Lua Menezes: Descubra como alcançar o clímax mais vezes

A autora é especialista em Sexualidade e Psicologia Positiva

Orgasmo é sinônimo de vida sexual saudável?
Foto: Reprodução/Annie Spratt
Orgasmo é sinônimo de vida sexual saudável?

Existe um mistério acerca do prazer feminino e até mesmo dúvidas de
como um orgasmo acontece e impacta a saúde da mulher como um todo.
Fisiologicamente ele é o pico do prazer do ciclo de resposta sexual do corpo
humano e desencadeia outras reações do organismo.

Quando atingimos o clímax, doses de dopamina, serotonina e endorfina são liberadas no nosso corpo. Esses hormônios do bem-estar é que dão a sensação de relaxamento e prazer. O orgasmo pode ser definido como liberação de tensão sexual e pico de excitação.

Quanto temos um orgasmo há melhora da qualidade do sono e reforço
do sistema imunológico. Além dos benefícios para a saúde física, chegar ao
ápice ajuda na saúde mental e emocional da mulher, que entende que o seu
corpo é capaz de proporcionar todo o prazer que precisa e vivencia alegria,
felicidade e satisfação. Após o clímax, então, é mais fácil ter um
olhar amoroso consigo mesma, gostando daquilo que vê no espelho, por
exemplo.

Um estudo da Rutgers University, nos Estados Unidos, indicou que as
mulheres tendem a ter menos orgasmos do que os homens, já que eles
atingem o clímax com mais frequência. A pesquisa também apontou que a
maioria das entrevistadas não procura satisfação sexual e dão menos
importância ao orgasmo a partir do momento que não conseguem atingi-lo.

Algumas mulheres acreditam que é necessário sair líquido, igual a ejaculação
masculina, para que um orgasmo ocorra. Entretanto, para quem tem vulva
apenas é preciso haver lubrificação natural. O ápice do
prazer não depende somente do corpo e por isso emoções, mente e como
essa mulher está se sentindo podem interferir na hora da satisfação total.

Quanto mais orgasmos, mais saudável a vida sexual da mulher?

Ter satisfação sexual e vivenciar um orgasmo são muito diferentes. De
acordo com a Pesquisa Prazer Feminino, realizado pela Hibou, 42% das
mulheres têm dificuldades para atingir o clímax. É importante desmistificar o
prazer para que elas não se frustrem achando que vida sexual saudável existe
somente para aquelas que tiveram orgasmos. O clímax pode
ser um dos elementos, entretanto, uma transa ou um encontro em que a
mulher não gozou também podem ser sinônimos de satisfação porque ela teve
suas necessidades de presença, carinho, conexão e desejo atendidas.

O mesmo levantamento revelou que 79% delas já fingiram chegar ao
ápice para seus parceiros (as), número bem próximo das brasileiras (62,9%),
que segundo a pesquisa ‘Brasil é o País do Sexo’, encomendada pela Miess,
costumam forjar orgasmos durante as relações. Não dá para naturalizar o
desprazer feminino, sendo essencial que as mulheres conheçam, cada vez
mais, seus corpos, o que as satisfazem e lhes dá prazer.

A falta de orgasmo e prazer é um problema real, tendo como
consequência sofrimento, frustração e sentimentos de inadequação. Chegar
ao clímax pode deixar essa mulher confiante e a vontade com o próprio corpo,
revelando sua potência.

Alcançando o clímax com frequência


A pesquisa Prazer Feminino, da Hibou, destacou a masturbação como
aliada do orgasmo para as mulheres. 71% das entrevistadas afirmou praticar o
ato para aliviar estresse e tensões e 96% delas confirmaram ter orgasmos
através da masturbação. 10% das mulheres também disseram resolver as
questões sexuais consigo mesmas. Muitos estudos indicam que a maioria das
mulheres chega ao clímax por estimulação clitoriana. Se libertar da obsessão
pela penetração é o primeiro passo para encontrar a satisfação mais vezes. Veja essa e outras dicas para gozar com mais frequência, confira:

Relaxe: As pessoas subestimam o quanto ele é fundamental. O orgasmo
depende de várias reações do corpo que não são controladas pela parte
racional do cérebro. Tudo vai funcionar melhor se respirarmos lenta e profundamente no começo da exploração sexual, seja masturbação, carinhos, penetração, entre outros.

Crie um ambiente relaxante e excitante ao mesmo tempo: Tirar fatores
estressores do caminho pode facilitar chegar ao ápice sexual. Por exemplo,
para a mulher que têm filhos e vai se sentir mais segura, confiante e relaxada
se a porta do quarto estiver trancada.

Aqueça o corpo: É comum ir direto para a vulva e a vagina e não despertar a
sensibilidade e excitação em outras partes do corpo. Massagear, acariciar,
lamber, chupar e dar atenção a todos os lugares ajuda na hora do orgasmo.

Foque no clitóris: O importante é ter prazer no que funciona para você e o
clitóris é o órgão especializado em dar prazer para a mulher.