Quando entramos em farmácias, é comum nos depararmos com um grande número de prateleiras e até corredores inteiros com produtos destinados à higiene íntima feminina. Além disso, também é possível encontrar facilmente na internet inúmeras receitas caseiras que prometem manter a vagina saudável.
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De acordo com a ginecologista Mariana Maldonado, a falta de informação sobre higiene íntima e de conhecimento acerca do próprio corpo faz com que muitas mulheres caiam em propagandas enganosas. Além disso, nem todos os produtos oferecidos no mercado realmente fazem bem para a região genital. Confira sete dicas da especialista para ter uma vagina saudável :
Usar os produtos corretos
Os produtos incluem sabonetes íntimos com finalidades diversas, protetores diários de calcinhas e até desodorantes e perfumes íntimos para a região genital. Nem sempre tudo isso é necessário. A ginecologista afirma que é importante ficar de olho na composição dos produtos e nas necessidades reais do corpo antes de criar uma coleção enorme deles.
Ela explica que, da mesma forma que não usamos o mesmo sabonete no corpo e no rosto, não devemos usar os mesmos produtos na região íntima. “Tudo o que mexe com química requer cuidado e algumas coisas podem piorar a situação da região. O apropriado é que usemos algo que tenha um pH mais neutro. Não precisa necessariamente ser um sabonete íntimo, pode ser um sabonete hipoalergênico ou neutro”, afirma Mariana, enfatizando que, nesse caso, quanto menos produtos forem utilizados, melhor.
Dar atenção aos sinais
Mariana afirma que o fato de muitas mulheres recorrerem ao uso de produtos como perfumes e desodorantes íntimos vem do desconforto acerca dos odores naturais da vagina . “Todas nós temos um odor característico na região, muitas se incomodam e resolvem usar esses produtos”, afirma.
Segundo a ginecologista, é importante que as mulheres conheçam seus corpos e percebam qualquer alteração no cheiro e nos fluidos naturais. Ela afirma que o recomendado em casos dos odores estarem diferentes do habitual é a mulher ir a um ginecologista e não recorrer a produtos como os citados, já que eles podem conter componentes agressivos para a pele sensível da região e para a mucosa vaginal, causando irritações.
Deixe-a respirar!
Protetores diários de calcinha? Esqueça. Segundo Mariana, a sobreposição de camadas cobrindo a região faz com que ela fique abafada, úmida e corra mais riscos de desenvolver alguma infecção. Ela também afirma que caso a mulher não tenha uma boa higiene e se depile usando materiais inadequados ou contaminados, não usar calcinha deixa a região ainda mais exposta.
A solução, de acordo com a médica, é escolher calcinhas feitas de tecidos que sequem rápido, para que a região não permaneça úmida, e prestar bastante atenção na higiene pessoal.
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Depilar ou não depilar, eis a questão
A maior parte das mulheres que aparecem em comerciais, revistas e filmes são completamente lisinhas, inclusive na área da virilha . Apesar da existir o mito de que pelos são anti-higiênicos, não é à toa que eles estão ali. “Junto com os grandes e pequenos lábios, os pelos protegem a região genital.
Quando tiramos os pelos, seja por estética ou por alguma necessidade momentânea, a pele faz contato direto com a calcinha e com o sabonete que usamos, o que pode resultar em uma alteração do ambiente vaginal interno, como uma inflamação ou o aumento do corrimento”, alerta ela.
Isso não significa, porém, que quem prefere estar sempre com a região lisinha precisa parar de fazer depilação. Segundo Mariana, o indicado é aparar os pelos ou fazer a depilação da forma correta: nada de usar lâminas enferrujadas, velhas ou mal-higienizadas e ceras de procedência duvidosa.
Vagina fitness?
Como qualquer outro músculo do corpo, o assoalho pélvico também fica fraco se não for exercitado. Torná-lo forte, segundo a ginecologista, pode trazer benefícios à vida sexual e à saúde, além de despertar consciência corporal na mulher. “Fazer isso ajuda a ter noção de como é a força dessa musculatura, ajuda mulheres que têm problema de incontinência urinária a segurar a urina e ajuda mulheres que sofrem de dores na relação sexual por conta de contrações involuntárias, já que passam a perceber como contraem os músculos sem querer”, explica.
Isso não significa, porém, que as mulheres precisam necessariamente recorrer ao pompoarismo, técnica que fortalece os músculos da região, mas com um objetivo voltado para o prazer. “Exercícios de contrair e relaxar a musculatura de forma consciente podem ser feitos em qualquer lugar, até no trabalho”, afirma ela, se referindo a séries de movimentos que consistem em “prender e soltar o xixi” e de contrair as nádegas.
Alimentação ajuda?
De acordo com Mariana, manter uma alimentação balanceada e saudável faz com que o corpo funcione bem de uma forma geral. “Você é literalmente o que você come. Se o corpo funciona bem, dificilmente você terá problemas relacionados a desequilíbrio na região genital”, afirma. Se a mulher estiver cuidando da higiene íntima e ainda assim notar alterações, é possível, sim, que uma mudança nos hábitos alimentares (feita com o auxílio de um nutricionista ou nutrólogo) resolva a situação.
Porém, quando notam alguma alteração na região íntima, muitas mulheres tendem a recorrer a “remédios caseiros” que consistem na aplicação de alimentos como iogurte e leite fermentado na região com o objetivo de equilibrar o pH da vagina. A médica afirma que essas “técnicas” não passam de mitos e que, caso o pH da mucosa esteja realmente alterado, o ideal é que a mulher vá ao médico e corrija a situação utilizando a medicação adequada.
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Sexo com proteção
De acordo com ela, ter uma vagina saudável é algo que se relaciona diretamente com a saúde sexual. Ela afirma que fazer sexo usando a camisinha é uma forma de cuidar de si mesma e da pessoa com quem está se relacionando.