Reposição hormonal está ligada a aumento dos casos de câncer de mama?

Saiba o que dizem os especialistas sobre os riscos e benefícios da reposição hormonal na menopausa

Reposição hormonal está ligada a aumento dos casos de câncer de mama e de endométrio?
Foto: FreePik
Reposição hormonal está ligada a aumento dos casos de câncer de mama e de endométrio?

A menopausa – que ocorre por volta dos 50 anos – marca o fim do período reprodutivo feminino. Nesse momento, o corpo interrompe a produção de progesterona e estrogênio, e, para algumas mulheres, os especialistas prescrevem a reposição desses hormônios. Mas, afinal, essa medida está relacionada com o aumento da chance de desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como de endométrio e mamas? 

Segundo Julia de Castro Cordeiro, coordenadora da Oncologia do CHN, que faz parte da Dasa, a terapia de reposição hormonal é uma aliada importante para pacientes com até 60 anos e que entraram na menopausa há menos de 10 anos, principalmente na prevenção de doenças ósseas e cardiovasculares e na melhora da cognição. Ela também controla os sintomas da menopausa, que interferem na qualidade de vida, como enxaquecas, sensação de ressecamento vaginal e as famosas “ondas de calor”.  

Essa terapia pode ser feita de maneira combinada, com o uso de estrogênio e progesterona juntos, ou com a administração apenas de estrogênio. O risco maior ocorre em alguns cenários específicos, como a terapia feita com reposição isolada de estrogênio, que pode aumentar as chances de câncer no endométrio. 

“Contudo, o principal perigo relacionado com a reposição hormonal é o câncer de mama em mulheres que fazem a terapia combinada de estrogênio e progesterona. De acordo com estudos do Instituto Nacional de Câncer (Inca), quanto maior o tempo de exposição da mulher a esses hormônios, maior a chance de desenvolver tumor nas mamas”, explica Tarnara Valeriano, oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, também da Dasa. 

É importante lembrar que a reposição hormonal é personalizada e deve ser discutida por cada paciente com seu ginecologista, que vai avaliar os riscos e benefícios do procedimento. Caso a terapia seja necessária, o médico definirá o melhor momento para iniciá-la e a maneira ideal de conduzir a reposição, visando sempre à preservação da saúde da paciente e aos benefícios a longo prazo. 

“Além da reposição hormonal, outros fatores de risco para o câncer podem se fazer presentes depois da menopausa, como o avanço da idade, o sedentarismo e o ganho de peso. Por isso, é indicado que as mulheres priorizem um estilo de vida saudável para reduzir as chances de surgimento de tumores, incluindo a prática de exercícios físicos regulares e uma alimentação balanceada. Outro hábito que auxilia no cuidado com a saúde e é essencial para o diagnóstico precoce de diversas doenças, incluindo o câncer, é fazer consultas regulares e realizar os exames sempre que necessário”, alerta a especialista.

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