
Sem descanso, reconhecimento e muito menos remuneração: mesmo após o fim do expediente, milhões de mulheres fazem "hora extra" em casa. A campanha “ Trabalho Invisível ” chama atenção para a sobrecarga das mulheres com as tarefas domésticas.
A iniciativa será lançada no dia 1º de maio, data em que se celebra o Dia do Trabalho. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a carga desproporcional de atividades do lar e cuidados que recaem sobre o sexo feminino.
De acordo com o último relatório da Organização Internacional do Trabalho( OIT), esse trabalho não é dividido de forma igualitária em lugar algum. Em média, as mulheres dedicam três vezes mais tempo do que os homens às tarefas domésticas.

Essa disparidade gera problemas profissionais e pessoais, que vão desde o desgaste e cansaço à maior dificuldade ao acesso a melhores cargos, tempo para estudos e qualificação profissional — o que também impacta o fator financeiro.
No Brasil, mulheres gastam 9,6 horas a mais do que os homens com trabalho doméstico durante a semana, de acordo com pesquisa do IBGE de 2022. Já segundo levantamento do " Elas Trabalham ", 73,4% das mulheres começaram a realizar tarefas domésticas e de cuidado antes dos 14 anos.
A campanha
“Trabalho Invisível” é realizada pela Agência Calia, com produção da Santeria e assinatura da Instituição Nós por Elas. O conceito “ O fim do expediente não é o fim do trabalho ”, a campanha retrata o acúmulo de funções que caracteriza a rotina de milhões de mulheres.
A comunicação é composta por três filmes de 30 segundos, além de diversas peças gráficas. O material destaca a invisibilidade do trabalho doméstico e a urgência de uma divisão mais equitativa.
“Conseguimos traduzir em segundos uma realidade que perdura há séculos. Estamos muito felizes com a qualidade criativa da campanha” afirma Maurício Oliveira, um dos criativos. Geisa Lopes e Alexandre Ferro completam o time de criação, enquanto a direção de cena é de Rafael Damy.

“A campanha ‘Trabalho Invisível’ nasce de uma necessidade urgente de dar visibilidade a uma realidade que muitas vezes é ignorada. Queremos provocar uma reflexão profunda sobre a desigualdade de gênero nas tarefas domésticas e mostrar que a transformação começa dentro de casa”, conclui José Augusto, vice-presidente da Calia.