
O Brasil deu um passo importante no tratamento do câncer de mama com a chegada do primeiro lote do medicamento Trastuzumabe Entansina ao Sistema Único de Saúde (SUS). A remessa inicial, composta por 11.978 unidades, desembarcou nesta segunda-feira (13) no almoxarifado do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, coincidindo com a campanha Outubro Rosa, dedicada à conscientização e prevenção da doença.
O medicamento é indicado para pacientes com câncer de mama HER2-positivo em estágio avançado que não responderam completamente à quimioterapia inicial . Esse tipo de câncer é considerado mais agressivo e requer terapias direcionadas para aumentar a eficácia do tratamento e reduzir danos às células saudáveis.
De acordo com o Ministério da Saúde, serão entregues ainda mais três lotes, programados para dezembro deste ano, março e junho do próximo ano, garantindo cobertura completa da demanda atual do SUS. Com o cronograma, cerca de 1.144 pacientes devem ter acesso ao tratamento ainda em 2025.
O governo federal investiu R$ 159,3 milhões na aquisição de 34,4 mil frascos-ampola do Trastuzumabe Entansina. A negociação garantiu descontos de aproximadamente 50% em relação aos preços praticados na rede privada, com frascos que antes custavam até R$ 11,6 mil sendo adquiridos por cerca de R$ 5,6 mil.
A distribuição do medicamento será feita pelas secretarias estaduais de saúde, respeitando os protocolos clínicos vigentes. A expectativa é que os pacientes comecem a receber o tratamento ainda neste mês, com ampliação do acesso a partir do início de novembro.
Além do Trastuzumabe Entansina, o Ministério da Saúde anunciou avanços em outras frentes de combate ao câncer de mama. Entre as medidas estão a compra descentralizada de inibidores de ciclinas, como abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe, voltados a casos avançados ou metastáticos com receptor hormonal positivo e HER2-negativo. Esses medicamentos serão adquiridos diretamente por estados e municípios, com financiamento federal.
Outra iniciativa relevante é a ampliação da faixa etária para realização de mamografias pelo SUS. Agora, mulheres a partir de 40 anos, mesmo sem sintomas ou histórico familiar, podem acessar o exame, fortalecendo a detecção precoce da doença. Em 2024, mais de 1 milhão de mamografias foram realizadas em mulheres com menos de 50 anos, representando 30% do total de exames realizados.