para instituição
Por iG Delas |
Pelos no corpo de uma mulher, por mais que seja algo completamente natural, ainda gera polêmica. Basta relembrar a enxurrada de críticas em relação a atriz Bruna Linzmeyer
por exibir pelos nas axilas e virilha em um ensaio e, neste mês, na capa de uma revista. E o tabu não é apenas no Brasil, tanto que uma hashtag criada por uma estudante inglesa está dando o que falar.
Laura Jackson, de 21 anos, criou a campanha Januhairy, um trocadilho com as palavras janeiro - january - e cabelo - hair - em inglês. Seria algo como "Janeiro Peludo", em português. A ideia é mostrar que as mulheres têm total liberdade de exibir pelos no corpo, abandonar a depilação e se sentirem bem e confiantes com esse look natural.
A página do Instagram @janu_hairy reúne fotos de mulheres que aderiram à campanha e também traz mensagens que defendem que as mulheres têm o direito de escolher o que fazer com seus corpos e seus pelos. É por lá também que Laura dá os detalhes da campanha.
Em um dos posts, ela diz que teve de deixar os pelos crescerem, em maio de 2018, para fazer uma apresentação como parte de um trabalho da faculdade de artes. "Algumas partes foram um desafio para mim, mas outras realmente abriram meus olhos sobre o tabu em torno dos pelos no corpo de uma mulher", fala a estudante.
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Com o tempo, ela disse ter visto algumas vantagem em ficar peluda. "Depois de algumas semanas me acostumando com isso, comecei a gostar dos meus pelos naturais. Também passei a gostar de não ter mais de sentir o desconforto da depilação ", escreve Laura.
Apesar de se sentir bem com os pelos, Laura conta que passou a receber críticas de pessoas que não entendiam porque ela não queria mais se depilar. Foi então que surgiu a ideia de criar o "Janeiro Peludo".
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Pelos no corpo no "Janeiro Peludo"
A proposta da campanha era se depilar no finalzinho de dezembro de 2018 e abandonar lâminas e cera a partir de 1 de janeiro de 2019. Laura, que já estava com os pelos grandes desde aquele trabalho na universidade, disse que se depilou e está deixando tudo crescer novamente para fazer parte da campanha.
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"Não é uma campanha de raiva contra aqueles que não percebem quão normal é ter pelos no corpo . É mais um projeto de empoderamento para que todos entendam mais sobre eles mesmos e sobre os outros", explica a estudante. A campanha ainda está arrecadando dinheiro para a instituição Body Gossip, que defende temas como "body positive" e ajuda jovens a aceitarem seus corpos.