O tema terrorismo alimentar (ou terrorismo nutricional, como também vem sendo chamado) ganhou destaque quando Maíra Cardi reagiu a seu marido, Arthur Aguiar, comendo pão no BBB 22. "Amor, você não podia ter comido pão. Você acabou de destruir todo o trabalho que eu fiz no seu corpinho. 9 kg se foram à toa? 30 dias batalhando para ter esse corpinho para está aí, bonito para o Brasil todo ver, e você me comeu pão? Não faça isso", pediu a coach de emagrecimento em um vídeo publicado em suas redes sociais.
A partir disso, médicos endocrinologistas e nutrólogos, e profissionais da nutrição, como Daniel Cardy, manifestaram-se sobre o comportamento do ator, inclusive traçando paralelos com a alimentação da ex-participante Bárbara Heck. Enquando a modelo fazia longos jejuns e quando comia, era somente alimentos específicos e em pouca quantidade, Arthur se esbaldava nas festas e se deliciou com muito pão.
Terrorismo alimentar
Apesar de ser uma expressão nova, a história é longa e surgiu a partir da década de 1960, com o início da classificação dos nutrientes em tipos “bons” e “ruins”, explica a nutróloga Patrícia Cavalcante. “O grande problema do terrorismo nutricional é que ele foca somente no nutriente isolado e esquece na alimentação como um todo”, alerta a médica.
Essa abordagem faz com que a sociedade normalize a ideia de que existem alimentos bons e ruins para a saúde, aqueles que são necessários comer e aqueles que devem ser banidos para sempre do prato. Assim, entre os alertas feitos pelos profissionais da saúde, está justamete a crítica a pessoas que vendem estes métodos de emagrecimentos, como a esposa de Arthur.
Consequências e como evitar
Dietas que restringem radicalmente determinados alimentos ou grupos alimentares estão no centro dessa pressão nutricional. O terrorismo pode levar ao diagnóstico de transtornos alimentares - anorexia, compulsão, drunkorexia -, em especial a ortorexia nervosa, caracterizada pela fixação por saúde alimentar. Além disso, muitos destes transtornos vêm acompanhados de outros que envolvem à saúde mental, como a dismorfia corporal .
Por isso, a base da reeducação alimentar é entender que não existem “alimentos inimigos” que precisem ser integralmente evitados. “A dica é sempre focar no equilíbrio e saber como balancear as quantidades e grupos de alimentos”, pontua.
De acordo com a especialista, é preciso ficar atento a alguns sinais que podem indicar uma relação transtornada com a comida ou, se mais graves, um transtorno alimentar. São eles:
* Pensamentos obsessivos com comida ou com o próprio corpo, achar que após ingerir um alimento “ruim” irá ganhar peso imediatamente;
* Culpa ou arrependimento ao se alimentar;
* Pensamentos de compensação, por exemplo, se comi a sobremesa, não irei jantar;
* Medo de se alimentar ou da comida;
* Sensação de perda de controle ao comer.
Alimentação consciente
Um campo da medicina que tem ganhado espaço é o da medicina do bem-estar, que atua no campo da saúde como um todo e passa boas práticas para manter a sua. Já na nutrição, ao longo dos últimos anos a prática da alimentação consciente ganhou visibilidade, que nada mais é do que aprender a ouvir as vontades do próprios corpo e respeitá-las.
Nos dois, um ponto em comum é o conhecimento passado sobre necessidades do corpo e o que quer dizer cada um - como, por exemplo, quando as pessoas querem comer chocolate pode ser substituído por abacate, pois sinaliza necessidade de gordura.