
A atriz Zezé Polessa foi internada no último sábado (22) no Hospital Nossa Senhora das Graças, em São Paulo, após sofrer uma intoxicação alimentar. O incidente ocorreu após a artista consumir uma feijoada vegana, mas o problema pode surgir a partir de qualquer alimento contaminado. A intoxicação alimentar é uma condição que pode afetar qualquer pessoa e, em casos mais graves, exige atenção médica imediata.
De acordo com a médica nutróloga Marcella Garcez , diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, a intoxicação alimentar ocorre quando alimentos ou bebidas contaminados por microrganismos prejudiciais, toxinas ou produtos químicos são ingeridos. “Os sintomas mais comuns incluem náuseas, vômitos, diarreia e cólicas abdominais. Em situações mais sérias, pode haver complicações que demandam intervenção médica”, explica.
A endocrinologista Deborah Beranger , com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, reforça que a contaminação pode ser causada por bactérias como Campylobacter, Listeria, Clostridium, Escherichia coli e Salmonella.
“A gravidade dos sintomas varia. Em casos leves, o paciente pode apresentar desconforto abdominal e diarreia moderada, que tendem a desaparecer em poucos dias. Já em situações mais graves, os sintomas incluem vômitos persistentes, desidratação, febre alta e até confusão mental, exigindo tratamento médico urgente”, alerta.
O diagnóstico da intoxicação alimentar envolve avaliação clínica, histórico alimentar e, em alguns casos, exames laboratoriais ou cultura de amostras. “Em quadros mais complexos, exames de imagem e técnicas como a reação em cadeia da polimerase (PCR) podem ser necessários para identificar o microrganismo causador”, detalha Marcella.
O tratamento varia conforme a gravidade. “Casos leves podem ser tratados com hidratação oral, enquanto quadros mais severos podem exigir hidratação venosa, reposição de eletrólitos e medicamentos para alívio dos sintomas”, complementa Deborah.
Prevenção é a melhor estratégia
Para evitar a intoxicação alimentar, as especialistas recomendam cuidados básicos, mas essenciais. “A higienização das mãos e dos utensílios de cozinha, como tábuas de corte, é fundamental. Além disso, é importante consumir alimentos frescos, bem lavados e de origem confiável”, orienta Deborah. A médica também alerta para o risco de consumir alimentos crus ou mal cozidos, que podem abrigar bactérias perigosas.
Marcella reforça a importância do armazenamento adequado dos alimentos. “Alimentos perecíveis, como carnes e laticínios, devem ser mantidos em temperaturas seguras. Em climas quentes, o risco de contaminação aumenta, pois as bactérias se multiplicam rapidamente”, explica.