La Casserole apresenta mostra relacionada aos 70 anos do restaurante sob a perspectiva de 7 artistas visuais
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La Casserole apresenta mostra relacionada aos 70 anos do restaurante sob a perspectiva de 7 artistas visuais


Desde o dia 10 de setembro, o La Casserole temporariamente retirou das paredes suas obras tradicionais, que contam a história dos 70 anos do restaurante, para dar lugar à sua primeira exposição de arte. A mostra, que vai até 30 de setembro, reúne obras de sete artistas plásticos sob a curadoria de Marina Frúgoli, profissional com vasta experiência em instituições renomadas como o Instituto Moreira Salles, Itaú Cultural e Sesc.


"A exposição aborda temas que dialogam diretamente com a história do La Casserole e a gastronomia, como plantas que resistem e são utilizadas na cozinha, alimentação, ocupação do espaço público e a ancestralidade que molda nossa forma de estar no mundo. Esse último tema se conecta com a passagem do restaurante de geração em geração", explica Marina.

Entre os destaques, a artista trans Efe Godoy apresenta sua série Bicho, Planta, Feitiço, que mistura memórias de infância com fabulações, criando seres híbridos que integram partes de plantas e flores, remetendo tanto à gastronomia quanto à floricultura em frente ao restaurante. Kika Levy, especialista em técnicas de gravura, traz a mostra Folhas de Relva, com monotipias feitas a partir de plantas comestíveis colhidas na Horta das Corujas, na Zona Oeste de São Paulo.

Juliana Russo, artista não-binária, expõe desenhos feitos com caneta nanquim do livro Pequenos Acasos Cotidianos, retratando cenas urbanas e a resistência no centro de São Paulo, tema fortemente conectado à trajetória do La Casserole. Renata Pelegrini, por sua vez, reflete sobre ancestralidade com sua série Antenati, inspirada nas raízes de orquídeas.

A trans indígena Yala Silva explora o milho como símbolo ancestral em Apenas Milho?, uma reflexão sobre o uso do cereal tanto como alimento tradicional quanto como commodity. Já as pinturas de Deysona, em Moda é Instrumento de Revolução, exaltam a força comunicativa da moda e celebram mulheres negras como divindades. Por fim, Bruna Amaro fecha a exposição com uma série que mistura bordado, arte têxtil e carnaval, abordando temas como religiosidade, festas populares e violência de gênero.

Esta vernissage reafirma a forte ligação do La Casserole com as artes. Ao longo de sua trajetória, o restaurante já promoveu eventos como rodas de conversa sobre Pablo Picasso e Salvador Dalí, além de jantares temáticos. Em 2017, organizou uma visita guiada à exposição Toulouse-Lautrec em Vermelho, no MASP, seguida de um jantar especial com pratos inspirados na boemia parisiense do século XIX.

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