Usuária do Tik Tok conta como é os bastidores do motel dos pais
A estudante de odontologia Ana Flávia Cruz contou a Delas alguns bastidores e a sensação de viralizar na internet
Por iG Delas | Luiza Lemos e Paola Churchill |
Quem nunca teve curiosidade de saber como funciona um motel? Graças À internet e à usuária do Tik Tok e estudante de odontologia Ana Flávia Cruz, esta realidade está mais próxima do que nunca! Ela é filha de donos de um motel em Minas Gerais e viralizou na plataforma depois de contar algumas histórias engraçadas do local.
Ela contou ao Delas como ficou famosa no aplicativo. “Tudo começou com uma febre de fazer um vídeo mostrando as perguntas mais frequentes quando se descobre algo curioso. Tinha poucos seguidores e vi uma oportunidade de comentar algo que poucas pessoas falavam, lembrei das perguntas dos meus amigos e fiz. Quando viralizou, o pessoal pediu para eu falar mais vezes sobre, não é muito comum ter um motel né?”, diz.
Apesar da estranheza que muitos podem ter ao conhecer alguém que sabe tanto dos bastidores de um motel, Ana Flávia diz que nunca teve tabu sobre motel ou sexo em casa. “Esse assunto nunca foi proibido em casa, mas tive receio de postar o primeiro vídeo no Tik Tok por conta do preconceito com motel e sexo. Até na igreja que minha mãe frequentava ela não poderia ofertar pois diziam que era um dinheiro sujo. Na época ela ficou bem magoada, mas passou e somos bem tranquilos quanto a isso”, afirma.
Você viu?
O preconceito tanto na sociedade quanto na Internet é real. Ana Flávia conta que houveram comentários estranhos e até ofensas na plataforma. “Alguns homens desrespeitosos pelo fato de eu ser uma mulher falando de motel. Eu fiquei bem chateada, mas agora eu penso que não é porque sou mulher que não posso falar disso. Aqui em casa a gente sempre falou de sexo e motel, mas nunca tinha falado muito disso fora. Tinham muitos homens comentando que eu não era santa, como se eu quisesse ser santa também. Comentavam que eu não tinha vergonha na cara de tá postando aquilo, que eu que fazia aquilo tudo. Mas depois foi melhorando, fui lidando com as críticas e percebi que eu posso postar sobre o que eu quiser”, diz.
O pai de Ana Flávia comprou o motel quando ela tinha 12 anos. Hoje com 20, ela afirma que nunca foi algo estranho. “Antes dele comprar, havia muitos assuntos de motel dentro do nosso círculo social, mas sempre de forma empresarial. Então isso era bem comum para mim e para meus irmãos. Mas mesmo assim no início eles falaram que era um hotel, não motel, mas nunca olhamos com malícia para isso, era uma empresa como qualquer outra”, afirma.
Ana Flávia não chegou a trabalhar no motel, mas vai para auxiliar nos negócios. “Minha mãe vai todos os dias, eu só ajudo quando o movimento é grande”, conta. Em um dos vídeos ela conta que em um dos dias que foi auxiliar, ouviu muitos gritos e berros, mas que as funcionárias fingem que não estão ouvindo nada. No vídeo ela também mostra que se você for para um motel pensando em gritar, não pense que ninguém irá te ouvir.
Nestes oito anos de motel, houveram histórias engraçadas, como a do homem que saía pelado pelo estacionamento do motel, mas também histórias mais trágicas. “Uma vez a polícia teve que entrar no motel porque alguns homens assassinaram uma pessoa e eles foram comemorar em uma suíte. Não sei o que aconteceu depois, mas saiu até em jornal, foi uma situação bizarra e triste”, diz.
Ela também conta que às vezes os amigos brincam com ela e também pedem algumas cortesias. “Já aconteceu de amigos irem e me ligam falando que estão lá, isso é bem comum. Pedem desconto e até algumas regalias, os amigos dos meus irmãos também fazem isso”, afirma.