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Palavra de Mãe

Thelma Torrecilha escreve sobre a dura e deliciosa tarefa de educar os filhos

é jornalista, especialista em Comunicação Social e Educação, editora do blog Mãe na Web e mãe de três filhos de gerações bem diferentes - com 28, 25 e 3 anos de idade

Combate ao machismo começa na infância e dentro de casa

Os discursos são menos importantes do que aquilo que se repete no cotidiano, diz psicólogo

15/08/2011 07:04

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Foto: Getty Images Ampliar

Tarefa de criar meninos menos machistas começa pelo exemplo dentro de casa

A mãe que manda o filho e a filha arrumarem a cozinha juntos está ajudando a combater o machismo. O pai que prepara o almoço da família está dando bom exemplo para seus filhos não serem os machistas de amanhã. Infelizmente, essa não é a rotina da maioria das famílias brasileiras. É dentro de casa que o machismo parece mais irredutível. As tarefas domésticas ficam muito mais por conta das mulheres, porque os homens se negam a fazê-las. Além disso, mães que criam filhos sozinhas assumem tudo ou distribuem afazeres apenas para as meninas, poupando os meninos das obrigações do dia a dia.


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Mães de meninos x mães de meninas

Em uma casa onde as crianças crescem vendo as tarefas cotidianas divididas igualmente entre homens e mulheres, as chances de se formarem adultos comprometidos com o respeito aos direitos iguais para ambos os sexos são maiores.

Culturalmente ainda predomina entre os meninos o modelo de comportamento do homem que não assume responsabilidades domésticas. É difícil convencer o filho de que ele precisa limpar o banheiro se o pai estiver no sofá vendo televisão enquanto a mãe faz o serviço da casa. O pai é a grande referência e serve de modelo social e cultural para o filho.

É difícil, mas não impossível. Segundo o psicólogo Florival Sheroki, os comportamentos herdados e aprendidos são modulados socialmente e podem mudar de acordo com as novas necessidades da sociedade. “A melhor forma de ensinar (a não ser machista) é sendo um bom pai. A forma como eu crio é o principal modelo que vou passar para frente. Não quer dizer que quem não recebeu não possa dar para os filhos”.

Se o adulto não faz e o menino não fizer também, o machismo vai passando de geração para geração. Lino de Macedo, professor de psicologia do desenvolvimento do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), disse que os meninos não devem crescer achando que arrumar a casa e fazer comida é coisa de mulher, de mãe ou de empregada. “O que ajuda no sentido educacional é a questão do cotidiano. As responsabilidades domésticas devem ser de ricos e pobres, de meninos e de meninas. Comer é uma necessidade de homens e de mulheres”.

Para Lino de Macedo, os meninos não precisam repetir o adulto. “Os pais são referência pela presença e pela ausência, pelo que fazem ou deixam de fazer, pelo modo como se relacionam com a mãe. A criança observa, acompanha, reflete sobre as variações de comportamento e toma como referência para seguir ou não seguir, com uma apreciação positiva ou uma apreciação negativa”.

A criança guarda os brinquedos desde os primeiros anos de vida e, com o tempo, assume novas tarefas. É fundamental que ela tenha participação no dia a dia da família. As obrigações têm função educacional. “Para as crianças, as coisas simples que marcam. Os discursos são menos importantes do que aquilo que se repete no cotidiano”, explicou o professor Lino.

Se os meninos não forem poupados dos afazeres domésticos juntamente com os seus pais, perceberão que alguma coisa está errada na dinâmica da família. Se ele é menino e tem obrigações em casa, por que o pai não tem? Quem sabe o homem não fique constrangido ao ver todos trabalhando, menos ele, e se levante do sofá.

Veja também: meninos podem brincar de boneca e meninas, de carrinho?


