Juliana Reis ao Delas: "Viram que eu não era monstro e me pediram desculpas"
Criticada após dizer estar detestando ser mãe, Juliana Reis ganhou visibilidade e, após ir à TV, recebeu alguns pedidos de desculpas e encontrou uma causa para chamar de sua
Desde que decidiu publicar um desabafo contando todas as dificuldades que enfrenta com o que chamou de "maternidade real", Juliana Reis, de 25 anos, foi criticada, julgada, bloqueada do Facebook, convidada a participar de programas de televisão e, depois de tudo isso, encontrou uma causa para chamar de sua.
Ensaio exclusivo
E, enquanto embala Vicente, de 2 meses, que havia tomado vacina e estava "meio enjoadinho", ela fala sobre as últimas semanas e ainda mostra um pouco da rotina tão atribulada do puerpério. O ensaio exclusivo foi feito pela amiga e fotógrafa Monique Ranauro.
Chegaram até a me mandar mensagens admitindo que tinham me criticado, mas que depois viram que eu não era aquele monstro. Essa foi a melhor parte"
As duas moram em Belfort Roxo, no Rio de Janeiro, e trocam experiências sobre o período. Aos 29 anos, Monique entende os perrengues que Juliana enfrenta: ela sofreu de depressão pós-parto e chegou a tentar o suicídio duas vezes após o nascimento da filha, Mia, de 5 meses.
Ao Deles , Monique contou um pouco do que passou desde que deu à luz.
"Jogam no nosso colo uma responsabilidade absurda e querem que nós sejamos fortes na hora! Eu achei que fosse morrer. Tentei suicídio duas vezes! Planejei o nascimento da Mia com todos os detalhes, mas graças a essa depressão pós-parto de m**** vi tudo saindo do meu controle. Com sorte consegui fazer meu TCC e concluir a faculdade. Mas emprego? Trabalhava há seis anos num escritório de advocacia, fui demitida. É muito difícil tudo!", lamentou.
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"Viram que eu não era aquele monstro"
Depois de toda a repercussão, Juliana diz ter recebido mensagens de apoio e pedidos de desculpas. "Algumas pessoas me pediram desculpas porque pensaram mal de mim no começo, outras ainda pensam e acham que fiz e faço tudo para aparecer porque não conseguem enxergar o propósito por trás dessas aparições.. Provavelmente, outras pessoas passaram a entender, mas nem todas têm a humildade de se redimir", reflete a mãe de Vicente, de 2 meses.
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"Aquela Juliana morreu quando recebeu o teste positivo. Morri naquele dia"
Mãe que é mãe...
"O que mudou na minha vida é que hoje tenho algo em que trabalhar. Estou com o projeto de blog e com o grupo do Facebook que estou curtindo muito", diz ela, sobre o Mãe Que É Mãe.
"A ideia é desconstruir essa coisa de que mãe tem que ter algumas atitudes para ser uma boa mãe. Por exemplo, que 'mãe que é mãe precisa gostar de amamentar'. Eu não gosto de amamentar, meu filho fica colado 24 horas por dia no meu peito e é cansativo, é doloroso. Gosto em alguns momentos, mas falar que morro de amores não dá. Muitas mulheres passam por isso e não têm coragem de falar. Também quero dar conselhos, por exemplo, sobre mastite, que tive na amamentação. Posso trocar ideias com essas mães que passam por isso também", emenda.
* Monique Ranauro é responsável pelo projeto Sou Dessas Mães, que consiste em fotografar mulheres-mães e suas crias, não importando a idade. O objetivo do projeto é mostrar a maternidade nos diferentes estágios da vida, do puerpério até a idade adulta.