Meditar com frequência melhora a capacidade de atenção do cérebro por até sete anos, mostrou um estudo publicado no Journal of Cognitive Enhancement. A prática também traria outros benefícios a longo prazo, além de diminuir as perdas cognitivas que acontecem conforme envelhecemos.
Leia também: Meditação é tão eficaz quanto medicamentos para tratar depressão; saiba mais
“Esse estudo é o primeiro a oferecer evidências de que a prática intensiva e contínua de meditação está associada a melhorias duradouras na atenção sustentada e inibição de resposta, com o potencial de alterar trajetórias longitudinais de mudanças cognitivas na vida de uma pessoa”, aponta o relatório.
Para conseguir medir tais melhorias, os pesquisadores reuniram 60 pessoas e as classificaram de acordo com a idade, gênero e tempo de experiência com meditação em dois grupos. O primeiro grupo foi enviado para um retiro de meditação por três meses. O segundo foi monitorado nesses três meses iniciais e, em seguida, enviado para o mesmo retiro onde os participantes recebiam treinamento de um mestre budista durante seis horas por dia, passando por sessões de meditação em grupo e individual.
Leia também: Meditação: veja os benefícios da prática durante a gravidez
Os cientistas, então, acompanharam os participantes em três momentos: seis meses, 18 meses e sete anos após o retiro. No último encontro, foi pedido aos participantes que estimassem a quantidade de tempo que dedicaram à meditação semanal e anualmente ao longo dos sete anos, como foi essa prática e se eles chegaram a participar de outro retiro (por quantos dias e quantas vezes). Entre os resultados iniciais, viram que 85% deles compareceram a pelo menos um retiro de meditação após o inicial.
Além do questionário, os participantes foram submetidos a uma série de estímulos e atividades durante 32 minutos para determinar a capacidade de atenção deles em cada etapa do monitoramento. Os pesquisadores observaram que, logo após o retiro de três meses, no início da pesquisa, as capacidades cognitivas de todos os participantes haviam melhorado.
Sete anos depois, os benefícios se mantiveram parcialmente entre os participantes que praticavam meditação durante pelo menos uma hora por dia e frequentaram outros retiros.
Leia também: Fotógrafo registra “antes e depois” de praticantes de meditação
Em comparação, nos outros participantes, com rotinas menos intensas de prática de meditação, para os quais se esperava uma perda nos benefícios obtidos, foi observado surpreendentemente que as melhoras cognitivas também se mantiveram, ainda que parcialmente, e o declínio da capacidade de atenção, típica do envelhecimento, se mostrou menor do que o normal.
Contratempos e conclusões
O estudo admite que o estilo de vida e a personalidade dos participantes, bem como a honestidade deles nas respostas do questionário pode ter interferido de forma pequena na pesquisa.
Estas alterações, entretanto, não seriam significativas, pois os resultados dos testes de estímulo, que não podiam ser burlados, mostraram que os efeitos da meditação se estabilizaram entre todos os participantes e foram bastante similares, mesmo com as variações na intensidade de treinamento.
Leia também: Meditação e relaxamento aliviam calores da menopausa
Para os pesquisadores, isso pode levar a novas reflexões sobre o quanto a meditação pode, de fato, interferir no funcionamento do cérebro. Para conferir o estudo completo clique aqui .