
Aos 25 anos, Beatriz de Oliveira Monteiro travou uma batalha pela própria vida e pela vida do filho. Grávida de seis meses, ela foi diagnosticada com um tumor cerebral e enfrentou três cirurgias de alto risco, com poucas chances de sobrevivência. Sua jornada aconteceu em janeiro deste ano, em um hospital de Campinas em São Paulo.
Beatriz contou à reportagem do iG , que as dores de cabeça começaram a piorar quando ela estava com dois meses de gestação, enquanto trabalhava em uma indústria de fabricação de lentes de contato. Ela relata, que o calor excessivo e as alterações hormonais da gravidez dilatavam suas veias, intensificando a dor.

Em novembro de 2024, durante um culto, Beatriz recebeu uma mensagem que marcou sua trajetória: “Eu iria sofrer, mas Deus não soltaria a minha mão. E eu confiei”, conta emocionada.
Em 31 de dezembro, Beatriz caiu dentro de casa e foi levado ao hospital. Lá, foi submetida a uma ressonância e recebeu a notícia que mudaria sua vida: só poderia ter alta após uma cesariana de emergência e uma cirurgia arriscada para a retirada do tumor. Segundo os médicos, a operação seria realizada com ela de bruços, o que tornava o procedimento ainda mais delicado devido à gravidez.
Com apenas seis meses de gestação, o bebê nasceu prematuro e foi direto para a UTI Neonatal. Beatriz, ainda debilitada, teve a chance de segurá-lo nos braços por apenas uma hora, três dias após o nascimento, na véspera de sua primeira cirurgia.
No dia 14 de janeiro de 2025, ela passou pela primeira operação, que durou 12 horas. Durante a recuperação, entrou em coma por 12 dias e desenvolveu uma infecção no líquido cerebral, que poderia evoluir para meningite bacteriana. Uma segunda cirurgia, de seis horas, foi necessária. Após isso, Beatriz passou por um terceiro procedimento, no qual os médicos retiraram pele da perna para realizar um enxerto na cabeça.
A família de Beatriz esteve com ela durante toda essa luta. Enquanto ela permanecia inconsciente, seu marido, Everton Silva de Oliveira, dividia o coração entre a esperança de que sua esposa despertasse e a preocupação com o pequeno Pedro, que lutava pela vida na UTI. “Eu tinha dois pesos e não sabia qual segurava”, relembra.
Hoje, Beatriz é considerada um “milagre vivo” pelos médicos. Recebeu alta há 20 dias e já recuperou os movimentos do lado esquerdo do corpo. Sua visão, que antes estava comprometida, está voltando aos poucos. Em casa, ao lado do filho, que já tem pouco mais de um mês, ela se esforça para cuidar dele com o apoio do marido e dos pais.
“Me sinto privilegiada e muito amada por Deus e por todos. Sinto-me acolhida e feliz, mesmo ainda não conseguindo fazer muitas coisas", finalizou Beatriz ao compartilhar sua história pela primeira vez.