Lipedema: Yasmin Brunet traz visibilidade a doença após BBB

Modelo perdeu 15 kg após iniciar o tratamento contra a condição médica

Yasmin Brunet antes e depois do tratamento contra lipedema
Foto: Reprodução/Instagram
Yasmin Brunet antes e depois do tratamento contra lipedema

O lipedema, uma condição crônica que causa acúmulo anormal de gordura, principalmente nas pernas e quadris, ganhou destaque no Brasil após a participação da influenciadora Yasmin Brunet no Big Brother Brasil. Foi apenas em 2022 que o lipedema recebeu um código no Cadastro Internacional de Doenças (CID), um marco importante para o reconhecimento e tratamento da condição.

Yasmin Brunet, que enfrentou dores, inchaço e ganho de peso concentrado da cintura para baixo, relatou ao Fantástico que só descobriu o diagnóstico após sua participação no reality show.

“Foi quando eu saí do Big Brother que eu descobri. Até então, achava que retinha muito líquido. Fazia massagens que doíam demais, me deixavam roxa”, contou a influenciadora, que quase recusou o convite para o programa por insegurança com seu corpo.

“Falei para minha mãe: ‘Mãe, não sei se tenho coragem de ir, porque vão me ver assim e eu morro de vergonha’. Mas, no fim, foi um alívio, como se eu tivesse arrancado um band-aid de algo que tentei esconder por tanto tempo”, disse.

Brunet compartilhou sua experiência de superação, revelando que perdeu 15 quilos sem cirurgia, apenas com mudanças na alimentação e prática de exercícios. “Procurei um profissional e consegui resultados significativos”, afirmou.

Quais são as opções cirúrgicas disponíveis

O lipedema é uma doença crônica que atinge predominantemente o público feminino, manifestando-se pelo acúmulo desproporcional de gordura na região subcutânea, com maior incidência nas pernas, coxas e, em certos casos, nos braços. Além das mudanças visíveis no corpo, essa condição pode provocar dor, edema e sensibilidade, afetando significativamente o bem-estar e a rotina das pacientes.

A origem exata do lipedema ainda não foi completamente elucidada, mas estudos sugerem que componentes genéticos e processos inflamatórios desempenham um papel importante. Recentemente, personalidades como Yasmin Brunet, Juliane Massaoka, Amanda Djehdian e Tatiana Maranhão compartilharam seus diagnósticos, contribuindo para aumentar a conscientização sobre essa condição.

Em casos mais graves, a intervenção cirúrgica tem se mostrado uma opção eficiente. A técnica mais utilizada é a lipoaspiração, que remove o excesso de gordura e pode amenizar os sintomas associados à doença. Quando há sobra de pele após a remoção da gordura, a cruroplastia pode ser recomendada, um procedimento que elimina o tecido excedente na área das coxas.

O cirurgião plástico Carlos Tagliari ressalta ao IG que, como em qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos envolvidos: “Entre as principais complicações estão a possibilidade de embolias e, em situações específicas, assimetrias, devido à natureza complexa da lipoaspiração”. No entanto, ele enfatiza que os benefícios são expressivos: “A cirurgia melhora o contorno corporal, diminuindo o volume excessivo nas coxas, joelhos e culotes. Além disso, há uma redução considerável da dor associada ao lipedema”.

Apesar da eficácia da cirurgia, os resultados não são permanentes sem a adoção de um estilo de vida equilibrado. “O sucesso do tratamento depende de fatores como o estágio do lipedema e a manutenção de hábitos saudáveis. Se a paciente segue uma dieta adequada e consegue controlar o peso, os efeitos podem ser duradouros. Caso contrário, ainda pode ocorrer desconforto e aumento do volume”, explica Tagliari.

O período pós-operatório demanda cuidados específicos. “É necessário o uso de malhas compressivas e a realização de sessões de drenagem linfática para minimizar o inchaço. Embora haja desconforto inicial, os benefícios da cirurgia são significativos para a qualidade de vida da paciente”, destaca o especialista.

Vale ressaltar que a cirurgia não é indicada para todos. Pacientes com condições de saúde pré-existentes, risco elevado de trombose ou que estejam acima do peso recomendado podem não ser candidatas ao procedimento.