Carboidrato nosso de cada dia: vilão ou mocinho?

A falta do macronutriente pode gerar queda no rendimento físico e mental, além da perda de tecido muscular

Carboidrato nosso de cada dia: vilão ou mocinho?
Foto: FreePik
Carboidrato nosso de cada dia: vilão ou mocinho?

Responsável por ativar a função energética do corpo, o carboidrato vem sendo gradativamente banido da dieta do brasileiro. Isso porque cada 1 grama de carboidrato fornece em média 4 Kcal, independente da fonte (monossacarídeos, dissacarídeos ou polissacarídeos), o que o torna, aparentemente, inimigo do emagrecimento. 

O que pouco se fala é do importante papel que desempenha na função estrutural ligada à promoção de rigidez, consistência e elasticidade a algumas células; e na formação dos ácidos nucleicos, responsáveis por armazenar e transmitir as informações genéticas por meio do DNA. 

Se optou por seguir uma dieta que restringe totalmente a ingestão de carboidrato e sentiu que teve queda no rendimento físico, esquecimento e cansaço mental, entre outros sintomas, não tenha dúvida, é seu organismo avisando que está sentindo falta desse macronutriente. 

Classificados como simples ou complexos, o primeiro grupo- não tão bem visto, é formado pelos carboidratos de fácil absorção que acabam provocando picos de açúcar no sangue. Já os complexos, têm o processo de absorção mais lento, distribuindo a energia de maneira mais uniforme. 

Ambos são fundamentais e a ausência deles pode gerar falsa sensação de perda de peso, letargia, ausência de memória e até irritabilidade. A longo prazo, os efeitos são ainda mais drásticos causando deficiência de nutrientes essenciais como vitaminas, minerais e aminoácidos, além da perda de tecido muscular, como explica a nutricionista e professora do curso de Nutrição da Uniderp, Danielle Miron. 

“O carboidrato, encontrado em maior quantidade nos pães, cereais e massas, auxilia na recuperação muscular e é a primeira fonte de energia para os músculos. Portanto, a presença dele, nas quantidades adequadas, não provoca aumento da gordura corporal. A ausência dos nutrientes pode causar danos à saúde.” A especialista ressalta, ainda, que é preciso haver um planejamento alimentar para que os objetivos individuais sejam alcançados de maneira saudável, garantindo o bom funcionamento do organismo. 

Quando integrado às atividades físicas, o carboidrato pode se tornar um aliado. “Após o consumo, ele é armazenado nos músculos e no fígado na forma de glicogênio. Uma dieta com defasagem de carboidratos reduz rapidamente o glicogênio muscular e hepático refletindo na queda significativa de desempenho nos exercícios”, complementa a coordenadora do curso de Nutrição da Uniderp. 

Após a atividade física, o objetivo da ingestão de carboidratos é repor os estoques de glicogênio. Consumir alimentos como batatas, massas e aveia após a atividade física, é de extrema importância para garantir a reposição do estoque de glicogênio. 

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