Sempre aparece uma dieta da moda ou alguma prática antiga volta a ser assunto quando a ideia é emagrecer. E se a tal dieta promete fazer alguém perder alguns quilinhos sem muito esforço e sem deixar de comer o que gosta - e isso inclui doces, sanduíches e outras guloseimas - a fama é garantida. É isso que está acontecendo com a chamada CICO diet.
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A dieta da moda está bombando no Reddit, uma rede social que reúne fóruns de discussões e opiniões. Segundo reportagem recente do portal americano "Yahoo Lifestyle", não faltam usuários que defendem a prática. "Durante anos eu realmente pensei que para perder peso era preciso exercícios pesados e comer nada mais que peixe, brócolis e espinafre. Não imaginava como estava errado", disse um usuário que afirma ter emagrecido 9 kg em dois meses com a a dieta. "CICO funciona não importa o que você coma. Junk food, comida saudável, comida cara, comida barata, tanto faz. CICO realmente funciona quando se quer perder peso", escreveu outro internauta.
Apesar dos resultados, nutricionistas apontam problemas: quais as consequências disso para o corpo? Vale a pena emagrecer desse jeito? Conseguirá manter esse novo peso ou pode engordar ainda mais no futuro?
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O que é a CICO diet
A dieta não é nova e há muitos anos até chegou a ser pregada como uma boa prática para emagrecer. O nome vem do inglês "calories in, calories out", algo como "calorias entram e calorias saem" em português. Ou seja, ela defende a matemática, afirmando que se consumir menos calorias do que se gasta, vai emagrecer.
Na teoria isso funciona, afinal, toda a energia ingerida será consumida e não haverá, por exemplo, acúmulo de gordura. Mas essa dieta não faz definição da origem da caloria. Com isso, se a conta indicar que deve consumir 1.500 calorias por dia para emagrecer, não importa que elas venham de bons alimentos, como frutas, verduras, legumes e carnes magras ou de um gorduroso hambúrguer com batata frita e milk shake. De acordo com os profissionais da saúde, aí está o grande risco desse tipo de dieta.
"Sabemos que a qualidade das calorias ingeridas, assim como o equilíbrio entre os macronutrientes e horários das refeições, fazem toda a diferença para o metabolismo, o grau de satisfação e até em como o corpo vai utilizar essa energia", explica a nutricionista Cynthia Sass ao portal norte-americano.
300 calorias vindas de um bolo de chocolate causam um impacto totalmente diferente no corpo que as mesmas calorias consumidas com um bolo integral, com amêndoas e menos açúcar. A segunda opção vai, por exemplo, produzir menos picos de glicose no sangue e, com isso, promover um menor acúmulo de gordura nas células e menos riscos para a saúde.
A CICO não leva nada disso em conta. Ao consumir menos calorias, vai emagrecer, mas pode deixar de ingerir uma série de nutrientes importantes para a saúde e ainda voltar a engordar no longo prazo, já que é muito complicado seguir uma dieta restritiva por muito tempo.
É possível contar calorias de maneira consciente?
De acordo com Dawn Jackson Blatner, mais uma especialista no assunto e autora de livros sobre alimentação saudável, se fizer questão de contar as calorias em uma dieta, há maneiras de seguir isso de uma maneira mais adequada.
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A primeira dica é não ser tão radical. A segunda é prestar atenção à composição do prato. Para uma dieta de 1.500 calorias, é possível, segundo Dawn, montar um prato que inclua meia xícara de grãos, uma porção de proteína magra, muitos vegetais regados com uma pequena porção de gordura boa, como azeite de oliva. Com isso, terá refeições com os macronutrientes necessários para o bem-estar e para a saúde e sem os riscos da dieta da moda. O resultado pode demorar um pouquinho mais para aparecer, mas ele virá e de uma maneira muito mais duradoura.