Por mais que conversar sobre de sexo esteja se tornando algo cada vez mais fácil, grande parte das mulheres ainda enfrenta muitas dificuldades em discutir questões relacionadas à sexualidade. Muitas ainda crescem sob a premissa de que não devem descobrir o próprio corpo, de que precisam se portar de uma determinada maneira (normalmente de forma recatada) e esperar para ter a primeira relação sexual após o casamento.
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Já que normalmente não é dessa forma que os homens são criados, não é difícil encontrar mulheres que se pautam pelas vontades e conhecimentos do parceiro durante o sexo. Com isso, algumas acabam negligenciando a própria saúde, os próprios limites e até alguns desejos por julgarem que eles não devem fazer parte da relação sexual . É essencial, porém, que o sexo, além de ser consensual, seja prazeroso para todos os envolvidos. Confira dez coisas relacionadas a sexo sobre as quais você não deve se sentir culpada:
1. Ter vontade de fazer sexo menstruada
A menstruação também é algo que, ainda hoje, é considerado tabu. Há diversos mitos acerca do tema e, por isso, muita gente acha que transar enquanto a mulher está “naqueles dias” é algo impensável. Porém, de acordo com especialistas , é natural que a mulher sinta um aumento na libido durante o período menstrual, e realizar esse desejo pode inclusive aliviar as cólicas menstruais.
Você não precisa amar estar menstruada (e o parceiro também não precisa ser louco pela ideia), mas é importante saber que o sangue é algo tão natural quando o suor ou o sêmen, ambos fluidos corporais que costumam estar presentes em uma relação sexual. Deu vontade? não precisa se sentir culpada. Com a ajuda de uma toalha, algumas posições estratégicas e até optando por transar no banho, é, sim, transar normalmente. É bom lembrar, porém, que a menstruação não torna desnecessário o uso do preservativo!
2. NÃO ter vontade de fazer sexo menstruada
Está certo que muitas mulheres sobem pelas paredes nos dias em que estão menstruadas, mas, para algumas, esse período traz, além do sangramento, muitas dores, inchaço, desconforto e vontade alguma de transar.
Mesmo que seu parceiro diga não se importar com a presença do sangue e manifeste vontade de fazer sexo quando você estiver menstruada, mas você não estiver se sentindo bem, não há problema algum em simplesmente negar. Se ele não entender, é o relacionamento que precisa ser revisto, não sua falta de vontade, certo?
3. Gostar de sexo casual
Apesar de alguns estudos demonstrarem que praticar sexo casual pode ajudar a melhorar a autoestima e reduzir os níveis de ansiedade, mulheres que gostam de sexo casual ainda são muito julgadas.
Pois saiba que, desde que você esteja emocionalmente preparada para manter relações sem compromisso, lembre-se de usar camisinha e respeite todo e qualquer limite que tenha em relação a sexo, ter vontade de transar com mais de uma pessoa sem necessariamente manter um relacionamento com ela não te torna uma pessoa pior.
4. Exigir que os parceiros usem camisinha
Não é nada difícil de encontrar pessoas – tanto homens quanto mulheres – que não curtem usar preservativo durante o sexo. Os motivos são muitos: incomoda, diminui o prazer, aperta o pênis, não é lubrificada o suficiente, etc. Ainda assim, de acordo com especialistas, a camisinha ainda é o único método contraceptivo que, além de prevenir a gravidez, também protege as pessoas de doenças sexualmente transmissíveis.
Não há nada de errado em se preocupar com a própria saúde. Se você é uma dessas pessoas que se incomoda com a camisinha, saiba que usar um lubrificante à base de água, optar por modelos mais fininhos ou até pela camisinha feminina – que, apesar de ter um visual intimidador, pode tornar a vida sexual da mulher mais prática e prazerosa – pode resolver o problema.
Quando a dificuldade está em fazer com que o parceiro (ou parceiros) aceite usar, as camisinhas extrafinas também são uma sugestão. Agora, se o boy diz que o pênis é “grande demais” para camisinhas, saiba que ele está apenas criando desculpas. Nem todos os preservativos têm o mesmo tamanho e alguns deles são capazes de vestir até um braço , então esse argumento não é válido, basta procurar o tamanho correto de camisinha.
