Cicatrizes pelo corpo podem ser motivo de vergonha para muitas pessoas, principalmente para mulheres. Era o caso da britânica Sylvia Mac, cujo corpo está coberto de marcas decorrentes de queimaduras de terceiro e quarto grau que ela sofreu quando criança. Mas ela decidiu reverter a situação: após sofrer preconceito por estar usando um biquíni na praia, que exibia as cicatrizes, Sylvia decidiu criar um grupo de apoio para ajudar outras pessoas com corpos desfigurados.
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Aos três anos de idade, Sylvia derrubou uma panela de água fervente sobre si mesma. O acidente foi tão horrível que, na época, os médicos disseram a seus pais que ela não sobreviveria. Os anos seguintes seriam marcados por visitas constantes ao hospital para tentar reparar o dano provocado pelas queimaduras em seus braços e costas. Além disso, Sylvia viria a desenvolver depressão e até ter pensamentos suicidas, de tanto que odiava suas cicatrizes
.
Até que em 2016, quando ela estava na praia com a mãe, Sylvia - que usava um biquíni e tinha uma toalha enrolada ao redor de si - reparou que um homem a seguia com o celular filmando seu corpo. “Naquele momento, eu decidi que não queria mais sofrer com a aparência do meu corpo e tirei a toalha que me cobria. Era a primeira vez que eu fazia aquilo em público”, contou Sylvia ao jornal britânico The Sun.
Depois desse episódio, ela decidiu que passaria a ajudar outras pessoas, principalmente mulheres, com corpos desfigurados por cicatrizes. Para isso, ela criou o site e o grupo no Facebook de mesmo nome: “Love Disfigure” (Amor desfigurado, em tradução livre).
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“Desde que eu aprendi a me aceitar, reconquistei minha confiança e, agora, [além do grupo] monto grupos de natação com pessoas que tenham doenças de pele, marcas, queimaduras e cicatrizes para que elas também possam se aceitar”, escreve Sylvia em seu site.
Beleza exposta
No site, assim como no Facebook, há um enorme ensaio fotográfico dela e de outras mulheres, homens e até crianças, usando roupas de banho e exibindo orgulhosamente suas marcas .
Sylvia afirma que quis fazer o ensaio para desafiar a indústria da moda a ser mais inclusiva. Ela conta que, quando jovem, chegou a receber um convite para ser modelo, mas foi rejeitada assim que viram suas marcas.
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“Não há motivo para escondermos nossas cicatrizes . Nós podemos ser confiantes com elas e encontrar a felicidade. Deixe sua beleza interior brilhar. Acredite em si mesmo e passe a enxergar suas marcas somente como mais uma parte daquilo que te torna único. Nós todos podemos ser pessoas lindas.”