Carnaval é época de se divertir, de dançar, brincar e curtir a festa que é tão esperada pela maioria dos brasileiros. No entanto, a folia pode não acabar bem para as mulheres, que ficam mais expostas ao assédio e ao desrespeito, seja em desfiles, eventos ou blocos de rua.
Não deixe seu copo sozinho na mesa e jamais aceite bebidas de estranhos. “Essas são oportunidades para aplicarem o ‘Boa Noite Cinderela’ ou qualquer tipo de substância que te deixe desorientada e nas mãos do abusador”, pontua Monica Machado, psicóloga, fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein.
“Boa aparência não diz nada sobre a pessoa, já que ninguém vem com etiqueta na testa sobre suas verdadeiras intenções. Portanto, não seja tão aberta. Sua segurança vale mais do que qualquer paquera casual”, alerta Claudia Petry.
Leve na bolsa spray de pimenta e arma de incapacitação neuromuscular (armas de eletrochoque). Segundo o Projeto de Lei 161/19, ambos são autorizados no Brasil, exclusivamente para a defesa pessoal de mulheres. Leve também um apito e uma caneta marca texto preta, para riscar um “X” (símbolo de socorro) na palma da mão e deixar visível, caso precise. “Estas técnicas já ajudaram muitas mulheres a se livrar de situações de risco”, ressalta Monica Machado.
Antes de sair, crie um grupo de WhatsApp com os amigos que estarão com você. Caso se perca deles ou precise de ajuda, contate-os pelo grupo. Vale também marcar um ponto de referência, de preferência, que seja movimentado. “De qualquer forma, evite ficar sozinha. Mesmo em meio à multidão, você será um alvo fácil, principalmente para homens sob efeito de álcool/drogas”, aconselha a sexóloga Claudia Petry.
Deixe o endereço do evento com seus pais ou responsáveis. “O ideal é que eles te levem e busquem. Caso não seja possível, use um aplicativo de celular para transporte e compartilhe sua viagem com alguém da família”, orienta Danielle H. Admoni, psiquiatra geral, da Infância e Adolescência, supervisora na residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
“O álcool em excesso gera a falsa sensação de poder e segurança, como se nada pudesse acontecer com você. Mas, na realidade, a embriaguez tira seu senso de atenção e perigo, tornando-a vulnerável aos riscos que te cercam”, diz Danielle Admoni.
“Nunca pegue carona com estranhos, mesmo sendo o amigo do seu amigo. Já ocorreram milhares de abusos e estupros dessa maneira”, adverte Claudia Petry.
Na volta para casa, seja de metrô ou ônibus, procure sentar perto do motorista ou de outras pessoas, principalmente se for tarde da noite. Evite ficar isolada e dormir no banco.
Se você estacionou o carro na rua, certifique-se de que não há ninguém próximo ao ir embora. Se possível, peça ao seu amigo para te acompanhar até o carro. Abusadores ficam mais intimidados quando a mulher está acompanhada. Também evite estacionar em ruas desertas e sair tarde da noite.
Quem presenciar ou for vítima de importunação sexual pode denunciar pelo Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, chamar a Guarda Municipal da sua cidade ou a Polícia Militar, ligando 190.
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