SBE desvenda 12 mitos e verdades sobre endometriose

Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva (SBE) esclarece sobre doença que atinge 200 milhões de mulheres em todo o mundo

No Brasil, mesmo que muitas ainda não tenham recebido o diagnóstico, cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva convivem com a endometriose – doença caracterizada pelo crescimento do endométrio fora da parede interna do útero, podendo causar diversos prejuízos para a qualidade de vida.

A presidente da SBE, a médica Dra. Helizabet Salomão Abdalla Ayroza Ribeiro, aproveita para desvendar os principais mitos e verdades sobre endometriose. Confira a seguir.

1. Não se sabe a causa da endometriose.

Verdade. Não existe uma só causa para a doença, mas fatores genéticos, hormonais imunológicos ou ambientais podem influenciar no surgimento da endometriose.

2. É possível ter endometriose e não apresentar sintomas

Verdade. A maioria das pacientes sente cólicas muito fortes; inchaço abdominal; dores durante as relações sexuais; dor ao urinar e evacuar; e/ou fadiga. Mas existe um grupo menor de pacientes assintomáticas. Elas podem, por exemplo, não ter dor e só descobrir a doença quando pesquisam a infertilidade.

3. A endometriose é rapidamente diagnosticada.

Mito. Existem levantamentos que mostram que algumas mulheres levam até dez anos após os primeiros sintomas até serem diagnosticadas. Por isso é importante buscar um médico especializado. Ele fará o diagnóstico a partir do histórico da paciente e do exame físico ginecológico. Também pode pedir exames complementares, como ultrassonografia e ressonância magnética de pelve.

4. A endometriose pode ser grave

Verdade. A endometriose é uma doença benigna. Entretanto, em alguns casos, pode ser potencialmente grave dependendo dos sintomas e dos tecidos e órgãos afetados.

5. Endometriose tem cura

Mito. Não existe cura para a endometriose, mas com acompanhamento médico e o tratamento adequado aliviam significativamente os sintomas e podem preservar o futuro reprodutivo da paciente.

6. A endometriose é uma doença de mulheres mais velhas.

Mito. A média de idade das mulheres diagnosticadas com a doença é de 27 anos, mas a doença também ocorre em adolescentes já nos primeiros ciclos. É importante que a paciente sempre busque ajuda quando apresentar os primeiros sintomas para iniciar o tratamento o mais breve possível.

7. O tratamento da endometriose sempre inclui cirurgia.

Mito. O tratamento é personalizado, de acordo com cada situação. Na maioria dos casos, a indicação está no uso de medicamentos, como hormônios, analgésicos e anti-inflamatórios) e na mudança do estilo de vida (alimentação, sono, exercícios físicos, meditação). Apenas em situações específicas e mais graves, pode haver necessidade de cirurgia.

8. A endometriose engorda.

Mito. Algumas pacientes podem apresentar inchaço abdominal, mas a doença em si não engorda. O ganho de peso pode ser um efeito colateral resultante do tratamento hormonal. Se isso ocorrer, é importante conversar com o médico.

9. Endometriose é sinônimo de infertilidade.

Mito. Apesar de 40% das mulheres portadoras da doença apresentarem alguma dificuldade para engravidar, a endometriose não deve ser encarada como sinônimo de infertilidade. Para as pacientes inférteis devido à endometriose, existem as possibilidades do tratamento clínico e cirúrgico associado às técnicas de reprodução assistida para uma possível gravidez.

10. Mulheres portadoras de endometriose que conseguem engravidar podem ter gestações de risco.

Verdade. A condição do endométrio impacta no desenvolvimento da placenta, aumentando as chances de parto prematuro e a placenta prévia.

11. A dieta pode influenciar nos sintomas e no tratamento da doença.

Verdade. A nutrição é uma grande aliada no controle dos sintomas da endometriose. Recomendamos uma dieta anti-inflamatória, rica em gorduras de boa qualidade (óleo de peixe e ômega-3); frutas, ricas em vitaminas C e E e vitamina D. Carnes vermelhas, embutidos e alimentos industrializados ultraprocessados devem ser evitados, pois acarretam estresse oxidativo e aumento de hormônios como testosterona e estradiol, influenciando no agravamento da inflamação e da dor.

12. É possível ter uma vida normal com endometriose.

Verdade. Cada vez mais os cuidados multidisciplinares, que envolvem as diversas especialidades da medicina, bem como as áreas de nutrição, fisioterapia, psicologia e terapias complementares são capazes de oferecer apoio às pacientes portadoras de endometriose. Com o acompanhamento de profissionais de saúde capacitados, a mulher consegue ter uma boa qualidade de vida.

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