Vitamina D é uma vitamina? Veja 9 dúvidas

Muito além de contribuir para a nossa saúde óssea, a vitamina D tem um papel essencial no combate de doenças que afetam o trato respiratório, infecções que atingem o sistema imunológico e doenças crônico-degenerativas, por exemplo.

Alta na procura

Com a pandemia, a preocupação com a saúde foi intensificada, principalmente em relação ao desenvolvimento do sistema de defesa natural do organismo. Segundo dados da ALANAC (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais), a venda de vitamina D cresceu 93% em 12 meses, entre abril de 2020 e abril de 2021.

Uso impreciso

Mesmo sendo popular, a vitamina D ainda desperta incertezas quanto ao modo de uso, dosagem, benefícios, contraindicações e outros fatores. Para auxiliar quem pretende fazer o uso correto, Paula Molari Abdo, farmacêutica pela USP e diretora técnica da Formularium tira as principais dúvidas sobre o nutriente.

Vitamina D é, de fato, uma vitamina?

A chamada vitamina D, na realidade, é um hormônio. Foi chamada desta forma em alusão à matéria-prima que precisamos manter no organismo para produzi-la: o dehidrocolesterol. Suas funções são tão importantes e complexas que se denominou de sistema endocrinológico Vitamina D.

Vitamina D é uma vitamina?

Ela consiste em duas formas: ergocalciferol (vitamina D2) e colecalciferol (vitamina D3). A vitamina D2 está presente em plantas e alguns tipos de peixe. Já a vitamina D3 é produzida quando a pele é exposta à radiação ultravioleta B (UVB). “Somente 20% das nossas necessidades vêm da dieta. Os outros 80% são sintetizados pela pele por meio da exposição solar”, diz Paula Molari.

O que determina a síntese da vitamina D?

A síntese da vitamina depende de uma série de fatores como pigmentação da pele, localização geográfica, estação do ano, vestuário, idade, uso de protetor solar e condições meteorológicas locais.

Em quais casos há indicação do suplemento?

Existem alguns grupos que são mais suscetíveis à deficiência de vitamina D e, por isso, necessitam de suplementação; assim como os idosos, já que o envelhecimento é um fator de risco pois a atrofia da pele (própria da idade avançada) reduz a capacidade de síntese do nutriente no organismo.

Em quais casos há indicação do suplemento?

Indivíduos portadores de obesidade também apresentam mais risco de deficiência, já que as concentrações dos metabólitos ativos da vitamina D são inversamente proporcionais ao índice de massa corporal. Ou seja, indivíduos com alto peso corpóreo possivelmente acumulam essa vitamina, que é lipossolúvel, no tecido adiposo.

Em quais casos há indicação do suplemento?

Outros grupos que também devem fazer a suplementação são: gestantes, lactantes, crianças, indivíduos de fototipo elevado (já que a melanina limita a penetração dos raios solares e reduz a produção de colecalciferol) e pessoas com uma dieta alimentar pouco variada.

Como saber se estou com níveis baixos da vitamina D?

Para saber se temos deficiência, é necessário realizar um exame de laboratório que mede o nível da vitamina D ativa no organismo. Os valores considerados normais, levando-se em consideração o equilíbrio do cálcio no sangue e a saúde óssea, variam de 20 a 32 ng/mL.

Como o déficit de vitamina D compromete o organismo?

A vitamina D é única entre as vitaminas, pois funciona como um hormônio. Além dos seus efeitos no metabolismo do fósforo e do cálcio, evidências recentes relacionam sua deficiência com o risco de desenvolvimento de outras patologias não ósseas.

É possível garantir os níveis de vitamina D por meio da alimentação?

A melhor fonte é a síntese da vitamina D pela pele quando exposta ao sol. No entanto, é possível garantir através da alimentação. “No entanto, poucos alimentos da nossa rotina alimentar contêm na sua composição esta vitamina. Portanto, passam despercebidos”.

Como o déficit de vitamina D compromete o organismo?

Algumas dessas doenças incluem: transtorno depressivo, declínio cognitivo, enxaqueca, esclerose múltipla, TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), TEA (transtorno do espectro autista), diabetes tipo 2, doença hepática e cirrose, tireoidite de Hashimoto, sarcopenia, osteoporose e osteopenia.

Superdosagem da vitamina D pode causar riscos à saúde? Quais?

A toxicidade da vitamina D, muitas vezes considerada rara, pode ser fatal se não for identificada prontamente. A ingestão excessiva da vitamina pode causar náuseas, vômitos, alterações sensoriais, constipação, hipercalcemia, pancreatite, lesão renal aguda, entre outras condições.

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