Jejum intermitente ajuda a emagrecer? Conheça os riscos e benefícios do método
Nutrólogos e nutricionista falam sobre a prática cada vez mais popular para perder peso e esclarecem se ela é prejudicial ou não ao organismo
Por Milena Tomaz |
Jejum intermitente é uma alternativa cada vez mais escolhida por quem deseja emagrecer rápido, mas a ideia de ficar determinados períodos sem se alimentar ainda assusta muita gente. Para ajudar a esclarecer as dúvidas relacionadas ao método, o Delas conversou com especialistas, que dizem se essa opção é, de fato, saudável.
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Edvânia Soares, nutricionista da clínica Estima Nutrição, diz que " jejum intermitente é uma estratégia nutricional onde é feita a restrição parcial (consome-se no máximo 25% das necessidades calóricas diária) ou total de alimentos por um período específico ".
Durante o período sem se alimentar, de acordo com a médica nutróloga Ana Luisa Vilela, o corpo provoca um tipo de cetose no organismo, e isso proporciona a queima de gordura . Diogo Simão, nutrólogo do Espaço Volpi, lembra que o jejum se aplica apenas a alimentos e, portanto, café, chás e água estão liberados para consumo .
Riscos e benefícios
Simão destaca que essa estratégia é "muito eficaz para o emagrecimento", mas é importante ter foco antes e depois de aderir ao método. Ana Luisa enfatiza que os benefícios e os riscos variam de acordo com quem faz essa dieta.
"Não adianta nada fazer jejum intermitente, começar a queimar [gordura] e depois comer [algo] super calórico quando estiver no horário livre para alimentação. Então, o jejum tem que vir junto com uma dieta bem equilibrada", explica ela.
Já para Edvânia, as vantagens vão além do emagrecimento. " Outro benefício do jejum é o controle da insulina e aumento da secreção de GH
. Além de melhorar os problemas e saúde como resistência à insulina, prevenção de diabetes do tipo 2, diminuição do colesterol e triglicérides, melhora na esteatose hepática", salienta.
Segundo a nutricionista, estudos também declaram que esse tipo de jejum pode contribuir com a melhora da cognição e favorecer a prevenção de doenças como o mal de Alzheimer, que causa perda de memória e afeta outras funções mentais.
Ela alerta que fazer o jejum, entretanto, é seguro desde que seja orientado e acompanhado por especialistas. "Pode causar efeitos adversos como desidratação, aumento do nível de stress, queda na qualidade do sono e episódios de compulsão alimentar", conta. Além disso, ele é contraindicado para usuários de medicamentos relacionados à insulina, pessoas hipertensas, crianças em fase de crescimento e mulheres grávidas ou lactantes.
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Ainda há inconveniências que podem ocorrer com qualquer um, como destaca Ana Luisa. "Um grande risco das dietas, principalmente do jejum e da low-carb, é perder muita musculatura nesse período", diz a médica.
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Padrões do jejum intermitente
A prática possui padrões para determinar o período de alimentação e o tempo sem comer. Diogo Simão explica cada um deles:
- 5:2: cinco dias comendo a quantidade de calorias necessária diária e, durante dois, ingerir apenas 500 calorias;
- 16:8: fazer as refeições numa janela de oito horas e jejuar por 16 horas;
- 23:1: Se alimentar num período de uma hora e jejuar por 23 horas.
A nutricionista Edvânia recomenta consumir, na refeição pós-jejum, alimentos com baixa caloria, com proteína e pouco carboidrato. Além disso, é aconselhável excluir produtos industrializados e se hidratar bastante.
O jejum pode causar mal-estar?
Os especialistas afirmam que essa alternativa para perder peso pode gerar desconfortos no início, principalmente caso a pessoa não esteja acostumada a ficar longos períodos sem comer. É comum que ocorra, por exemplo, queda de pressão e mal-estar no estômago.
"Quando já se tem gastrite os sintomas podem reaparecer, por que a acidez do estômago não está regulada", diz Simão. De acordo com o nutrólogo do Espaço Volpi, esses sintomas passam na medida em que a qualidade da alimentação melhora.
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Posso praticar exercícios em jejum?
Praticar exercício enquanto faz o jejum intermitente ainda é objeto de muitos estudos na área. "Pode apresentar tontura, mal-estar e até desmaio se não tiver acostumado a jejuar. Depois que estiver adaptado sente-se bem treinado em jejum", conta Diogo Simões.
Edvânia Soares apresenta preocupação com a questão nutricional do organismo. "Para quem malha diariamente, ficar em jejum por longos períodos e ainda por cima ao longo do dia não se nutrir corretamente, pecando com a falta de nutrientes e proteínas e severa restrição calórica, é péssima ideia. Além de não ter o estimulo para ganho de massa magra, ainda pode perder massa muscular", pontua ela.
Apesar de ser uma boa alternativa para emagrecer , os especialistas não aconselham que o jejum intermitente dure muito. "Pode ser perigoso devido à baixa ingestão de nutrientes. Em casos mais extremos, pode causar atraso no metabolismo", diz Edvânia, que também chama a atenção para o risco de desenvolver compulsão alimentar. Por isso, eles recomendam um acompanhamento profissional na jornada para perder peso.