Quando a cirurgia é indicada? Existem complicações? O médico-cirurgião Luís Felipe Maatz responde as principais dúvidas sobre o procedimento
Apesar de o Brasil ainda ocupar o segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, o número de procedimento para remoção de silicones também aumentou desde 2018. Só no ano de 2020, foram realizadas 25 mil explantes de silicone, até mesmo celebridades como Giovanna Antonelli e Carolina Dieckmann optaram por retirar as próteses.
O médico-cirurgião plástico, Luís Felipe Maatz, explica que exitem duas categorias, as de critérios maiores, que integram: exposição a um estímulo externo, como infecções; e critérios menores, sendo: o aparecimento de autoanticorpos; síndrome do cólon irritável; surgimento de uma doença autoimune, como esclerose múltipla ou esclerose sistêmica.
O profissional ainda acrescenta: “Por isso, a avaliação é fundamental para exclusão de outras doenças que podem causar os mesmos sintomas. A cirurgia de retirada das próteses pode ser considerada como opção, em conformidade com o desejo da paciente e seu entendimento de que os sintomas poderão, eventualmente, continuar. Mas há muitos relatos de pacientes que foram submetidas ao explante e tiveram melhora ou resolução de sintomas”.
De acordo com o médico, a cirurgia é de baixo risco, mas caso surja complicações, elas são classificadas em ordinárias (relacionados a todo procedimento cirúrgico, como hematoma, infecção, abertura de pontos, cicatrizes inestéticas, alterações de sensibilidade, dores no local operado, aparecimento de estrias) e específicos (relacionados ao implante em si, como contratura capsular, ruptura da prótese e o chamado tumor anaplásico de células gigantes, um raro linfoma que pode se desenvolver na cápsula que se forma ao redor de próteses).
“As contra-indicações para o implante são basicamente as mesmas para qualquer outra cirurgia plástica (como doenças sistêmicas descompensadas ou contraindicações a anestesia), além daquelas relacionadas às mamas, como período de amamentação atual ou recente e algumas doenças mamárias ativas”.
Segundo o especialista, não há mais a necessidade de troca das próteses a cada dez anos, essa manutenção era exigida dos modelos mais antigos dos implantes. Entretanto, ele ainda recomenda que a paciente faça visitas de rotina para o cirurgião que realizou o procedimento.
Maatz também aponta que alguns cuidados ainda vão ser necessários depois da remoção do silicone, como a mastopexia (retirada de pele e reposicionamento dos tecidos mamários). Além disso, o pós-operatório de uma explante é mais prolongado do que a da cirurgia de colocar silicone.
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