5. Ter “squirt” de vez em quando
Apesar de não acontecer em jatos de longa distância como costuma ser mostrado na pornografia, muitas mulheres têm o “squirt”, ou seja, expelem um líquido durante o momento do orgasmo.
De acordo com a fisioterapeuta íntima e especialista em sexualidade Débora Padua , o líquido expelido nessa hora não é xixi e não há nada de “sujo” nele. A quantidade de secreção também varia de mulher para mulher, então não importa se você percebe pouco líquido ou chega a molhar a cama, não precisa se sentir culpada.
6. Não gostar ou não conseguir fazer sexo com penetração
Muita gente não sabe, mas há alguns distúrbios que afetam a sexualidade feminina e tornam a penetração dolorosa ou até impossível. O vaginismo, por exemplo, é um problema que pode ter origens físicas ou psicológicas e faz com que os músculos pélvicos se contraiam espontaneamente, impossibilitando a relação sexual. Se você sente esse tipo de coisa ou qualquer outro desconforto durante a penetração, é uma boa ideia buscar ajuda médica, mas não há motivos para sentir culpa .
Há ainda pessoas que, mesmo sem ter qualquer distúrbio, não curtem penetração. Segundo a sexóloga Carla Cecarello, do site “C-Date”, a forma com que as pessoas enxergam o sexo varia e, para algumas, a penetração não precisa fazer parte da relação.
Seja por gosto ou por limitações físicas - como um parto recente, por exemplo – se sentir assim é perfeitamente normal e dá, sim, para sentir e dar prazer sem precisar da penetração .
7. Não se depilar
Não há problema algum em optar por aparar, arrancar ou raspar os pelos do corpo, mas, da mesma forma, também não é um crime optar por não fazê-lo.
De acordo com especialistas, a depilação das regiões íntimas pode até gerar problemas de saúde em razão da cera ou da lâminas utilizada e do fato de que os pelos estão ali por um motivo: proteção. Tê-los, por outro lado, não é um sinal de falta de higiene como muita gente pensa . Deu tempo e vontade de se empenhar em ficar livre dos pelinhos? Ótimo. Não deu? Não se cobre tanto! O que realmente importa em uma relação está longe de ser prejudicado por uns pelinhos aqui e ali.
8. “Guiar” o parceiro durante o sexo
De acordo com especialistas, uma das coisas que torna a masturbação tão importante é o fato de a prática ajudar as pessoas a conhecerem melhor o próprio corpo. Às vezes, porém, as pessoas estão tão acostumadas com uma “técnica” de se tocar que, quando outra pessoa tenta fazê-lo, o prazer não é o mesmo.
Como já dissemos, o sexo deve ser prazeroso para todos os envolvidos. Sendo assim, não há problema algum em dar dicas, toques ou até guiar o parceiro com as mãos durante a relação sexual. Em primeiro lugar, as pessoas não são capazes de ler sua mente para saber se aquilo está agradando e, em segundo, é melhor dar dicas e “ensinar” do que deixar ficar ali parada sem sentir nada, certo?
9. Precisar de lubrificante
Apesar de haver, sim, alguns distúrbios que desencadeiam dores profundas durante o sexo, a ginecologista Livia Daia, da clínica Daia Venturieri, explica que o principal fator que leva mulheres a sentirem desconforto durante a relação sexual é a falta de lubrificação. O canal vaginal se lubrifica naturalmente quando a mulher está excitada, mas diversos fatores podem afetar essa lubrificação.
Em casos assim, a especialista indica dá algumas dicas. Se você está sentindo ardência durante a penetração, caprichar mais nas preliminares pode ser uma saída. Quando as vias naturais não ajudam, porém, não há nada de errado em sugerir que você e o parceiro usem um lubrificante artificial. Além de não interferir no prazer (muito pelo contrário!), ele torna tudo mais confortável para ambos.
10. Se negar a fazer algo que “todo mundo curte”
Suas amigas podem até gostar de práticas como BDSM e “garganta profunda”, ou certas posições sexuais que requerem bastante esforço físico, mas isso não significa que você necessariamente precisa curtir também.
Durante uma relação sexual, é importante respeitar seus limites e gostos. Se você não se sente confortável com uma prática ou posição sugerida pelo parceiro, não tem obrigação nenhuma de entrar na brincadeira, mesmo que já tenha visto a situação muitas vezes na pornografia ou ter recebido indicações de amidas.