58% das mulheres já fingiram orgasmo
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58% das mulheres já fingiram orgasmo

Assim como a personagem Jane Sloan, em “The Bold Type”, muitas mulheres que têm uma vida sexual ativa, mas nunca chegaram ao ápice do prazer. Na série, a personagem trabalha da melhor forma para descobrir o motivo, que pode ter inúmeras razões.


Uma pesquisa de 2019 da ProSex mostrou que 78% das mulheres não se sentem satisfeitas com a vida sexual, sendo que 26,2% não atingem o orgasmo. Um estudo da Archives of Sexual Behavior do mesmo ano mostrou que 58,8% das entrevistadas disseram ter fingido orgasmo alguma vez. 


Além da indignação que rola na roda de amigas quando uma mulher conta que nunca teve um orgasmo, a pressão que ela põe em si mesma também pesa bastante na hora H. Raphaela, 20, corretora, conta que tem sua vida sexual ativa há 7 anos, já tentou  estimular o orgasmo com produtos e não teve resultado. "Já avisei para o parceiro que não conseguia ter um orgasmo, ele tentou ajudar e não funcionou. Fico triste e acho que isso me atrapalha de alguma forma", diz.

A sexóloga Marcella Maretti, da Share Your Sex, conta essa dificuldade pode ter relação com possíveis traumas, mas isso não é uma regra. "O mais comum é essa dificuldade estar relacionada com o conservadorismo e machismo da nossa sociedade patriarcal, na qual mulheres são ensinadas que o sexo, e principalmente sua vulva, é algo errado, sujo e que não deve ser explorado, o que faz com que muitas delas tenham dificuldade, receio e vergonha em se conhecerem", explica.

As sensações do orgasmo no corpo durante o orgasmo podem variar. A mais comum é uma contração involuntária seguida de relaxamento. Marlon Mattedi, psicólogo especialista em sexualidade da Sexo Sem Dúvida, conta que é difícil não perceber quando o orgasmo acontece. "É uma sensação de excitação alta, seguida de uma leve perda de controle consciente do organismo. Também ocorre de algumas mulheres não conseguirem interpretar aquilo que está acontecendo como sendo um orgasmo e desta forma, não conseguem identificar", conta. 

Os especialistas ressaltam que é muito importante encontrar o seu orgasmo e não achar que o que aconteceu com alguma conhecida é muito mais intenso e melhor que o seu. "Orgasmos existem de diversas intensidades e qualidades. Quanto mais alta a excitação, maior tende a ser a percepção do orgasmo", diz Mattedi. 


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Na série mencionada no começo desta reportagem, a personagem Jane Sloan consulta uma sexóloga e tenta práticas diferentes de estimulação. Depois disso ela consegue atingir o orgasmo durante uma relação. Quando se trata de orgasmo, conhecer o seu próprio corpo e se permitir sentir prazer é unanimidade entre os especialistas. Isso não é tão simples para muitas mulheres, então, eles dão as dicas.

"Não foque logo de cara na vulva e no clitóris. A mulher demora pelo menos 16 minutos para começar a se excitar, então é importante ter calma e curtir o momento", explica Maretti. A sexóloga indica colocar uma música, tomar um banho relaxante, se acariciar em outras partes como seios, pernas e pescoço. 

"Quando partir para a masturbação em si, começar devagar e depois experimentando movimentos diferentes e mais intensos. Também é importante lembrar que fica mais fácil atingir o orgasmo se você se sente segura e confortável, então procure um lugar com privacidade e que se sinta bem", ressalta a sexóloga.

Mattedi também indicar ler materiais que abordem o assunto com dicas para alcançar o clímax. O psicólogo lembra que é importante não ficar concentrada apenas na estimulação do pênis na vagina em caso de relação com penetração. "O corpo inteiro sendo bem estimulado, facilita excitação e os orgasmos", diz.  "Se mesmo com tudo isso ainda estiver difícil, busque um(a) especialista em sexualidade para verificar o que está impedindo", aconselha. 

Ser gentil com o seu corpo e não se cobrar é importante para se sentir mais confortável e criar mais possibilidades de um orgasmo. "Procure explorar com curiosidade e gentileza seu corpo e as sensações causadas por essa exploração. É comum esse processo de autoconhecimento envolver ansiedade, culpa e até mesmo vergonha, mas é importante reforçar que não há nada de errado e é saudável pensando pelo aspecto da saúde sexual e ginecológica da mulher", conclui.

Caso sinta dor ou desconforto durante a relação sexual e masturbação, o indicado é procurar um profissional para ajudar. Nesses casos, a dor indica que algo está errado. Alguns produtos podem ajudar nesse processo de exploração e descobrimento do prazer. Confira as sugestões da Exclusiva Sex! 


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