Viver em sociedade significa, muitas vezes, ser julgado pelas outras pessoas. Se o assunto é relacionamento, por exemplo, quando um casal está junto por mais de alguns anos, logo aparece alguém para perguntar: quando vai ser o casamento? Para lidar com essa pressão para casar, só com muita paciência mesmo.
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Para mostrar com mais detalhes como é essa pressão para casar , o Delas conversou com dois casais que são eternos namorados, pelo menos até agora. Sim, eles podem optar pelo casamento no futuro, mas essa é uma decisão deles, e não da sociedade. Eles contam suas histórias e dão dicas de como se livrar dessa saia justa.
A economista Jéssica Akiyoshi, de 25 anos, começou seu namoro em março de 2006. Ela e Guilherme Sales tinham amigos em comum e, por conta disso, acabaram se conhecendo. O que era pra ser só uma amizade, se transformou em um namoro de 11 anos. “As pessoas se assustam quando dizemos há quanto tempo estamos juntos e nos perguntam quando vamos casar, mas, sinceramente, não ligamos muito para isso”, afirma Jéssica em entrevista ao Delas.
“Começamos muito novos e ainda somos muito novos, então precisamos conquistar nossas coisas com calma, independente do tempo de relacionamento. Sempre digo que casar é fácil, vamos lá e estamos casados, mas precisamos mesmo é ter condições de construir uma vida juntos, a vida com que sonhamos.”
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Hoje, os dois estão noivos e ansiosos para juntar logo as escovas, mas não por conta da pressão social . “Acreditamos que casamento é a vida a dois compartilhada por amor. É deixar ainda mais o outro se tornar parte de sua vida e estar em cada detalhe e em todos os dias, dia e noite.”
E passando o casamento, o casal sabe que a pressão não vai acabar, ela apenas vai mudar o foco. “Depois vem a cobrança por filhos e por cada detalhe que as pessoas julguem necessário. Mas o importante é seguirmos nosso caminho sem nos importarmos com isso.”
Além das cobranças nunca acabarem, a auxiliar de escritório Paula Marilla, de 26 anos, sabe também que não são aqueles que ficam pressionando que vão arcar com todos os gastos de uma vida a dois. Ela e o namorado, Rodrigo Araki, estão juntos desde setembro de 2010, e assim como Jéssica e Guilherme já ouviram muito a perguntinha sobre o casamento – ainda mais depois que uma prima de Paula se casou no final do ano passado.
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“Depois que a gente começou a namorar, a própria família começou a pressionar. A família costuma ver a nossa vida como um checklist: namorar, casar, ter filhos”, conta Paula. Ela e o namorado costumam responder que para tudo tem o tempo certo. Ela sabe que todos ficam animados para participar de tudo, principalmente as tias, mas prioriza a situação que está vivendo com o parceiro.
“A gente pensa em casar, mas a família quer mesmo é festa, comida, bebida e tudo mais. Quer balada, ver quem vai ser madrinha, mas ter uma casa é mais importante para gente. Quem casa quer casa. Estamos nos programando, mas não para festa.”
Mais de uma década juntos
Quando Jéssica e Guilherme começaram a namorar, os dois não tinham nem mesmo 15 anos. “Acho que descobrimos que estávamos apaixonados quando nos demos conta que um era especial demais pro outro, quando as conversas já não bastavam e os encontros eram poucos. Acho que quando nos vimos fazendo planos e imaginando a vida na companhia um do outro”, conta Jéssica.
Para a economista, foi maravilhoso crescer ao lado de Guilherme. “Você conhece a pessoa mais que ninguém e cria um laço muito forte com ela quando está há tanto tempo junto, além de evoluir ao lado dela. Mas também é desafiador porque a vida não é feita apenas de momentos bons e precisamos ser alguém para todos esses dias.”
Mesmo muito novos, eles tomaram cuidado em continuar tendo uma vida longe um do outro. O casal chegou a estudar na mesma escola, no mesmo cursinho e até na mesma faculdade, mas não deixaram de ver amigos e família e de fazer as coisas que gostavam individualmente. “É preciso ter paciência e lutar dia a dia para cultivar um relacionamento. Claro que o nosso namoro hoje é completamente diferente de quando começamos anos atrás, mas vejo sempre com bons olhos, me sinto sortuda por passar por tudo isso com alguém do meu lado.”
Já é família
Paula fazia parte de um grupo de dança quando conheceu Rodrigo. Ele era sobrinho da coordenadora do grupo, e os dois acabaram viajando juntos anos atrás. Logo surgiu uma amizade e, em seguida, um amor mais forte.
“A partir do momento que eu percebi que já fazia parte da família dele e ele da minha, vi que o relacionamento estava mais sério. Os tios dele, por exemplo, eu já chamo de tio. Viajamos juntos, passamos por momentos bons e também os ruins lado a lado e, agora, queremos conquistar alguma coisa pra gente.”
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A dica de Paula para quem está vivendo essa pressão é não ceder ao desejo dos outros, afinal de contas, não serão eles que vão pagar pelo casamento e muito menos as contas dos noivos pós a cebração. “É o casal que tem que avaliar o momento certo, porque a vida não é um checklist. Às vezes eu posso apenas ir morar com ele, mas não casar. A família não pode ter o papel principal nessa decisão. Não podemos sofrer com a pressão da sociedade para casar. É preciso ver nossas prioridades.”