Cantora com mais de 200 marcas de nascença é inspiração em luta contra bullying
Cantora que já foi chamada de "dálmata" e "mão do demônio" conta como superou bullying e preconceito e se tornou "seu próprio super-herói"
Por iG Delas |
Libny Molano, de 24 anos, tem mais de 200 marcas de nascença espalhadas pelo corpo, sendo que a maior delas tem mais de 80 centímetros e se espalha pela extensão do braço direito, dos dedos ao cotovelo.
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Conhecido como nevo melanocítico congênito gigante, esse tipo de marcas de nascença é raro. O surgimento geralmente se dá por problemas com melanócitos – células da pele que produzem melanina – que não se espalham uniformemente no útero. Geralmente de cor escura e com pêlos, se apresentam logo no nascimento ou durante o primeiro ano de vida e crescem conforme a idade da criança avança.
Ao jornal britânico "The Sun", a cantora colombiana conta que aos dois anos seus pais explicaram sobre as marcas de nascença e que, até então, ela nunca tinha visto problema nisso. Entretanto, quando entrou na escola, Libny sofreu bullying e recebeu apelidos maldosos como “dálmata”, “gorila” e até “mão do demônio".
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“Crianças têm as reações mais honestas e ao mesmo tempo cruéis do mundo, de modo que me mudaram. Eu percebi que eles tinham medo de mim e eles não queriam passar tempo comigo”, conta a jovem.
Segundo Libny, essa recepção foi extremamente dolorosa e confusa, porque em casa era protegida pelos pais. “Em casa, eles [os pais] sempre me disseram que eu era única, e depois disso comecei a perceber a reação das pessoas em todos os lugares que eu ia e isso me deixou triste, envergonhada, com medo e insegura.”
Mas os comentários e olhares não impediram a garota de se sentir bem consigo mesma. Cansada de se sentir insegura, Libny tomou confiança para aceitar-se como ela é. "Decidi me tornar a melhor versão de mim e ser meu próprio super-herói."
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Luta contra o bullying
Hoje, a cantora aconselha outras pessoas que passam pelos mesmos problemas e tenta ajudá-las a terem orgulho de serem elas mesmas. "A mensagem que quero transmitir é que somos todas obras-primas, feitas perfeitamente por um grande pintor, e não devemos nos ver como nada menos que isso. Somos todos uma ‘Mona Lisa’, perfeita e única à nossa maneira.”
"Meu conselho é abraçar o que for diferente e torná-lo seu melhor recurso, todos nós temos nossas próprias ‘marcas de nascença’ e é isso que nos faz quem somos”, finaliza Libny.