É normal não ter orgasmos com penetração? Especialista explica

Especialista em sexualidade, Cátia Damasceno explica que orgasmos clitorianos são realmente mais comuns que os vaginais; saiba mais

De acordo com um estudo recente publicado pelo “Archives of Sexual Behaviour”, a combinação  de sexo oral, estimulação genital e beijos profundos é a campeã na hora de fazer a mulher chegar ao orgasmo. Apesar da noção (perpetuada até pela indústria pornográfica) de que penetrar a mulher é a melhor forma de fazê-la gozar, o trio venceu até o sexo com penetração em termos de frequência de orgasmos.

Especialista afirma que é normal não chegar ao clímax com penetração
Foto: shutterstock
Especialista afirma que é normal não chegar ao clímax com penetração

Leia também: É possível ter orgasmo múltiplo? Especialista tira dúvidas sobre prazer feminino

Mas afinal, ter menos prazer com penetração do que com outras práticas sexuais é normal? De acordo com a especialista em sexualidade e criadora do projeto “Mulheres Bem Resolvidas”, sim, o orgasmo vaginal – atingido ao ser penetrada – é apenas um dos mais comuns, mas chegar ao orgasmo clitoriano – atingido pelo estímulo do clitóris – é realmente mais fácil.

Cátia explica que há alguns fatores para isso: “Há uma questão anatômica, já que o clitóris é externo, enquanto a vagina é interna, ou seja, o acesso ao clitóris é muito mais fácil. Em segundo lugar, a quantidade de terminações nervosas do clitóris é maior. Ele tem cerca de 8 mil terminações, enquanto dentro da vagina não existe uma quantificação específica”.

Orgasmos misteriosos

De acordo com a especialista, alguns estudos defendem a possibilidade de que o orgasmo vaginal também tem o clitóris como “fio condutor”. “O clitóris está diretamente ligado à vagina através do que chamamos de bubas. Elas se enchem de sangue assim com o pênis, possuem mais de 4 mil terminações nervosas e também seriam estimuladas durante a penetração”, explica ela.

Leia também: Mulheres contam como têm orgasmos com estimulação dos seios

Pressão

A especialista afirma que, hoje, há uma exigência muito grande para que a mulher consiga ter um orgasmo vaginal. Essa exigência vem tanto dela mesma quanto dos homens. “Com o orgasmo vaginal, o homem acredita que conseguiu satisfazer a mulher, que o pênis dele foi capaz de proporcionar o orgasmo. Quando ela tem um orgasmo clitoriano, na cabeça do parceiro, ela é capaz de se satisfazer sozinha, seja com as mãos ou com algum objeto, fazendo com que ele sinta que não é mais necessário”, comenta Cátia.

Ela enfatiza que o esclarecimento sobre a falta de orgasmos vaginais ser normal é importante tanto para homens quanto para mulheres, e que conversar sobre isso é algo essencial na relação. “É preciso deixar claro que está tudo bem se a mulher não conseguir chegar ao orgasmo pela penetração, o que não está tudo bem é ela não levar isso para o parceiro. Minha dica é conversar com ele para que, juntos, eles descubram novas formas de satisfazer ambos”, finaliza ela.