Já pensou em usar um mini vibrador?

Sexóloga fala das vantagens que esse acessório traz, dá dicas de como usar e cuidar dele e explica como esse brinquedinho ajuda nas disfunções sexuais

Muitas mulheres ainda têm resistência quando o assunto é masturbação feminina, principalmente quando o ato envolve algum tipo de acessório sexual. Porém, o que poucas sabem é que além trabalhar a questão do prazer e do conhecimento do corpo, alguns brinquedinhos, como o mini vibrador, podem ajudar no tratamento de disfunções sexuais.  

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Foto: Divulgação/Fun Factory
Saiba quais são todos os benefícios que um mini vibrador pode proporcionar


Se você não tem o costume de se masturbar, mas deseja tentar, o item mais indicado é justamente o mini vibrador . Os modelos são finos, compactos, discretos e podem ser levados para qualquer lugar. “Frequentemente é usado como um primeiro brinquedo sexual e dá a mulher uma experiência inicial muito positiva. Eles são simples, coloridos e fáceis de usar”, fala a sexóloga Ava Oiknin, da Fun Factory, graduada pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica.

Como usar o acessório

Adquirindo o acessório a dúvida que surge geralmente é a seguinte: “Como devo usar?”. Segundo a especialista, a masturbação é um momento de encontro com você mesma e tem a finalidade de explorar o próprio prazer, por isso, a dica é reservar um tempo para esse ato e escolher um brinquedo de alta qualidade que seja simples de manusear, com formas agradáveis e ajustáveis ao corpo, e que seja recomendado pelos médicos.

“Devemos entender que o brinquedo é um ‘doador’ de prazer, então escolha o seu com bastante critério, faça perguntas”, indica Ava. “Se dê a chance de fazer com que esse acessório faça parte de seu cotidiano, enxergue ele como uma ferramenta de relaxamento, dando-lhe a oportunidade de explorar novos lugares no seu corpo”, acrescenta.

A princípio pode parecer algo estranho, mas a sexóloga explica que quanto mais você fizer, mais o corpo pedirá por isso, pois essa é uma forma de desenvolver o desejo interior.

Cuidados necessários

Caso seja nova nessa área, saiba que ao comprar um vibrador é preciso tomar alguns cuidados. Por exemplo, nunca use o mesmo acessório para a prática vaginal e anal, pois você pode transferir bactérias de uma região para outra. Lembre-se também que alguns já têm formatos que são mais indicados para a vagina e outros para o ânus.

Após o uso, não deixe para limpar depois. Veja na embalagem quais são as instruções de limpeza e siga todas corretamente, pois se o objeto ficar sujo pode causar alergias nas partes íntimas. Tenha também um lugar específico e limpo para guardar o acessório, não misture vários brinquedos sexuais no mesmo lugar para evitar a disseminação de bactérias. Ah, e caixas de plástico não são indicadas para o armazenamento.

Foto: shutterstock
É preciso ter cuidado ao comprar, usar e armazenar os vibradores


Também fique atenta aos lubrificantes. Caso o vibrador seja de silicone, você não deve utilizar os que são a base de óleo, porque costumam danificar o material do brinquedinho erótico . Os mais indicados são os lubrificantes à base de água. Além de não danificar o sexy toy, eles dificilmente causam alergias.  

Benefícios para o vaginismo

Além do prazer, o mini vibrador também pode ajudar diversas mulheres que sofrem com uma disfunção sexual, o vaginismo . “Essa condição afeta a capacidade de uma mulher durante a penetração vaginal, incluindo relações sexuais, penetração manual, inserção de tampões ou copos menstruais e a penetração envolvida em exames ginecológicos – testes de Papanicolau ou ultrassom transvaginal”, explica a sexóloga.

A penetração não consegue ser completa, pois a músculo vaginal sofre com espasmos, involuntários dificultando a entrada do pênis ou de qualquer objeto. Antigamente, essa condição era vista exclusivamente como uma consequência de um abuso sexual. Porém, com tempo foi comprovado que os fatores também podem ser físicos ou ter um fundo psicológico, já que as emoções influenciam na parte do relaxamento muscular.

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O mini vibrador é uma forma de ajudar a trabalhar a parte física e psicológica. A mulher pode testar os próprios limites, descobrir em que posição se sente mais confortável, além de ser uma forma de exercitar essa musculatura.  Ava ressalta que é fundamental a mulher consultar um especialista para ter um diagnóstico mais preciso, em alguns casos é necessário tratar com fisioterapia, pois somente relaxar e se entregar ao momento não é o suficiente para conseguir ter uma penetração.

Desmitificando a masturbação

Bom, mas se o uso de brinquedinhos é algo tão positivo para as mulheres, por que existe tanta resistência a essa prática? Para a especialista, isso está ligado a tabus sociais e a influências de religiões monoteístas que colocam a masturbação como algo proibido e vergonhoso.

“Somos ensinados que a masturbação é ruim, insegura, vergonhosa, animal, e até mesmo uma ameaça à estrutura familiar”, expõe Ava. Por outro lado, esse ato é visto como algo extremamente comum dentro do universo masculino.

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A masturbação feminina não é algo vergonhoso, mas sim prazeroso


A sexóloga acredita que isso acontece porque os homens têm órgãos genitais externos, logo possuem um fácil acesso a eles. Já na mulher, esses órgãos são internos e a sociedade prega que se está escondido não deve ser tocado, mas, sim, protegido, porém a anatomia feminina é interior para proteger o bebê durante uma gestação.

“Para dar prazer a si mesma ou conhecer seu corpo em geral, uma mulher deve explorá-lo ativamente. Ela tem a responsabilidade por seu próprio prazer e não deve deixar essa tarefa para outra pessoa”, alerta a especialista. “Uma mulher precisa sensibilizar seus órgãos genitais para que ele possa receber um prazer exterior dado por outros e reagir positivamente a ele”, completa.

Explorar o corpo e dar prazer para si mesma não é vergonho, mas, sim, algo saudável. A sexóloga garante que um orgasmo libera uma grande quantidade de oxitocina que melhora o estresse, a obesidade e traz outros inúmeros benefícios. “O brinquedo, nesse caso, realmente funciona como um meio para acessar a profundidade da vagina, já que nem sempre podemos acessar sem o uso de um acessório”, aponta Ava. E para muitas mulheres essa sensação é bastante prazerosa e resulta em orgasmos. 

Apimentando a relação sexual

Fora o prazer individual, os sexy toys também podem ser usados no momento a dois do casal e tornar a relação sexual mais prazerosa, fazendo o casal fugir da rotina. “Durante a relação, ele atuará como um terceiro ator, não é um amante, mas uma ferramenta na mão do casal, dando-lhes a chance de realizar atos sexuais que não poderiam fazer de outra forma ou sem uma terceira pessoa. O que pode ser melhor que isso?”, diz a sexóloga.

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Pois é, os brinquedos eróticos dão a possibilidade de aproveitar melhor o prazer na cama. “Em geral o vibrador é um acelerador para aumentar o desejo do casal, você entrega nas mãos de quem o manipula o controle para o seu prazer de uma forma diferente e mais divertida”, finaliza Ava.