Posso fazer exercícios mesmo se tiver doente? Médicos tiram dúvidas
Fazer exercício é ótimo para a saúde e muito importante em tempos de quarentena, mas e se eu tiver tosse ou nariz entupido? Veja o que fazer
Por Bia Bradley |
Não é segredo para ninguém que a nossa alimentação e a prática de exercícios físicas estão diretamente ligada com a nossa saúde e, em tempos de novo coronavírus (Sars-cov-2), é extremamente importante continuar treinando e se alimentando bem, mesmo dentro de casa e em quarentena.
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Mas se atividade física faz bem para a saúde e melhora a nossa imunidade, será que devemos fazer exercícios mesmo se estivermos doentes ? Em alguns casos, sim.
"Se uma pessoa tem os sintomas de um resfriado comum , se é coisa pouca, como uma coriza, ela pode fazer atividade física, mas, mais do que nunca, dentro de casa, porque qualquer pessoa com sintoma respiratório tem indicação de isolamento bem rigoroso (por conta da pandemia do coronavírus)", explica a médica infectologista Elaine Matsuda ao iG Delas .
Daniel Montero, médico de medicina esportiva da Mayo Clinic, segue a mesma linha. "Exercício é remédio. Se você tem sintomas acima do pescoço, coisas como corrimento nasal, espirros, resfriado comum como congestão nasal ou uma pequena dor de garganta, você pode exercitar-se", afirma o profissional.
Ele defende ainda que, nesse casos, os exercícios podem melhorar o quadro da pessoa: "O exercício pode até ajudá-lo a se sentir melhor, abrindo suas passagens nasais, por exemplo. Mas você pode reduzir a intensidade e a duração do seu treino".
Quando é melhor dar uma pausa nos exercícios?
Vale lembrar que como o Brasil enfrenta a pandemia do novo coronavírus , até mesmo sintomas leves de gripes devem ser observados com cuidado. Elaine ressalta ainda, que caso a pessoa esteja sentindo alguma coisa, ainda que leve, deve ficar 14 dias em casa e as pessoas que moram com ela devem fazer o mesmo.
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"Se eu estou me sentindo bem, eu posso continuar fazendo uma atividade física dentro da minha casa, agora se eu estou me sentindo indisposto, eu vou procurar me alimentar bem, beber bastante líquido", completa.
Outros sintomas também indicam que é hora de dar uma pausa nas atividades. "Recomendamos que você adie o exercício se tiver sintomas 'abaixo do pescoço', como congestão no peito, tosse seca e dor de estômago. E se você estiver com febre, é melhor dar ao seu corpo alguns dias para descansar e se recuperar", orienta Montero.
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Exercício com coronavírus pode?
Segundo Elaine, 80% dos casos de coronavírus são assintomáticos, ou seja, é capaz da pessoa ter a doença e nunca saber que foi infectada. "Se você tem um diagnóstico confirmado [de coronavírus], é porque você está sendo internada, e se está internando é porque não está bem e não vai fazer atividade física", diz ela.
"A pessoa sente como ela está. Se ela está dentro daquele quadro bem leve, com uma discreta dor de garganta e quer manter algum grau de atividade física, em casa, com isolamento bem rigoroso, ela pode", continua.
Possíveis desconfortos
Os desconfortos de uma doença, seja o coronavírus ou não, podem aparecer com mais ou menos intensidade e se eles estiverem atrapalhando muito a pessoa, ela deve descansar, segundo a profissional. "Se o exercício está me levando a um desconforto, é melhor respeitar o meu limite", conta.
Retomada é importante
Independente da doença, a retomada da atividade física é muito boa, de acordo com Elaine, mas sempre dentro do limite. "Uma pessoa que ficou internada, em uma UTI, ela tem que voltar a se exercitar, e esse exercício vai ser bem gradual", afirma a médica. Segundo ela, até o esforço de tomar banho sozinho já é considerado um exercício nessa volta à rotina.
Tudo vai depender da gravidade do que você teve, mas a retomada tem que ser feita, ainda que seja difícil. "Pode ser conseguir sentar na cama, consegui andar até a cozinha, almoçar sozinho e cada dia vai aumentando aos poucos", completa.
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Vale lembrar que, com a pandemia do coronavírus, os exercícios devem ser feitos em casa, respeitando o isolamento social. Mesmo que você se sinta saudável, de acordo com a infectologista, você pode transmitir o vírus. A orientação é manter a distância de 1 metro e meio a 2 metros das pessoas para evitar um possível contágio.