Ainda existe certo tabu quando o assunto é sobre mulheres descobrindo o próprio corpo — mesmo que a masturbação masculina não seja um problema na sociedade. Porém, fique sabendo que não existem problema nenhum em uma mulher que busca o próprio prazer mesmo sem estar em um relacionamento e, ainda mais do que isso: ela pode fazer isso sozinha.
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Um estudo realizado em 2016 pelo Projeto Sexualidade (ProSex) da Universidade de São Paulo (USP) indicou que quase 20% das 1470 mulheres entrevistadas afirmaram nunca ter se masturbado, enquanto outros 21% praticavam a masturbação , mas acabaram deixando o hábito de lado. Por outro lado, apenas 2,2% dos 1530 homens consultados pela pesquisa disseram nunca ter se tocado.
Mas se você está entre as mulheres que querem mudar essas estatísticas, o Delas
separou algumas dicas que podem te ajudar a alcançar o prazer com as próprias mãos. Confira abaixo:
1. Conheça melhor o próprio corpo
Conhecer o corpo pode te ajudar a entender e apreciar melhor tudo o que você faz, inclusive na vida sexual. Por exemplo, você sabia que a vulva e a vagina não são a mesma coisa? De acordo com o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, "vulva" é o termo geral para a "área genital feminina externa", ou seja, a parte que nós vemos e abrange grandes lábios, pequenos lábios, prepúcio (a "cobertura" do clitóris), abertura da uretra (por onde sai a urina) e abertura vaginal.
Já a vagina é o nome do "tubo" que liga a vulva ao colo do útero e ao útero, servindo como o canal do parto, da menstruação e também é o local convencionalmente estimulado durante as relações sexuais.
Outra coisa curiosa e que você precisa saber sobre o corpo feminino é que ele possui o único órgão do corpo humano feito exclusivamente para o prazer: o clitóris
. “Ele tem uma grande quantidade de terminações nervosas, e começa a ser formado ainda no útero da mãe, quando o feto recebe os hormônios femininos”, já explicou a ginecologista Bárbara Murayama em entrevista para o Delas.
E diferentemente do que muita gente pode imaginar, o órgão não é só aquela "cabecinha" que aparece na vulva. Diversos especialistas já indicam que ele é mais alongado, mas essa parte fica escondida no interior da região íntima. Para conhecer melhor o clitóris e a vulva, você pode tanto usar as mãos para se tocar ou olhar com um espelho.
2. Descubra o que funciona para você
Masturbação não é uma regra a ser seguida e não tem um manual. Se você se sente confortável nessa autodescoberta e quer testar formas diferentes de prazer, também precisa encontrar a forma que funciona melhor para si — e não precisa se sentir mal se não curtir se masturbar da mesma forma que suas amigas.
De acordo com Carla Cecarello, sexóloga do site “C-Date”, o prazer feminino pode variar de mulher para mulher. “Algumas mulheres gostam de virar a barriga para baixo e colocar a mão em cima do clitóris, prensando-o bem nessa posição. Outras preferem se masturbar com as pernas abertas. Outras já gostam de fazer com o chuveirinho ou colocam uma almofada entre as pernas para se estimular”, lista a especialista.
A profissional ainda afirma que é bastante comum que a mulher comece a se tocar de uma forma e siga fazendo a mesma coisa com o passar dos anos. Sendo assim, também é importante variar e inovar para que o prazer não passe a depender apenas de uma técnica.
3. Use brinquedos sexuais
Um bom vibrador pode ser um ótimo presente para si mesma. Além disso, diversos especialistas já afirmaram que usar brinquedos eróticos pode contribuir para que a mulher conheça melhor o próprio corpo, além de ajuda a aproximar os parceiros e a movimentar a relação, principalmente porque esse tipo de acessório costuma provocar sensações diferentes e até fazer com que elas cheguem mais rápido ao orgasmo.
“O uso desses acessórios pode contribuir para ela desenvolver mais fantasias sexuais, trabalhar um pouco mais a mente dela na direção do sexo. É uma forma de ela aprender a se tocar e conhecer o próprio corpo”, explicou Carla Cecarello, sexóloga do site “C-Date”, em entrevista para o Delas.
Existe uma gama imensa de opções de brinquedos sexuais no mercado, que vão desde mini vibradores para estimulação clitoriana e acessórios próprios para alcançar o ponto G, até plugs anais e consolo com uma base para que possam ser posicionados em uma superfície, variando as possibilidades de posição para a masturbação. É só escolher o seu.
4. Explore o ponto G
A existência do ponto G pode até ser tema de debate, mas fato é que esse ponto é considerado uma zona erógena . A coach de relacionamentos e especialista em sexualidade Cátia Damasceno explica que ponto G fica localizado na parte frontal do canal vaginal — em direção ao umbigo —, entre cinco e sete centímetros da entrada da vagina.
"A região tem um pouco mais de terminações nervosas, por isso é considerada uma zona erógena", diz a especialista. Assim, quando o assunto é se masturbar, você pode encontrar a zona e usar os dedos ou um brinquedo sexual para estimulá-la.
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5. Não foque (apenas) no orgasmo
Se você está tendo dificuldade em atingir o orgasmo apenas se masturbando, não fique achando que o problema é com você. Na realidade, é um problema que pode acontecer com diversas mulheres e muitos fatores podem estar te impedindo de chegar ao ápice, como a falta de lubrificação e ansiedade, por exemplo.
Uma pesquisa publicada na revista "Sexologies" descobriu que mulheres que têm pensamentos eróticos e focam nas sensações corporais durante o sexo possuem uma maior probabilidade de alcançar um orgasmo. Segundo o estudo, o prazer sexual feminino é derivado da combinação de sinais sensoriais e psicológicos, sugerindo que desejo sexual e o orgasmo sejam influenciados pelo cérebro e pelo sistema nervoso, que controla as glândulas sexuais e genitais.
Porém, diferente do que muitos pensam, o orgasmo durante o sexo, seja fruto da penetração, da masturbação ou do sexo oral, não é fundamental para uma mulher desfrutar da relação. De acordo com uma publicação no veículo norte-americano "Women's Health", a verdade é que a maioria das mulheres não tem um orgasmo todas as vezes que transam e, por isso, a tendência é a de que elas apreciem o sexo por mais fatores além do ápice do prazer.