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Sobre o articulista

Thelma Torrecilha - thelma.torrecilha@ig.com.br - é jornalista, especialista em Comunicação Social e Educação, editora do blog Mãe na Web e mãe de três filhos de gerações bem diferentes - com 27, 24 e 3 anos de idade

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    19 Comentários |

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    • Marco Rodrigues | 18/09/2011 14:41

      Concordo sim que os homens tem que aprender desde cedo os afazeres domésticos, não por causa de machismo ou feminismo, e sim por necessidade não sabemos como será o futuro de uma criança e ela tem que estar apta para tal, bem como outros afazeres de mulheres que podem ser feito por homem, só que há uma questão um tanto complicada nos dias de hoje, é condenar a masculinidade de um homem, hoje em dia pululam teorias modernas complicadas e que tem matado a cada dia mais a masculinidade e nem to dizendo do machismo, simplismente estamos vivendo uma sociedade dos não me toques. O que acham?

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    • Marco Rodrigues | 18/09/2011 14:33

      Concordo e discordo em outros termos, concordo que de fato o homem aprender desde de pequeno a se virar e isso inclui afazeres domésticos, isso não é vergonha, dentre outras coisas que o homem pode fazer no lugar da mulher, mas veja um ponto da opinião do Laércio, nós homens estamos sendo bombardeados por teorias feministas, andróginas, dentre outras que esta de fato matando a masculinidade de um homem, não concordam? Na verdade estamos vivendo em uma sociedade dos não me toques?

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    • Marco Rodrigues | 18/09/2011 14:32

      Concordo e discordo em outros termos, concordo que de fato o homem aprender desde de pequeno a se virar e isso inclui afazeres domésticos, isso não é vergonha, dentre outras coisas que o homem pode fazer no lugar da mulher, mas veja um ponto da opinião do Laércio, nós homens estamos sendo bombardeados por teorias feministas, andróginas, dentre outras que esta de fato matando a masculinidade de um homem, não concordam? Na verdade estamos vivendo em uma sociedade dos não me toques?

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    • Iván | 13/09/2011 15:35

      Na verdade ninguém consegue educar filhos, se estiver fora de casa o dia todo, para educar é preciso muito tempo, e debe-se começar no verso, conversar com a criança, trocar fraldas, e dar carinho mostrando sempre o que é bom e ruim, dar banho, vestir a criança, tudo de acordo a bons principios adquiridos durante a nossa vida e passados aos filhos com muita conversa, se deixar outras pessoas que não sejam os pais, a criança vai crescer confusa, e sempre mostrar que não é "NAO" e sim é "SIM", os comentários anteriores, criam discussões sem fim e alguns usam palavras como homem, gay mulher, porco, idiota, isso não existe, estamos falando de pessoas, quer ser pai ou mãe? estude e procure aprender o que é ser pai e mãe, o que é ser homem, mulher, ensine isso a seu filho(a). Caráter, honestidade, humildade, simpatia, respeito, alegria, amor, carinho, companheirismo, ensine tambem o que é, arrogancia, antipatia, chato, desonesto, vulgar, odio, desrespeito. e as consequência dos seus atos, bons ou ruim, e mésmo assim não teremos garantia de boas pessoas.

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    • José Antonio Coelho de Almeida | 16/08/2011 13:49

      Muito bom o conteúdo como educação moral para á vida toda

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    • Dayane Rocha de Oliveira | 16/08/2011 09:50

      Veja que legal...

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    • PAULINO RENZ | 16/08/2011 09:17

      O IMPORTANTE É NÃO ATRIBUIR A CRIANÇAS E ADOLESCENTES TAREFAS QUE ELAS NÃO TENHA CONDIÇÕES DE REALISAR.

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    • sistema | 16/08/2011 07:45

      é ai que começa tudo............ querer que o menino seja menos machista, é um principio da mudança de comportamento perigoso ........... pode virar a casaca

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      inês | 31/08/2011 07:47

      SISTEMA, quem se encarrega de fazer o filho VIRAR A CASA é o próprio Pai que faz questão de deixar claro que certas atividades do lar estão diretamente ligadas ao funcionamento de certas "partes" e "órgãos" do corpo masculino!

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    • lazaro | 15/08/2011 18:08

      Um absurdo essa matéria é extremamente feminista!!!

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