Hipismo: mulheres se destacam em esporte que promove igualdade de gênero

Em todas as provas de hipismo da Olimpíada, atletas de ambos os sexos concorrem entre si na briga por medalhas

Foto: Divulgação
Anky van Grunsven é recordista no hipismo olímpico

Quando ganhou seu primeiro pônei, aos seis anos de idade, Anky van Grunsven só queria saber de limpar e escovar o animal. Naquela época, em 1974, a garotinha holandesa nem sonhava que viria a se tornar a atleta com o maior número de medalhas olímpicas no hipismo.

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Único esporte no programa dos Jogos em que homens e mulheres competem em pé de igualdade, o hipismo é dividido em três modalidades: adestramento, concurso completo de equitação (CCE) e saltos. As nove medalhas de Anky (três ouros, cinco pratas e um bronze) foram conquistadas nas provas de adestramento, entre as Olimpíadas de Barcelona-1992 e Pequim-2008. Dona de cinco ouros e três pratas, a alemã Isabell Werth é outro grande destaque nesse tipo de prova.

Entre os homens, os maiores medalhistas são o alemão Reiner Klimke, hexacampeão olímpico e três vezes bronze no adestramento, e seu compatriota Hans Günter Winkler, que coleciona cinco ouros, uma prata e um bronze nos saltos.

A parceria entre homens e cavalos apareceu nos Jogos pela primeira vez em Paris-1900 e passou a integrar o programa regular em Estocolmo-2012. Até 1948, porém, as competições destinavam-se apenas aos oficiais do exército. A partir de Helsinque-1952, as disputas foram abertas aos competidores civis, incluindo mulheres, que começaram a competir no adestramento, e, gradualmente, nas demais modalidades.

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Desde então, o hipismo tornou-se o esporte olímpico mais nobre em termos de promoção da igualdade de gênero. Tanto nas provas individuais quanto nas por equipe, cavaleiros e amazonas concorrem entre si e exatamente nas mesmas condições.

Outros esportes

Olimpíada com maior participação feminina da história (45% dos atletas inscritos são mulheres), os Jogos do Rio 2016 terão outros esportes com disputas entre ambos os sexos. Badminton, tênis e vela - pela primeira vez, com a classe Nacra 17. Nessas três modalidades, porém, homens e mulheres formam duplas mistas e não competem diretamente.

Em contrapartida, alguns eventos durante os Jogos são exclusivos de um gênero. Na luta olímpica, apenas homens brigam pelas medalhas na categoria greco-romana, enquanto o estilo livre é aberto também às mulheres. Já a ginástica rítmica e o nado sincronizado destinam-se somente ao sexo feminino.

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Há ainda aqueles esportes disputados por todos os atletas, entretanto, que apresentam diferenças de acordo com o sexo. Na ginástica artística existem aparelhos específicos para as ginastas (trave e barras paralelas assimétricas) e aparelhos exclusivos dos homens (argolas, cavalo com alças, paralelas e barra fixa). Remo e canoagem apresentam modificações nos equipamentos e nas distâncias dos percursos.

E é por isso que, no momento em que o discurso sobre a igualdade de gênero está tão em alta, o hipismo é tido como o esporte mais fiel a tal ideologia. Os seis eventos da Olimpíada - individuais e por equipes - colocam cavaleiros e amazonas no mesmo patamar na luta pelo lugar mais alto do pódio.