"Achamos que falar 'gordinha' reduz o problema", diz mulher após emagrecer 60 kg
Milla Almeida precisou rever a alimentação e praticar atividades físicas, principalmente musculação, para abandonar a obesidade e chegar aos 66 kg
Por Milena Tomaz |
Ludmilla Almeida, também conhecida apenas por Milla, tem 33 anos e já sofreu muito com a obesidade. A mulher, que é de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, decidiu abandonar os hábitos ruins e emagrecer para levar uma vida melhor.
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"Eu comecei a avaliar a vida que estava levando e a vida que merecia ter. Foi um processo de amadurecimento. Eu busquei em mim o que, de fato, teria força suficiente para me conduzir até o fim do processo. Minha principal motivação foi querer viver bem, ter longevidade com saúde e autonomia", diz ela ao Delas sobre a jornada para emagrecer .
Milla afirma nunca ter feito uma dieta balanceada, nem quando era criança ou adolescente. "Minha alimentação sempre foi com comida de verdade, mas em porções erradas, horários desregrados, salgados fritos nos lanches e refrigerante", conta a mulher.
A alimentação inadequada, atrelada ao sedentarismo e ao estresse do dia a dia, contribuiu significativamente para que a gestora de pessoas engordasse até chegar aos 126 kg. Ao atingir um nível de obesidade, ela passou a sofrer com algumas limitações causadas pelo excesso de peso.
O começo do emagrecimento
O mês de setembro de 2017 marcou o início das mudanças nos hábitos de vida de Milla. "Comecei sozinha no primeiro mês, fiz exames de tireoide e descobri que tenho hipotireoidismo. Depois procurei uma endocrinologista que me passou remédio. Me recusei, porque a experiência na adolescência com remédios para emagrecer não foi boa", explica.
Após isso, ela escolheu recorrer ao nutricionista Alessandro Cardoso para ajudar no caminho rumo ao peso ideal e a uma qualidade de vida melhor. "Aprendi com meu nutricionista a pesar o que como, seguir a programação e organizar minhas refeições com antecedência pra não cair em tentação", conta Milla Almeida.
Essa fase de reeducar a dieta colaborou para que a gestora trabalhasse a mente nos momentos das refeições. "A reeducação alimentar tem mais haver com reconstruir a ideia de que a comida não é problema, a problemática está em como usamos o alimento, suas porções e horários. Comida de verdade, aliada à atividade física, é que promove saúde e vida", pontua a mulher.
Além de mudar os hábitos alimentares, Milla também investiu em fazer musculação desde o começo e, depois de eliminar cerca de 40 kg, também passou a correr, e diz que essa foi "a atividade mais libertadora" que poderia praticar.
"Nunca duvidei que conseguiria"
O processo árduo para perder peso não desanimou a mulher em nenhuma etapa, embora encaixar a prática de exercícios à rotina corrida tenha sido complicado. "Tenho que pré-preparar as coisas com antecedência pra facilitar o dia a dia e isso da bastante trabalho", declara. "Nunca pensei em desistir e nunca duvidei que conseguiria", acrescenta ela.
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Em um ano e quatro meses, Milla conseguiu emagrecer, ao todo, 60 kg, e afirma que nunca amou seu corpo como agora. "Essa autoestima não é porque estou dentro de um padrão de beleza (porque não estou e nem acredito neles), não é porque visto 38/40 depois de vestir 54/56. Essa autoestima é porque estou me amando", destaca a gestora.
Agora com 66 kg, a mulher enfatiza que ouviu muitos comentários relacionados ao seu emagrecimento, principalmente de algumas pessoas que acreditam que ela fez cirurgia ou tomou remédios. Em contrapartida, outras afirmam que ela está mais bonita e que ficou ótima depois de perder peso.
Influência positiva
Milla adora compartilhar no Instagram sua superação para ajudar e motivar todos que também estão na jornada. "Estou me dedicando ao máximo, porque sou comprometida com o propósito de disseminar que o emagrecimento saudável é possível e real. Porque estou fazendo algo quando quase ninguém acredita", conta.
"Compartilho minha rotina e recebo várias mensagens, pedidos de ajuda, questionamentos sobre minha rotina, sobre as dificuldades... Percebo que faço diferença para pessoas muito próximas e para pessoas que sequer conhecerei um dia", celebra.
Na rede social, inclusive, ela utiliza uma frase marcante para se definir: "Sempre fui "gordinha", e colocar isso no diminutivo me fez chegar aos 126 quilos", diz o texto. Ao ser questionada sobre a afirmação, a gestora destaca que essa é mais uma questão de saúde do que de estética.
"A gente minimiza o problema da obesidade. Nós nos cegamos, achamos que falar ' gordinha ' reduz o problema. Sempre falei que era saudável e, de fato, não tinha problemas de saúde como diabetes, colesterol e outras coisas, mas a obesidade é uma bomba relógio", esclarece.
"A probabilidade de desenvolver problemas de saúde no decorrer do tempo é muito grande. Hoje, me dói ver as pessoas levando a vida que eu levei, me dói ver crianças sendo alimentadas com excesso de açúcar, embutidos e industrializados", lamenta a mulher.
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Quer emagrecer? Foca nessas dicas
Milla Almeida apresenta algumas sugestões que podem ajudar a emagrecer . Entre elas, a mulher destaca a importância de ter um acompanhamento nutricional, definir objetivos, se organizar, tomar muita água e praticar atividades físicas caso um especialista recomende.
"Não ache que o mundo gira ao seu redor, ele não vai parar para você se transformar. As pessoas vão continuar comendo, te chamando pra eventos sociais com comida e bebida, vão te oferecer 'só um pedacinho' e o seu foco não pode se perder", avisa. "Desafie-se, acredite e movimente-se. Nunca duvide da sua força e aprenda que suas desculpas só servem para você", finaliza ela.