Homem conta como largar a pornografia mudou suas relações com mulheres

No Twitter, ele relatou que os filmes pornôs não ensinam como fazer sexo na vida real

Um usuário do Twitter fez uma longa thread sobre como largar a pornografia mudou suas relações e sua vida. No início do relato, ele já deixa claro que a postagem é anti-pornô, mas de forma alguma anti-masturbação, já que os dois não precisam estar, necessariamente, juntos.

Fingir que está curtindo e tentar se parecer com atriz pornô são os principais erros que as mulheres cometem no sexo
Foto: shutterstock
Fingir que está curtindo e tentar se parecer com atriz pornô são os principais erros que as mulheres cometem no sexo


Ele diz que seu primeiro contato com a pornografia, e consequentemente com o sexo, foi aos 10 anos de idade. E, desde então, ele passou a consumir conteúdos do tipo e a normalizar situações que normalmente você não normalizaria. "No meu caso, eu me vi depois de um tempo assistindo vídeos com a temática de estupro com uma normalidade que hoje me enoja, sempre me consolando com o pensamento de que aquilo não era um estupro real, eram atores e atrizes como em filmes", conta.

Outro ponto apontado pelo autor do relato é que foi ficando cada vez mais difícil se masturbar sem ter o auxílio da pornografia. "Depois de um tempo, eu percebi que quando eu não tinha acesso a pornografia, era difícil me masturbar, não conseguia mais chegar ao ápice tão facilmente sem aquela bomba de estímulo no meu cérebro, e quando chegava, os pensamentos não eram os mesmos de antes", relata. Além disso, ele passou a erotizar pessoas e situações que antes não erotizaria.

E, claro, o hábito de consumir pornô desde tão cedo refletiu também em suas relações com as mulheres - já que ele é hétero. "Quando eu iniciei a minha vida sexual eu percebi que tinha ejaculação retardada, principalmente quando a minha parceira não correspondia a um comportamento que eu estava acostumado a ver nos pornôs, os gritos não eram tão estridentes e ela não parecia sentir tanto prazer quanto eu".

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E isso acabava fazendo com que as vontades e necessidades de suas parceiras não fossem atendidas. "A questão é que na época eu não sabia ainda que a maioria absoluta das mulheres não goza apenas com penetração, o pornô não te conta isso, ele não te conta que a mulher precisa estar lubrificada antes de iniciar a relação, e não te conta que você também precisa fazer sexo oral", diz.

Ele começou a repensar o consumo de pornografia quando teve contato com pautas feministas e, consequentemente, com a exposição da indústria pornô. Mas isso não foi tão fácil, já que "o pornô é como uma droga", relata. "No pornô não existem limites, e com o tempo as relações normais perdem a graça, e mesmo eu me sentindo culpado, toda vez que ia me masturbar eu tinha uma recaída e voltava a correr atrás do estímulo visual", continua.

Para conseguir largar o hábito de vez, ele reeducou os estímulos, sentindo o resultado imediatamente. E isso só lhe trouxe benefícios: "Eu me conectei melhor com os meus sentidos, descobri outras zonas erógenas do meu próprio corpo e um tipo diferente de prazer".

"E cá entre nós, se masturbar no escuro, ouvindo uma música, se acariciando, e não contribuindo com uma indústria que mata e objetifica é MUITO melhor", releva. Além disso, ele passou a sentir muito mais atração com mulheres reais, livre de idealizações. "Hoje em dia eu adoro cada pelinho, cada sobrinha e cada risquinho que encontro por aí, vocês não fazem ideia do tanto que isso é libertador, tanto pra mim quanto para qualquer eventual parceira", conta.

"Com o tempo eu também percebi que me dedicava muito mais ao prazer da minha parceira, e que isso me dava MUITO prazer também, e então um universo de novas possibilidades se abriu pra mim". Por fim, ele traz uma reflexão: "Até que ponto seus comportamentos na cama e fora dela são influenciados pelo pornô? Até quando você vai deixar isso atrapalhar a sua vida e seus relacionamentos?".