Abacate, açaí, mel e azeite estão entre os ingredientes comuns na gastronomia e que trazem inúmeros benefícios para a saúde, como muita gente já sabe. A novidade é que agora eles estão cada vez mais presentes nas fórmulas de produtos de beleza, já que os consumidores estão em busca de cosméticos mais sustentáveis cujas fórmulas contenham grãos, vegetais, especiarias e frutos que prometem verdadeiros 'milagres' na pele ou nos cabelos.
Considerados "superalimentos" — todos com alta densidade nutritiva e grandes quantidades de proteínas, vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes — eles não são apenas essenciais para a saúde como também para turbinar esses cosméticos, que vêm conquistando mais espaço no mercado.
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Este é o caso da Terroir Beauty, cujos produtos têm como principal ativo o óleo de oliva extravirgem, rico em vitaminas A, D e E e em antioxidantes ativos, que prometem hidratação e rejuvenescimento da pele. Os superalimentos também estão presentes nas fórmulas de marcas como a Kiehl's (abacate), Guerlain (mel) e Rhode, da Hailey Bieber (açaí).
Mas quais são os seus benefícios? "São alimentos que têm sua função orgânica ao serem ingeridos, mas que também trazem benefícios quando passados na pele, por exemplo. O azeite de oliva é usado desde a época dos romanos. Eles tomavam banho com azeite para hidratar a pele e o cabelo. Na alimentação, já sabiam que o azeite ajuda na digestão e no trânsito intestinal; e na guerra, quando passado na pele, servia como antisséptico para feridas", comenta a dermatologista Luciane Scattone, consultora da Terroir Beauty.
É muito comum nas redes sociais ver vídeos que ensinam receitas e fórmulas "mágicas" prometendo vários benefícios para o cabelo, como brilho, crescimento rápido ou clareamento. Na maioria desses conteúdos, pessoas comuns misturam os ingredientes naturais ao shampoo, condicionador ou máscara de nutrição ou hidratação que já têm em casa.
Mas, segundo a médica, essas receitas não funcionam. "O ideal é obter o cosmético que leve o ingrediente na fórmula. Isso porque ele vai ser refinado, terá a quantidade ideal para não deixar a pele ou o cabelo oleosos. E muitas vezes, é até incompatível, principalmente se for óleo. Não se mistura, fica bifásico. E além disso, pode ter um efeito que a pessoa não queira", esclarece.
A dermatologista ainda explica que, para escolher a fórmula ideal, é preciso levar em consideração o seu tipo de pele ou cabelo. "O que o seu cabelo precisa? É de uma fórmula para queda de cabelo? Para cabelos com química? Para cabelos danificados? A gente também leva em conta indicação, preço, cheiro etc".
"Não adianta eu falar que tem só o azeite, por exemplo. O cosmético tem que associar outras coisas. Ter outros ingredientes também que prometem brilho, desembaraçam, recuperam. É uma somatória. Sem contar que tem muita coisa boa que dá para ser explorada aqui no Brasil. Mas se a gente tem dois shampoos e um promete um bônus a mais, vai nele, que é mais completo", finaliza.
** Gabrielle Gonçalves é repórter do iG Delas, editoria de Moda e Comportamento do Portal iG. Anteriormente, foi estagiária do Brasil Econômico, editoria de Economia. É jornalista em formação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).