Etiqueta do começo de namoro

Deixar roupas na casa do outro, telefonar em excesso e mais comportamentos que forçam a intimidade e atrapalham a relação

O início de um namoro é gostoso, cheio de paixão e vontade de ficar junto. No processo de se conhecer melhor o casal que está em um relacionamento recente também lida com inseguranças na forma de agir para mostrar interesse e atenção sem invadir o espaço alheio ou forçar a barra.

Foto: Getty Images
Encontrar o equilíbrio entre a intimidade natural e a atenção em excesso será um dos grandes aprendizados do relacionamento

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Etiqueta no novo namoro é importante para evitar gafes que incomodam o parceiro, desde telefonemas em excesso até uma mala com calcinhas e secador de cabelo deixada na casa do par. “A medida do que pode ou não, da receptividade, vem do outro. Mas quando estamos apaixonados não enxergamos bem os sinais”, explica a consultora de etiqueta Célia Leão, autora do livro “A Etiqueta da Sedução” (Editora STS).

Se algumas pessoas oferecem logo de cara uma gaveta para a namorada guardar itens pessoais, os mais reservados podem ficar tensos ao encontrar o xampu e condicionador dela no chuveiro depois de apenas duas semanas de namoro. “Não imponha coisas na casa do outro. Quando eles querem, abrem a porta para você”, recomenda a consultora de etiqueta.

Segundo Marina Vasconcellos, terapeuta de casais, o limite da intimidade no começo da relação tem a ver com o histórico de cada um e a disponibilidade emocional para levar o namoro adiante. Para Célia, é importante não ter pressa: “Seja cada vez mais presente na medida em que a relação for crescendo”, diz.

Encontrar o equilíbrio entre a intimidade natural e a atenção em excesso será um dos grandes aprendizados do relacionamento. “É importante conversar sobre o assunto com leveza e deixar claro quando algo incomoda”, sugere Marina

Respeito ao espaço alheio
A casa do outro é um território que exige cuidado. Passar dias lá ou deixar pertences pessoais pode ser precipitado e causar desconforto. “Se a pessoa acampa e nunca mais vai embora você perde a liberdade, cansa”, avalia Célia.

“Tive uma namorada que grudou. Já no terceiro mês parecíamos casados: ela passava todo dia comigo e me sentia mal de falar para ela se tocar e voltar para a casa dela”, conta George Brummer, publicitário.

De acordo com a consultora de etiqueta, até receber o convite do parceiro para levar coisas suas, o ideal é carregar uma bolsa com itens necessários como escova de dente e desodorante. E nada de deixar roupa e escova de dente na casa dele sem prévio aviso.

Telefone, internet, sinal de fumaça
Outro ponto de discórdia é o telefone, ou ainda os comunicadores instantâneos na internet. É possível que falar várias vezes ao dia com o par desgaste a relação. Já o namorado que liga pouco pode gerar tensão. “A dúvida é sempre se você está falando e ligando demais ou de menos”, avalia Juliana D’ Alcântara, gerente comercial de 33 anos, que namora há sete meses Fábio Almeida. Ele também tomou cuidado com a comunicação no início: “Para não ser invasivo tentei não ligar demais nem demonstrar ciúme logo de cara”, conta.

A medida está na reação do outro, segundo especialistas. “Você percebe se ele está retribuindo ou se fica aflito, monossilábico”, diz Célia, que defende telefonemas mais espaçados no início da relação. Na internet, divulgar em excesso o novo status social também pode ser origem de desconforto para uma das partes e assustar. “Tem gente que está querendo por no Jornal Nacional que está namorando” critica Marina. É preciso bom senso ao postar no Orkut ou Facebook que está envolvida com alguém. “As redes sociais são uma invasão muito grande. Tem que checar se o parceiro está pronto para assumir perante o mundo, amigos, família e até uma ex-namorada que está em outro relacionamento”, diz Célia.

Apresentações
Principalmente quando umas das partes mora com os pais é inevitável que os namorados conheçam a família do outro. Mas a etiqueta não se trata de apresentar os parentes e sim o formato no qual isso é feito: não há pressa em mostrar todos os primos, avós e tios para o outro logo no começo da relação.

Nem todo almoço de família precisa da presença do namorado e o convite, segundo Célia, pode ser aberto a desistências, deixando o outro a vontade para pular o compromisso. “Ir num casamento da família e já levar a pessoa para conhecer todo mundo, ficar no álbum de fotos, é demais. Se não for alguém que encara na boa já vai se considerar amarrado e comprometido”, diz Marina.

Pecados da etiqueta do amor:

Xeretar: “Olhar toda hora o perfil nas redes sociais do parceiro, tentar abrir a conta de e-mail dele ou olhar as ligações feitas no celular. A intromissão é a bandeira da falta de confiança”, aponta Marina.


Confundir intimidade com relaxo:
Ficar muito próxima de alguém não dá liberdade para fazer de tudo, deixar de se cuidar ou acabar com o mistério. “Banheiro de porta fechada, por favor!”, é a dica mais que clara de Célia Leão.

Ser espaçoso: A casa do outro, por mais que vocês se gostem, não é sua. Pedir licença e “por favor” são sinais de educação, assim como respeitar as regras, costumes e organização do outro. “Na intimidade é que a gente treina delicadeza. Não precisa chegar abrindo a geladeira e pegando o suco. Só diga que está com sede e espere que alguém ofereça e dê autorização para mexer nas coisas”, recomenda Célia.

Ser controlador: Deixar o parceiro ter atividades individuais é fundamental. O futebol semanal ou o encontro com as amigas faz bem ao casal e brigas para saber onde o outro está minam a relação logo no início. “Mandou uma mensagem de texto enquanto ele está ocupado? Diga que não precisa responder agora”, aponta a consultora de etiqueta.

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